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Caos se instala no bairro da Ribeira

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CAOS - Água descendo pelas ruas, buracos no asfalto e trechos em obras são alguns dos problemas que estão ocorrendo na RibeiraBuracos, esgoto, água desperdiçada pelas ruas e obras demoradas formam o resumo da ópera que vêm sendo exibida no palco da cidade desde que o bairro da Ribeira começou sua reforma este ano. Muitos transtornos tomam conta das ruas, que sem sinalizações devidas deixam principalmente os pedestres à espera de soluções e a esperança de ver tudo concluído.

Quem desce a avenida Rio Branco em direção ao bairro da Ribeira encontra logo atrás do teatro Alberto Maranhão, na rua Henrique Castriciano muita água descendo as escadarias, desaguando na esquina da Rio Branco, formando um lago que dificulta a passagem de pedestres.

Segundo Isaías da Costa Filho, responsável pela Caern, o aguaceiro que começou desde a noite de segunda feira se deve à limpeza de um dos reservatórios fluviais da Caern. “É um procedimento normal feito três vezes ao ano. Sempre que termina o inverno a limpeza é feita retirando todas as impurezas com produtos de desinfecção. Não utilizamos a água para nada, pois esses produtos são tóxicos e fazem mal à saúde”, diz.

A limpeza ocasiona a falta de água nas casas do entorno e alguns moradores enchem vasilhames e levam para lavar roupa, louça e uso próprio, como é o caso de Romildo Rodrigues que mora há 17 anos no lugar. “Desde ontem estamos sem água lá em casa e quando vejo essa água limpinha aqui aproveito para levar para uso pessoal. Parece mesmo uma cachoeira de tanta água, isso é um desperdício que não deveria existir. O mundo sem água e as ruas bebendo dela”, diz indignado o morador.

Kerginaldo Rufino da Costa, o mecânico da oficina perto da escadaria, também aproveita a água para lavar as peças da oficina. “Acho engraçado é que a nossa conta de água chega sempre mais alta e lá na oficina faltando água direto, sinceramente não consigo compreender isso. Precisei comprar dois garrafões de água mineral para uso próprio e meu imposto sendo rolado por água abaixo”, diz o mecânico. Uma das observações feitas por Isaías Costa é que a água que cai pelas escadas não pode ser utilizada para nada, nem para molhar plantas e os moradores nunca souberam disso.

Outra moradora que sofre com a limpeza dos reservatórios é dona Francisca Brito porque a água escorre exatamente no seu portão. “É uma ironia muito grande, a gente sem água em casa para nada e esse mundo aí fora, escorrendo para a rua. Mas tem dias piores, em que o esgoto escorre também. É desse jeito que nossos impostos são pagos, está vendo aí?”

Buracos se abrem  por todo o bairro depois das chuvas

As obras e a manutenção de buracos e tubulações estão sendo uma constante no bairro da Ribeira. A maioria da estrutura das tubulações de água e esgoto que passam pelo subterrâneo do bairro é de ferro e está velha pelo tempo e corrosão.  Na rua Juvino Barreto, por exemplo, a manutenção da tubulação ou fundação de esgoto já dura mais de quinze dias e, segundo um dos funcionários da Caern que não quis ser identificado, o buraco foi aberto devido às chuvas e às ligações clandestinas de tubulações de água. “Além de toda a estrutura prejudicada pelo tempo, existem outros fatores como as chuvas, a falta de manutenção e as tubulações clandestinas, que são muitas. Por isso a obra está demorando mais do que deveria, mas estamos concluindo tudo até amanhã e liberaremos a rua”, disse o operário da obra.

Outro buraco no final da avenida Rio Branco, já chegando na Ribeira, está atrapalhando a vida dos comerciantes, pedestres e dos carros que precisam utilizar apenas uma faixa para seguir. Aconteceu até de um carro cair no buraco. Essa é outra manutenção da Caern, que segundo o coordenador da obra, Terrance César está em fase de conclusão. “Mês passado fizemos um serviço para organizar a tubulação de água. Por aqui passam água, esgoto e recalque, que servem para sustentar o asfalto. Com as chuvas que caíram e com as obras que foram feitas, a tubulação se deslocou e fez estourar a outra tubulação de esgoto, portanto é uma nova obra”, diz.

Para a comerciante Maria Ferreira, proprietária de uma lanchonete próximo ao buraco, esse tipo de obra prejudica muito o comércio e termina afastando a clientela. “Fica esse esgoto correndo o tempo todo na rua e as pessoas não querem vir aqui, há um mês foi feita uma obra e agora outra, estou vendo a hora de abrir de novo esse buraco. Tomara que melhore de vez, porque não agüento mais isso. Um carro foi passar e caiu no buraco e o mais engraçado é que era um carro do Governo do Estado”.

Parada de ônibus está fora do lugar

Com as obras, algumas paradas de ônibus estão sendo deslocadas de lugar. A que ficava na rua Tavares de Lira, mudou-se para o canteiro que divide a avenida Duque de Caxias, deixando os usuários dos coletivos ao léu e com o perigo de atropelamento. “É terrível essa mudança, porque quase todos os idosos que fazem tratamento no INSS (que fica em frente à parada) ficaram desabrigados. Aqui não tem abrigo de chuva nem de sol e os ônibus passam a um palmo dos pés da gente. Minha mãe, que utiliza essa parada de ônibus vive reclamando e com medo”, disse a técnica de enfermagem Gildênia Freire.

Para o aposentado Edvaldo Pinheiro a espera pelo ônibus se tornou um ritual de sacrifício. “Realmente essa mudança foi para pior, o engraçado é que as coisas deveriam evoluir e terminam chegando ao lugar primitivo, não entendo isso. Já vi várias vezes os ônibus passando bem perto dos pés da gente, fora que aqui podemos pegar chuva e não tem nem onde sentar”, diz.

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