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Campos defende passe livre na TV

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São Paulo (AE) – O candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, disse ontem, em entrevista ao Jornal Nacional, não ver contradição entre apresentar projetos populares, como educação em tempo integral e passe livre estudantil, e o controle da inflação. “A inflação não pode ser combatida só com taxa de juros”, disse o candidato ao argumentar que, se eleito, fará uma política macroeconômica responsável e colocará a inflação no centro da meta, de 4,5%, em quatro anos.
Antes da entrevista no Jornal Nacional, Campos e Marina se reuniram com o arcebispo metropolitano do Rio, d. Orani Tempesta
Campos disse que a sociedade está apresentando uma nova agenda, com reivindicações nas áreas da educação, saúde e segurança pública, e que os custos de atender a essas demandas não são incompatíveis com as metas econômicas, que exigiriam rigor fiscal nas contas do governo. “É possível sim. Nós estamos fazendo conta, tem orçamento”, afirmou e voltou a citar que os “erros” da política econômica trazem custos altos, que poderiam ser evitados. “Cada meio ponto de alta na Selic custa R$ 14 bilhões aos cofres públicos, só aí você tem dinheiro para o passe livre.”

Questionado se não seria melhor admitir que 2015 será um ano difícil, de ajuste econômico, Campos afirmou que ano difícil está sendo 2014, por causa das falhas do governo de Dilma Rousseff (PT). O candidato repetiu seu argumento de que o Brasil perdeu de sete a um no futebol e que perde pelo mesmo placar na economia, com inflação de 7% e crescimento que não chegará a 1%.

“Acho que vamos terminar (2015) melhor que 2014, porque vamos enfrentar os problemas”, afirmou. E criticou o represamento de preços administrados. “A presidenta está guardando na gaveta dela o aumento da energia e do combustível.” Eduardo Campos foi o segundo candidato à Presidência a ser entrevistado pelo Jornal Nacional. Ontem, o programa entrevistou Aécio Neves (PSDB). Hoje será a vez da presidente Dilma Rousseff (PT) e, nesta  quinta-feira,  participará Pastor Everaldo (PSC).

Na entrevista, Campos disse não ver problema em ter feito campanha para sua mãe, Ana Arraes, ser eleita ministra do Tribunal de Contas da União (TCU). “Ela disputou a eleição com vários deputados, foi a única mulher que ganhou no voto e tem feito um trabalho que todos reconhecem como digno e com méritos”. Questionado se teria dado um bom exemplo, usando seu empenho enquanto governador de Pernambuco para eleger a mãe a um cargo público e vitalício, Campos disse não ver “nada de errado” em sua postura. “Se fosse outra pessoa (do meu partido) eu também teria apoiado”, argumentou.

Campos foi perguntado ainda sobre os primos de sua esposa Renata Campos, Marcos Loreto e João Campos, que foram indicados para o Tribunal de Contas do Estado (TCE), órgão responsável por fiscalizar as contas de seu governo em Pernambuco. O candidato argumentou não ser um caso de nepotismo pois essas indicações são feitas pela Assembleia Legislativa e não pelo Executivo. Afirmou também ter sido o primeiro governador a aprovar uma lei antinepotismo.

O pessebista, após essas questões, disse ser favorável a uma reforma constitucional para acabar com cargos vitalícios na Justiça. “É coisa que já existe em outros países de maneira a oxigenar os tribunais e evitar escolhas pessoais.” Campos lembrou que em breve devem ser abertas cinco vagas no Supremo Tribunal Federal (STF) e defendeu que o governo trabalhe em parceria com uma “espécie de comitê de busca” para encontrar quadros de carreira qualificados para exercer as funções.

Antes da entrevista, Campos e Marina se reuniram na tarde de ontem com o cardeal arcebispo dom Orani Tempesta, na Arquidiocese do Rio. A imprensa não pode acompanhar o encontro. De acordo com o candidato, a reunião foi “uma conversa muito boa” sobre ideias de como melhorar o Brasil e fazer o país “voltar a crescer, gerar renda, oportunidade de trabalho, conter a inflação”, além da violência urbana e rural e a necessidade de um pacto em defesa da vida.

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