sábado, 20 de abril, 2024
25.1 C
Natal
sábado, 20 de abril, 2024

Carência no ensino afeta empregos

- Publicidade -

Rio de Janeiro – Ao apresentar a educação que dá certo, durante palestra de abertura do Fórum Anual de Docentes 2012 (PIQ Fórum Estácio) promovido pelo Grupo Estácio de Ensino Superior, no Rio de Janeiro, o especialista em Educação Gustavo Ioschpe, mestre em Desenvolvimento Econômico e em Economia Internacional pela Yale University, Estados Unidos, também mostrou o que não dá certo na educação brasileira. O  economista tomou como base uma pesquisa recente realizada pelo Instituto Paulo Montenegro e Ação Educativa (IPM), vinculado ao Ibope, para comentar a evolução do alfabetismo funcional na última década.
Gustavo Ischope lembra que grandes empresas perdem espaço no Brasil por falta de mão de obra
Segundo o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf 2011/2012), que avalia habilidades de leitura, escrita e matemática, a proporção de alfabetizados funcionais – pessoas que, grosso modo, sabem ler e escrever textos simples, passou de 62%, em 2002, para 73%, em 2011 no Brasil. O avanço (de 19,6%) é considerado pequeno e segundo Gustavo ajuda a explicar porque o Brasil tem ficado para trás quando o assunto é Educação. “Segundo a Unesco, 24% das nossas crianças repetem a primeira série do ensino fundamental. Em países como o México, a taxa gira em torno de 7%. Nos Estados Unidos, fica perto de 0%”, compara.

Carências no ensino básico já começam a ter reflexos na economia. “Grandes empresas têm perdido espaço no Brasil porque não tem encontrado mão de obra qualificada”, alerta. Segundo dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho), agência multilateral ligada à Organização das Nações Unidas apresentados por Gustavo durante a palestra, o Brasil caiu da 49ª posição, em 2002, para a 77ª, em 2010, no ranking mundial de produtividade, mostrando que é mais vantajoso – do ponto de vista da produtividade – investir em outros países. “Um norte-americano, país com maior índice de produtividade, produz por 4,9 brasileiros”.

Levantamento realizado pela WEF (World Economic Forum), entidade que congrega líderes empresariais, políticos, acadêmicos para estruturar agendas globais e regionais da indústria, também mostrou que o Brasil caiu da 46ª posição, em 2004, para a 61ª, em 2010, no ranking da Tecnologia da Informação. “Por que o Brasil está caindo de posição? Porque os outros países estão se desenvolvendo educacionalmente muito mais rápido”, responde.  Nem tudo está perdido, no entanto.

Para Gustavo Ischope, que se formou nos Estados Unidos, um conjunto de fatores pode tornar a educação mais eficaz, em todos os níveis. Alguns são simples e não custam muito, como usar bem o tempo de aula, corrigir e comentar o dever de casa, e ser rigoroso com as notas. Outros exigem maior investimento como pagar bons salários e construir bibliotecas.

O Brasil, admite, ainda tem muito para avançar. O país registrou o 10º maior crescimento na nota do teste de leitura no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) 2009. O escore brasileiro subiu 16 pontos (de 396, em 2000, para 412, no ano passado). Ainda assim, o Brasil terminou em 53º lugar entre os 65 países pesquisados. Para Gustavo, que encontrou apoio na plateia formada por professores, crescimento econômico e desenvolvimento educacional precisam andar juntos. “Se não for assim, o país continuará alçando voo de galinha”.

PIQ FÓRUM

O PIQ Fórum Estácio começou na quarta-feira e foi encerrado na sexta-feira. O fórum, que reuniu mais de mil professores do Grupo, faz parte do Programa de Incentivo à Qualificação Docente. O evento contou com uma série de atividades  desde a realização de palestras ministradas por profissionais de grande representatividade no campo da Educação até premiação por excelência. O fórum deste ano recebeu palestrantes como Luciano Medeiros, pós-doutor pela universidade de Otawa no Canadá, diretor de Pesquisa Aplicada no grupo Estácio e pró-reitor de Pós-graduação e Pesquisa na Universidade Estácio de Sá, e Fátima Freire Dowbor, pedagoga, filósofa, pela Universidade de Coimbra, Portugal, filha de Paulo Freire e membro do Instituto Paulo Freire.

Estácio de Sá vai ampliar instalações

Depois de anunciar na última quarta-feira a aquisição de duas faculdades – uma no Rio Grande do Sul e outra na Paraíba – o Grupo Estácio de Ensino Superior confirmou, durante o Fórum Anual de Docentes 2012, no Rio de Janeiro, a ampliação do campus de Natal. O grupo, um dos maiores em ensino superior da América Latina, vai investir entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões em dois novos prédios até o segundo semestre de 2013. O valor, afirma o presidente Rogério Melzi, vai depender da localização e das condições dos prédios. “O projeto ainda não está pronto”, adianta.

A ideia, segundo o executivo, é aumentar o número de matrículas na capital. Ele só não sabe em quanto. Novos cursos também estão previstos para todas as unidades no Nordeste. Melzi, que assumiu a presidência do Grupo em março, descarta novas aquisições no Rio Grande do Norte, pelo menos num primeiro momento. “A gente quer crescer com o que tem”, afirma. Em menos de três anos, a Estácio, que já era dona da Faculdade Câmara Cascudo, adquiriu a Faculdade de Natal (Fal) e a Faculdade de Excelência Educacional do Rio Grande do Norte (Fatern). O grupo aplicou R$ 34,5 milhões nas duas aquisições em 2011 – mais do que o triplo do que aplicou nas duas aquisições anunciadas esta semana: FARGS, em Porto Alegre, e Faculdade Uniuol, em João Pessoa.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas