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Capacidade de embarque no Porto Ilha deve dobrar em cinco anos

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Bruno Vital
Repórter

A capacidade de embarque do Terminal Salineiro de Areia Branca (Tersab) deve dobrar em até cinco anos, passando das atuais 2 toneladas/ano para 4 toneladas/ano. O potencial de armazenagem estática, que hoje é de 100 mil toneladas deve ser ampliado para 160 mil toneladas, também dentro dos próximos cinco anos. Essa é a meta do Consórcio Intersal – formado pelas empresas Intermarítima e Navenor (Grupo Salinor) – que arrendou o porto-ilha por R$ 100 mil, com a promessa de investir cerca de R$ 160 milhões ao longo dos próximos 25 anos, período de vigência do contrato de administração.
Tersab está recebendo obras de reparo estrutural e deve ser assumido definitivamente pelo Consórcio Intersal em julho próximo
“Pretendemos dobrar a capacidade de embarque em cinco anos, com modernizações, investimentos em aumento de capacidade, novos equipamentos, na recuperação da ilha nova, dragagem, todos os itens que constam no edital, além de um aumento da eficiência, de treinamento da equipe através de novos processos e procedimentos. A armazenagem vai aumentar no momento em que a chamada ilha nova, que hoje se encontra fora de operação, for recuperada”, explica Roberto Zitelmann, presidente do Conselho Intermarítima e um dos diretores do Intersal.

O empresário visitou o terminal na sexta-feira (10) para acompanhar obras de manutenção, que fazem parte do processo de arrendamento. A visita contou com a presença de representantes do setor e autoridades políticas. No encontro foram apresentadas as perspectivas de crescimento da economia local a partir da privatização do terminal. “Foi excelente, é sempre muito bom estar lá no Tersab. Primeiro pela beleza do lugar e segundo porque reforça a nossa certeza de que aquele terminal tem um potencial enorme e que a gente vai, com muito trabalho e empenho, aumentar a produtividade e a eficiência”, pontuou Zitelmann.

Com a expectativa de duplicar a capacidade de embarque de sal, que hoje é de 2 toneladas por ano, até 2027, o Rio Grande do Norte deve se consolidar ainda mais como o maior produtor do País. O Tersab tem um papel-chave nesse processo, já que é o principal responsável pela logística de distribuição do minério produzido nas salinas de Macau, Galinhos, Grossos e Mossoró, ao viabilizar o escoamento da produção para os mercados nacional e internacional.

O terminal salineiro abrange 35.114 m² e é subdividido em duas instalações principais: a de apoio e a de armazenagem. A estrutura de armazenagem corresponde ao pátio de estocagem estática de sal, que tem 15.000 m² de área e permite a estocagem de até 100 mil toneladas do minério, com pilhas de até 14 metros de altura. A outra parte do terminal inclui a estrutura de apoio com enfermaria, cozinha, refeitório, sala de rádio, escritório administrativo e alojamentos, além de uma área de lazer e heliponto na cobertura.

O Tersab está passando por uma obra de reparo estrutural e deve ser assumido definitivamente pelos novos donos em julho. A obra, que teve um custo de R$ 58 milhões, com recursos da Companhia Docas Do Rio Grande do Norte (Codern), é “uma forma de arrumar a casa antes de repassar as chaves para o consórcio”, diz o brigadeiro Carlos Eduardo da Costa Almeida, diretor-presidente da Codern, que é a instituição responsável pelas intervenções na infraestrutura do porto-ilha de Areia Branca.

A previsão inicial era de que os reparos fossem concluídos até julho, mas o cronograma deve atrasar “15, 20 ou até um mês”, frisa o chefe da Codern.  Mesmo assim, o atraso não deve atrapalhar a “entrega das chaves” do terminal para o Intersal. “Isso não quer dizer que o consórcio não poderá assumir o terminal, quer dizer apenas que a responsabilidade das obras continuará conosco”, diz Carlos Eduardo. “Existem diversos passos que envolvem o Governo Federal e a nossa expectativa é assumir o quanto antes”, acrescenta Zitelmann.

