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Carências vão além do setor de energia

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Problemas relacionados à qualificação profissional são vistos como limitadores de crescimento do Brasil e vão muito além do setor de energia. Pesquisas recentes mostram que o país enfrenta deficiências na educação básica, nos ensinos técnico e superior e que isso é considerado um “gargalo” para as diversas atividades produtivas.
Parque eólico na divisa do RN com a Paraíba: pesquisas recentes confirmam que vários setores, inclusive o de energia, enfrentam deficiências desde a educação básica
“As empresas estão reclamando muito da formação de mão de obra e estão tendo que investir em treinamento para suprir isso”, diz o professor e pesquisador do núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Renato de Sousa.

Uma pesquisa coordenada pelo núcleo – divulgada este ano – mostra que a escassez de profissionais capacitados é a maior dificuldade para contratação de pessoal, de acordo com 83,23% das empresas. Deficiências na formação básica dos candidatos vêm em seguida.

#SAIBAMAIS#Os pesquisadores consultaram 167 empresas de diversos setores, que representam 23% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Representantes de atividades como mineração, construção civil, agronegócio, varejo e energia foram ouvidos e confirmaram a existência de problemas em todas as regiões do país.

Para 66% dos entrevistados, os profissionais de nível técnico são os mais difíceis de contratar – perdendo apenas para a função de compradores, citada por 72%. O percentual relacionado aos técnicos, no entanto, supera o registrado na pesquisa anterior, de 2010, quando a dificuldade para admiti-los foi apontada por 45,38% das empresas. Eles são citados, ainda, como a posição de qualificação mais “precária” entre todas as pesquisadas.

O número de matriculados nesse tipo de curso tem aumentado, mas há um descompasso entre a formação e as necessidades do mercado, segundo o coordenador da pesquisa. “As matrículas na educação profissional passaram de 780 mil, em 2007, para mais de 1,3 milhão em 2012, no país. Você vê que o número aumentou muito, mas como a indústria também está crescendo, essa formação consegue suprir apenas 10,6% da demanda”, calcula.

A “Sondagem Especial – Falta de trabalhador qualificado”, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em outubro do ano passado, também chama a atenção para as carências existentes no Brasil.

Barreira

Realizada junto a 1.761 empresas, a Sondagem indica que 81% avaliam a baixa qualidade da educação básica como maior barreira para qualificar os empregados. “A reduzida oferta de ensino profissional e deficiências no ensino superior” também são vistas como gargalos que, segundo a CNI, “limitam a capacidade de inovar das empresas e sua produtividade, com impactos sobre a competitividade do país”.

Entre as hipóteses já levantadas para a falta de trabalhador qualificado está a de que conhecimentos e habilidades obtidos pelos trabalhadores na educação formal não atendem ao que os empregadores desejam. Outra possibilidade é a de que a carência de mão de obra qualificada decorra da falta de formação básica geral.

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