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Cardiologia ambiental

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João Mariano Sepúlveda – Cardiogeriatra

O corpo humano possui dois terços de água em sua composição, apenas oito por cento do total encontra-se na corrente sanguínea, quando se quebra o equilíbrio hídrico, o corpo desidrata. 

Presente em cem por cento da população acima de 60 anos em maior ou menor grau, quando se exacerba, torna-se vilã temida pela geriatria. A perspiração, perda de vapor d’água pela respiração, e a transpiração, fenômenos fisiológicos, quando excessivos, desencadeiam o processo. Pode cursar isolada ou como em sua maioria, associada a infecções, agudas ou crônicas. Produz em seu portador um sem números de sintomas, que por sua diversidade confundem os responsáveis, familiares, ou médicos, tornando mais difícil e complexo a recuperação do paciente acometido.

Tudo começa com a saída de líquidos de dentro das células, para socorrer uma necessidade urgente de compensação, hidro-eletrolítica, normalmente o idoso já é hiponatremico, tem baixa concentração do elemento sódio, por dieta recomendada por seus médicos, pois o sódio esta envolvido no mecanismo responsável pela hipertensão,  por monotonia alimentar, por perdas ligadas ao uso de diuréticos e outros medicamentos e no pós operatório. Também tem forte déficit de outros íons, como potássio, magnésio, cálcio, que contribuem de forma decisiva no quadro de desidratação.

Alterações climáticas como calor em excesso, e o frio extremo. Doenças renais, endócrinas, pancreáticas, gastro entéricas, como desinteiras, ou diarréias são causas corriqueiras da perda de íons e líquidos. A diabetes mellitus é motivo comum. A desnutrição e a anorexia nervosa são menos frequentes. Mas nada se compara com as infecções como causas da desidratação. Nestas principalmente a infecção do trato urinário, são frequentes nos idosos.

Mudança de hábitos, diminuição de apetite, sede manifesta, o idoso normalmente, não tem sede, caso esta aumente muito, venha com pele e boca, muito ressecada, com perda de elasticidade, redução drástica na diurese, são sinais clássicos de desidratação. Náuseas, enjôos, vômitos, apatia, fraqueza, hipotensão com tonteiras ao se levantar, sensação de perda eminente de sentidos, confusão mental, incluindo muito comumente o delírio, e as vezes até mesmo convulsões!

A perda de peso, hipotensão arterial, e as taquicardias são sinais da desidratação no geronte.

O choque é o desfecho mais grave desta doença com agressões a órgãos alvos como rins, fígado, e cérebro. Uma vez neste estágio torna-se difícil a reversão do quadro!

O diagnóstico é clinico, porem as dosagens de eletrólitos, principalmente o sódio, cloro e potássio, e sumário de urina, para verificação da densidade,  podem contribuir para quantificação do desequilíbrio!

Quando sentimos sede já estamos 2% desidratados em relação a normalidade, devemos pois ingerirmos em media, dois litros de água diariamente, porem lembrar que não deve ser de bebidas alcóolicas, pois ao invés de hidratarem, desidratam, alem de fragilizarem o organismo de quem as consomem!

O tratamento passa pela reposição de fluidos de sódio e outros íons. A redução temporária no consumo de diuréticos, principalmente durante os meses de verão, com novo ajuste no inverno, aumento na ingesta hídrica, água, sucos, chás, água do coco, bebidas isotônicas,  e reposição mineral geral, alem de controle de ambientes refrigerados, que aumentam muito as necessidades hídricas do idoso!

O controle de infecções, e quando for muito severa deve contar com a internação para repor fluidos e sódio. Aqui como em tudo que permeia a geriatria, o bom senso e a agilidade deve ser a norma! 

Notícia comentada: O I Congresso Norte Nordeste de Endocrinologia, ocorrerá em 08 a 11 de outubro deste ano no Hotel Serhs, em Natal, capitaneado por Dra Maria Lúcia Coelho de Nóbrega, trará a cidade, a nata da endocrinologia nacional, abordando temas como hipo ou hipertireidismo, diabetes, síndromes hipofisárias, metabólicas e obesidade, entre outros.

Imperdível tanto para médicos, nutricionistas, enfermeiros e todos que tenham interesse nos temas supra citados. Orgulho para terra e seus médicos endocrinologistas, sempre precursores. Nosso total apoio e com certeza prestigiaremos!

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Parágrafo do leitor

Pergunta: Um familiar de um portador angustiado pergunta o que há de novo em relação a Esclerose Múltipla ?

Mesmo não sendo nossa área especifica de atuação, alem dos trabalhos com células tronco, em experimento, a neuroimunologia, tem desenvolvido estudos com substancias, como o ácido fumárico, tensilorimus, teriflunomide, cladribina e fty720.

Tivemos acesso recente, por participação em um Fórum Internacional de Neurociências, em Foz do Iguaçu, em palestra proferida pelo Dr V. Limmroth de um centro de pesquisas na Alemanha, a informação do lançamento em breve, da substancia, de uso oral, fingolimod.

Realmente uma esperança, se tudo que foi relatado se confirmar na clínica!!

Bom Domingo!

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