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Cantinho vegetal em casa

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Tádzio França
Repórter

A valorização do alimento orgânico vegetal neste começo de século XXI, aliada ao conceito de sustentabilidade, é uma realidade que já está indo para além das lojas, restaurantes e feiras específicas, chegando a um espaço mais básico: o quintal do consumidor. Muita gente está reservando um pedaço da casa no cultivo de vegetais  para consumo próprio, procurando informações, pesquisando técnicas, buscando sementes. O trabalho é meticuloso, mas o resultado é benéfico em vários pontos: econômicos, físicos e, até mesmo, psicológicos. Quem planta, colhe.

O pontapé para quem pretende começar uma horta caseira, é ter noção do espaço disponível
O pontapé para quem pretende começar uma horta caseira, é ter noção do espaço disponível

#SAIBAMAIS#O plantio caseiro foi algo comum em muitos quintais até que os supermercados e as feiras livres de bairro crescessem em quantidade, oferecendo a facilidade dos produtos em abundância nas prateleiras e bancas. A mudança de muita gente para apartamentos e condomínios fechados também fez as plantações caseiras sumirem. A nova onda global de conscientização sobre a importância de produtos orgânicos é o que tem feito esse cenário verdejar novamente.

O engenheiro florestal Marcelo Rebouças fez parte recentemente de uma série de minicursos voltados ao ensino das melhores formas de cuidar de quintais e  produzir hortas em casa. As palestras foram realizadas no cajueiro de Pirangi, e mostraram que há um público crescente interessado em cuidar com as próprias mãos da qualidade do que come. “Ter a própria horta em casa significa ter sempre alimentos saudáveis e frescos para aquela saladinha ou outra receita, além de poupar dinheiro e  oferecer um passatempo prazeroso a quem pratica”, afirma ele, que ministrou o curso “Criando sua horta orgânica em casa, utilizando materiais recicláveis”.

Aula no cajueiro de Pirangi: o engenheiro florestal Marcelo Rebouças faz minicursos e palestras
Aula no cajueiro de Pirangi: o engenheiro florestal Marcelo Rebouças faz minicursos e palestras
 
Casa verde
O pontapé inicial para quem pretende começar uma horta caseira, é ter noção do espaço disponível. “A primeira coisa a ser observada para criação da horta é o espaço. Pois a partir daí pode-se planejar o método de cultivo”, diz Marcelo Rebouças. Esse cultivo pode ser feito em jarros, direto na terra, em recipientes recicláveis, caixas de madeira, ou mesmo no formato vertical. Outro a ponto a se observar é se o local recebe luz solar de forma constante ou parcial.
Após escolher o ponto do quintal ou o recipiente que vai receber a plantação, é preciso observar a qualidade da terra. A fertilização natural da terra é um dos grandes fundamentos da plantação orgânica, já que o uso de elementos agrotóxicos é proibido. Marcelo Rebouças ensina que os principais adubos naturais a serem utilizados para nutrir as plantas são esterco, húmus de minhoca, casca de ovo, cinzas de madeira, e compostagem (processo que transforma lixo orgânico em adubo).

Com o espaço delimitado e a terra preparada para plantar, o agricultor caseiro tem uma infinidade de opções para semear. Qualquer planta pode ser cultivada, mas o engenheiro florestal ressalta que algumas espécies são mais adequadas para iniciantes. “Em geral, as espécies de planta mais fáceis para se começar a cultivar em casa são as hortaliças, pois crescem bem em qualquer lugar. Basta ter água, terra adubada e luz solar”, explica. Ele cita como alguns exemplos populares os tomates, alface, cebolinha, cenoura, pepino, pimentão e pimenta.

A dedicação à horta é essencial para se obter bons resultados. Segundo Marcelo, o tempo de cuidado vai variar de acordo com o tipo de espécie que se estará cultivando e o tamanho da horta. “Não dá para afirmar um tempo preciso, já que isso poderia variar entre uma ou duas horas por dia. Mas vale lembrar que é preciso irrigar as plantas ao menos duas vezes por dia, pela manhã e à tarde, nos horários mais amenos do dia”, ressalta.

Para conservar a horta em um estado saudável, é preciso prestar atenção em uma série de detalhes. De acordo com Marcelo, observar o local em que a planta está localizada é importante, pois ela deve ter acesso à luz solar; lugares sombreados não fazem bem para o desenvolvimento. A planta também deve contar com um bom espaço para crescer. A falta ou o excesso de água também pode pôr a plantação a perder; deve-se observar a falta de drenagem no recipiente. As pragas e a falta de adubação também prejudicam o cultivo.

A plantação não precisa ficar restrita a quem mora em residências com quintal. Moradores de apartamento também têm seu lugar nessa plantação consciente. Marcelo Rebouças afirma que deve ser escolhido um local que recebe luz solar em pelo menos duas horas por dia, já que o sol é fundamental para o desenvolvimento das plantas. “Já que apartamentos possuem locais reduzidos, recomenda-se o aproveitamento da varanda, paredes, janelas, parapeitos, sacada do prédio, ou até na área verde do condomínio”, diz. O engenheiro ressalta que a internet atualmente é uma das melhores fontes sobre cultivo de hortas, pois é fácil encontrar vários sites específicos.

A bióloga Michela Carboni, organizadora dos cursos que foram ministrados sobre horta caseira e cuidados com plantas no cajueiro de Pirangi, afirma que a ideia é oferecer um mínimo de conhecimento técnico para quem deseja cuidar de plantas em casa. “Muita gente quer fazer, mas não sabe como. E tem aqueles que começam, mas não fazem os procedimentos corretos. Uma poda mal feita ou adubação errada podem debilitar as plantas”, disse. Com a devida orientação é possível organizar um quintal de forma produtiva, com plantas saudáveis e menos doenças. “O quintal também é meio ambiente”, afirma.

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