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Campus do Cérebro tem novo atraso

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Em meio à vegetação que cresce no distrito rural de Jundiaí, em Macaíba, longe dos grandes centros urbanos e industriais brasileiros, um empreendimento apontado como promessa de revolução científica aguarda uma licitação para ter suas obras retomadas. Em meio a atrasos, novo certame e questionamentos judiciais, o Campus do Cérebro só deverá estar pronto na metade de 2015, e não mais no final deste ano, como fora anunciado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Quando estiver pronto, o campus vai receber as atividades do Instituto Internacional de Neurociências de Natal – Edmond e Lily Safra, comandado pelo renomado cientista brasileiro Miguel Nicolelis.
Construção do Campus do Cérebro, que será entregue ao instituto de Miguel Nicolelis, já consumiu todo o orçamento e precisa de aditivo
Com o contrato firmado ainda em 2010, a construção do centro e da Escola Lígia Laporta só foi iniciada no ano seguinte, com um investimento previsto de R$ 42 milhões e conclusão agendada para 2012. Atrasada, a obra teve o cronograma alterado para dezembro de 2014, mas está parada desde dezembro porque o contrato com a empresa licitada expirou. Os valores já foram exauridos e a UFRN ainda não sabe quanto terá que investir para retomar e concluir o projeto. Hoje não há ninguém trabalhando no local, exceto os vigilantes terceirizados pela universidade.

O superintendente de Infraestrutura da UFRN, Gustavo Coelho, afirma que os técnicos da instituição preparam os projetos executivos para abrir uma nova licitação até o segundo semestre deste ano. O centro já está com toda a estrutura de concreto e ferragem pronta, mas encontra-se apenas 70% concluso. Falta acabamento, instalação de divisórias dos laboratórios, pisos, condicionadores de ar, biotérios (onde são criados ou mantidos os animais utilizados nas pesquisas), etc.

Encontra-se aberto no Tribunal de Contas da União (TCU) um pedido de cautelar impetrado pela empresa Edcon Comércio e Contruções LTDA – a empreiteira que executava os serviços até o fim do ano passado. O pedido de cautelar se refere a supostas ilegalidades e arbitrariedades cometidas pelo Funpec (Fundo Norte-Rio-Grandense  de Pesquisa e Cultura) e a UFRN, responsáveis pelo empreendimento. A empresa alega que teve prejuízos durante os três anos de contrato, por falta de medições e readequação de valores.

 Mesmo com a paralisação, o cronograma para a Escola Comunitária Lígia Laporta permanece com previsão para o fim de 2014. O prédio está 80% pronto, apesar de, aparentemente, estar menos avançado que o instituto. “A estrutura da escola é mais simples que a do centro, que tem laboratórios e biotérios, por exemplo, e demandam projetos mais elaborados”, explicou Gustavo Coelho. Mesmo entregue no segundo semestre, a escola não deverá contar com o auditório e o teatro. “Eles ficarão para uma terceira fase”, acrescenta o gestor.
#SAIBAMAIS#
Quando os dois prédios estiverem prontos, o próprio Campus terá que passar por reparos. Como foram construídas há anos, as ruas projetadas no entorno dos prédios já estão com asfalto prejudicado. A drenagem na região também terá que ser feita. Tais reparos não estão incluídos nos projetos que estão sendo preparados.

O campus será cedido para “fins científicos” à Associação Alberto Santos Dumont para Apoio à Pesquisa (Aasdap), presidida por Miguel Nicolelis, que gere o IINN-ELS. Hoje, as reuniões entre a Aasdap e a SIN, para discussão do cronograma das obras, ocorrem periodicamente em Brasília, mediadas pelo MEC.  

A reportagem tentou entrar em contato com Nicolelis, porém a assessoria de imprensa da associação informou que ele não poderia atender por estar muito envolvido no projeto que deverá fazer um jovem paraplégico dar o primeiro chute no mundial de futebol deste ano. Em entrevista à TN no dia 24 de fevereiro de 2013, ele comentou o atraso das obras do Campus do Cérebro. “Para nós é muito prejudicial. O prejuízo acadêmico é muito grande. Porque nós tínhamos planejado desenvolver o projeto Andar de Novo no Campus do Cérebro. E a ideia era tê-lo inaugurado para quando o mundo inteiro pusesse os olhos no Brasil para ver a demonstração, o mundo pudesse testemunhar que o Brasil estava entrando nessa área de uma maneira extremamente ativa e importante”, afirmou à época.

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