A disputa no PT envolve os diretórios municipais, com destaque para o embate que ocorre em Natal. De um lado o ex-vereador Juliano Siqueira, do outro o professor Gilderlei Soares. O grupo da deputada federal Fátima Bezerra apóia Soares, já o deputado estadual Fernando Mineiro defende o nome de Siqueira. A disputa travada já envolve questionamentos sobre procedimentos usados pela comissão eleitoral para realizar a eleição. O candidato Gilderlei protesta contra o procedimento da comissão do partido de ter centralizado a eleição dos zonais (a disputa sobre quem presidirá as zonas Leste, Oeste e Sul) no próprio diretório do PT em Natal e deixado a eleição do zonal da Norte no conjunto dos Garis.
A acusação que recai é de suposto favorecimento, já que o conjunto dos Garis teria uma grande concentração de filiados ligados ao vereador Fernando Lucena, que apóia Juliano Siqueira e Eraldo Paiva.
“O regimento do PED (Processo de Eleições Diretas) prevê a votação em local acessível. O conjunto dos Garis não é acessível, não passa ônibus, quem for (votar lá) tem que sair caminhando até o local”, disse Gilderlei, destacando que o local é um reduto eleitoral “de um determinado grupo do PT que apóia candidato opositor”. “O que está sendo feito (a comissão eleitoral) é facilitar o voto deles (da chapa de Juliano Siqueira)”, disse Gilderlei.
Juliano Siqueira critica o posicionamento do candidato. Ele disse que essa será a primeira eleição do diretório municipal e dos zonais juntos. “Isso (a acusação do candidato Gilderlei) é absurda porque foi o próprio zonal Norte que escolheu o local. Os zonais podem escolher o local de votação”, disse ele, citando que a direção nacional do PT homologou os locais de votação e lembrou que se os filiados da zona Norte fosse votar na sede do partido, na avenida Olinto Meira, teriam que pegar dois ônibus. “A solução (da chapa adversária) é intempestiva e já está com o quadro geográfico definido”, disse.
O deputado estadual Fernando Mineiro, que apóia Juliano Siqueira, preferiu não comentar a troca de acusações entre os dois grupos. “Sei que tem uma briga, mas não estou acompanhando. Eu faço política”, afirmou.
