sábado, 20 de abril, 2024
25.1 C
Natal
sábado, 20 de abril, 2024

Candidatos pedem anulação de provas de concurso

- Publicidade -

Candidatos ao concurso público do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), realizado domingo, estão acionando a Justiça para anulação das provas aplicadas. O motivo é que na Escola Estadual Professor Luis Antônio, em Candelária,  as listas de presença e cartões de resposta dos candidatos não chegaram a tempo do início das provas.

O concurso do Incra é nacional e abriu inicialmente 550 vagasSegundo Gilson Andrade, inscrito para concorrer ao cargo de Antropólogo, a coordenadora da empresa organizadora, Cetro, passou em todas as salas no início das provas, às 9h, para avisar que o material havia sido extraviado, mas que chegaria por volta das 10h. “Nossa sala foi a última a ser informada, e os presentes não aceitaram o atraso. Mas quando dissemos que iríamos sair, ela não permitiu”, conta ele.

Com o tumulto, a polícia foi acionada e só então os pleiteantes  às vagas foram liberados. Nenhum candidato realizou o concurso na escola. Ainda no domingo, Gilson, fez um boletim de ocorrência na Delegacia de Plantão na zona sul, alegando crime contra o direito de ir e vir. “Ela não poderia ter nos proibido de sair, o prejuízo seria nosso, de sermos desclassificados saindo antes do tempo mínimo previsto no edital”, diz.

Ontem de manhã foi realizada uma audiência preliminar com ambas as partes no 2º Juizado Criminal de Pequenas Causas, na Ribeira. A promotora pública Kátia Cortez, responsável pelo caso, disse que ainda é cedo para afirmar se houve crime por parte da coordenadora. Ela explicou que o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) encaminhado pela DP Zona Sul sugeria que ocorreu “Exercício Arbitrário das Próprias Razões”, previsto no artigo 345 do Código Penal.

“Mas precisamos colher mais informações para analisar com precisão”, disse à TRIBUNA DO NORTE a promotora, antes da audiência. A candidata Suzeni Aires, também participou da audiência preliminar e junto com Gilson, pretende acionar o Ministério Público da União (MPU), para pedir anulação das provas, que ocorreram em todo o país.

Nesse tipo de delito, se comprovado, é possível que a coordenadora seja obrigada a prestar serviços à comunidade, ou pagar uma prestação pecuniária, segundo informou a promotora. “Meu advogado também vai entrar com pedido de indenização por danos morais, foi um constrangimento”, completou Gilson. Segundo os candidatos, o mesmo problema ocorreu na Escola Estadual Floriano Peixoto, em Natal, mas apenas alguns inscritos se negaram a realizar a prova, deixando o local no início das provas, o que segundo o edital acarreta a desclassificação.

Outro problema relatado pelos candidatos que fariam provas na Escola Luís Antônio é que os funcionários do Instituto Cetro, empresa responsável pela elaboração e aplicação das provas, tentaram organizar os inscritos em salas, mas como havia pessoas que não tinham o número da inscrição e os pleiteantes às vagas fariam provas para locais diversos, o acordo não foi possível.

Cetro aguarda relatório para se pronunciar

O Instituto Nacional de Educação Cetro informou, por intermédio de sua assessoria de imprensa, que está aguardando os relatórios da coordenadoria do concurso em Natal, para se pronunciar, oficialmente, sobre o caso do extravio de dois malotes com o material de aplicação das provas, destinado aos concorrentes do concurso do Incra.

Assessor de imprensa do Cetro, Sílvio Rodrigues, disse que realmente, os malotes se extraviaram no trajeto para Natal e até ontem, o Instituto tentou rastrear em quais galpões da TAM, a empresa área responsável pelo transporte do material, encontravam-se tais malotes.

Rodrigues explicou que os chamados CP’s – cadernos de provas – “estavam todos certinhos”, o  que não prejudicariam os candidatos que participaram do concurso, nos locais onde houve o problema da falta da folha de resposta.