Mesmo em obras, o Terminal Salineiro de Areia Branca não parou de produzir. Até abril, cerca de 600 mil toneladas foram embarcadas, atendendo às demandas de todos os produtores. Foi justamente a continuidade das operações que acabou esticando o cronograma das obras, explica o diretor-presidente.

“É um atraso muito razoável, na medida em que o a produção de sal é a nossa sustentação. Às vezes eu não consigo, por exemplo, parar o terminal por dez dias. Tem navio chegando para exportar para os Estados Unidos e outros países. Isso faz com que se tenha um atraso em determinada obra de dois, três, quatro dias e isso vai se somando. É até uma brincadeira que eu faço, nós estamos trocando o pneu da bicicleta com ela rodando”, comenta o brigadeiro.

PDVE deve ser publicado nesta segunda-feira

O Plano de Desligamento Voluntário de Empregados (PDVE) dos funcionários do Terminal deverá ser publicado nesta segunda (13), segundo informou o brigadeiro Carlos Eduardo da Costa Almeida, diretor-presidente da Codern. A medida faz parte do processo de transição do Tersab para o Consórcio Intersal. A privatização gerou preocupação entre os trabalhadores, que temiam não ter a mão de obra absorvida pelos novos donos.

Ao todo são 107 empregados nas funções de auxiliar portuário, técnico portuário e analista portuário. De acordo com o diretor-presidente Carlos Eduardo, ao final da transação, o Consórcio Intersal deve criar 137 postos de trabalho no novo terminal salineiro de Areia Branca e a ideia é que os 107 funcionários sejam incluídos e outras 30 vagas sejam disponibilizadas à população da região.

“No plano de desligamento foi feito aquilo que a Secretaria de Desestatização, do Ministério da Economia, autorizou, dentro das normas técnicas. Nós mandamos para lá, tentamos melhorar as condições. Toda a parte trabalhista, legal, está sendo contemplada 100% para atender aos empregados que queiram – é voluntário – migrar para a Intersal. Nós temos lá 107 empregados e a Intersal está abrindo um quadro de 137, ou seja, Mossoró, Areia Branca, Galinhos, Macau, ainda têm a possibilidade de empregar mais 30 pessoas”, diz o chefe da Codern.

Carlos Eduardo da Costa Almeida afirma ainda que Codern e Intersal mantêm diálogo direto com os trabalhadores. “Está sendo negociado. A empresa tem negociado com o sindicato para que os empregados tenham solução de continuidade nas suas necessidades e não sejam frustrados na parte salarial. O plano de desligamento voluntário é fundamental nesse sentido e a empresa está muito interessada em absorver todos os funcionários. A empresa quer absorver todos que trabalham bem, se dedicam, na figura do mérito, que são 99,99% dos empregados nossos. São profissionais fantásticos”, conclui o diretor-presidente da Codern.

Obras devem ser concluídas entre julho e agosto

As obras de manutenção que começaram na metade do ano passado e seguem acontecendo abrangem as instalações de armazenagem e de apoio. A manutenção executada pela Codern prevê a recuperação das estruturas metálicas do cais de barcaça, do sistema de defensas (linha de dolfins), da ponte transportadora e da torre de transferência, além da implementação de uma nova usina de dessalinização. Os alojamentos, oficinas, unidade termoelétrica e prédio administrativo também estão sendo reformados para garantir maior conforto e segurança para os colaboradores.

As obras envolvem uma série de empresas, entre elas Cejen Engenharia, Tecmares Manutenção Industrial, Engpac Construções, IEC Instalações e Engenharia de Corrosão e FTCon Construtora. Uma outra empresa, a Bureau Veritas, foi contratada, desta vez pelo Consórcio Intersal, para monitorar a manutenção feita pela Codern.

O Bureau Veritas acompanha também os trabalhos de recuperação da proteção catódica, técnica utilizada para controlar a corrosão metálica das torres. “Com a modernização do terminal salineiro, contribuímos para a economia local e nacional, aumentando a capacidade produtiva e a visibilidade no mercado global”, afirma Rafael Perez, diretor de construção e infraestrutura do Bureau Veritas.

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