Para supri-los, ele disse que os representantes do Cetro tiraram fotocopias de outras folhas para que os concorrentes do concurso não fosse prejudicados. “A xerox da folha em branco não compromete o concurso”, dizia ele.

Segundo Rodrigues, o Cetro deve ter uma posição oficial sobre o caso de hoje para amanhã, inclusive porque ainda não tem informações oficiais, e precisas, sobre o número de candidatos que deixaram de fazer as provas.

Pará também registra problemas

No Estado do Pará também houve problemas durante a aplicação das provas, nas cidades de Santarém e Marabá. Os candidatos reclamaram que houve troca de cargos para os quais se inscreveram, no cartão de inscrição. Pessoas que tentariam uma vaga para Analista Administrativo receberam cartão de respostas de provas de outro cargo.

Os atrasos chegaram à marca de 1h30, e os candidatos apenas assinaram a folha de frequência deixaram o local.

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE contatou a superintendência regional do Incra no Estado, e foi informada de que o posicionamento será dado pela presidência nacional do  órgão. Porém, a assessoria de imprensa adiantou que o Incra aguarda um relatório detalhado com cada local de prova onde houve problemas no concurso. Além disso, informou que está previsto para hoje (15) com horário a ser definido, uma reunião entre a presidência do Incra e a direção da Cetro.

O concurso do Incra é nacional teve 53.148 pessoas inscritas no país. O edital do concurso prevê a seleção de 550 novos servidores para o órgão. Destas, 480 são de nível superior, com remuneração iniciais entre R$ 3.713,74 e R$ 4.598,80, além de 70 vagas de nível médio, com salário inicial de R$ 2.254,64.

Depoimentos

Internautas reclamam de desorganização

“Foi uma grande desorganização, na escola Luis Antônio em Candelária, nem os fiscais tinham identificação, caso que     não comprovam que eles eram realmente os fiscais, outra coisa que ocorreu uma das fiscais das salas abriu um dos lotes das provas, sem está devidamente autorizada a começar a prova. Queremos mais respeito e organização de hoje em diante”.

[email protected]

“Os dois lados erraram. Os candidatos quando fizeram a inscrição estavam de acordo com o edital que diz que o candidato precisa ficar 2 horas dentro da escola. A prova iniciou-se as 9 horas e o unico erro era da EMPRESA CETRO,os candidatos estavam 100% dentro das normas estabelecidas,a cetro tem que se responsabilizar pelas pessoas que estão na escola,mas ai aconteceu a rebelião?,os candidatos acharam que o correto era acertar o erro com outro erro!!!,no inicio o erro era da cetro depois os candidatos negam o certame!!!.ERRO DOS CANDIDATOS QUE    DEVIAM TER FICADO AS DUAS HORAS ESTABELECIDAS”.

[email protected]

“Pediram que fizéssemos as provas enquanto iam providenciar as folhas de respostas, todos os candidatos pediram explicações, a representante parecia perdida. Tanta desorganização deve ser investigada com atenção, sem querer ser, mas, neste caso os indícios de algo censurável são grandes, na melhor das hipóteses houve despreparo. Ninguém se recusou a fazer a prova, ao contrário. O edital foi corrompido e isso anula o concurso. Para piorar,     logo que o problema estourou, impediram nossa saída. O Incra, a Polícia Federal, e o MPF devem tomar medidas urgentes. Pessoas estão sendo prejudicadas”.

[email protected]

“Foi um absurdo, não havia lista de presença nas salas, os candidatos entravam só com a identidade e o cartão de inscrição – sem a real comprovação de quem eram. As salas desorganizadas, como a comissão esperava entregar os gabaritos se haviam três ou quatro salas para cada candidato     optar em entrar, já que a divisão das sala não foi a mesma dos cartões…    enfim, uma desorganização só!!! “

[email protected]

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas