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Carlos Barreiros: “Consumidor está mais exigente”

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MUDANÇA - Diretor geral da Jet, Carlos Barreiros, diz que a programação da Net é mantida e novos serviços são agregados

A tendência de pacotes envolvendo vários serviços não ocorre apenas com a telefonia celular, mas também com as empresas de tv por assinatura. O mercado brasileiro ganhou uma nova empresa, a Jet, que já chega com esse perfil, de agregar Internet e telefonia. Na verdade, a Jet é uma marca nova, mas com um produto conhecido, já que no Rio Grande do Norte anteriormente a mesma programação era comercializada com a marca Net. O que muda? A nova empresa continua com a programação da Net Brasil, mas agrega novos serviços. “Se na outra marca nós tínhamos que pedir licença, nesse momento passo a ter minha marca e defino as estratégias”, comenta o diretor geral da Jet, Carlos Barreiros.

Ele observa que a nova empresa já “nasce grande”, com atuação na Amazônia, Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte, Alagoas, Paraíba, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. “Queremos transformar a Jet na maior empresa de tv por assinatura do Brasil”, afirma o empresário, ao falar dos sonhos.

Mas ele admite que é difícil competir no mercado de Tv por assinatura, onde já estão grandes marcas: “aí é que está o grande desafio”, ressalta.

Na análise do mercado, Carlos Barreiros aposta que com a chegada da TV digital o consumidor se tornará mais exigente. Para o diretor geral da Jet, a fase atual é de transição: “Para quem trabalhar com TV  por assinatura o que muda é pelo fato do consumidor se tornar mais exigente e quem já está no mundo digital tem uma vantagem do consumidor migrar logo para ele. A medida que a TV digital vai expandindo o consumidor não vai querer saber de analógica até porque ele (a TV analógica) já é do século passado”, observa ele. Sobre a chegada da nova marca de TV por assinatura, o mercado da TV fechada e os novos negócios, Carlos Barreiros concedeu a seguinte entrevista a TRIBUNA DO NORTE.

Tribuna do Norte – O que muda de Net (a antiga empresa que eles representavam) para a Jet?
Carlos Barreiros –
A inovação que trazemos já é um grande nome, já começa por isso. A segunda coisa é a atitude nas nossas pessoas, de terem a sua marca também. Net era uma marca terceirizada, franqueada.  O que temos agora é continuar levando e carregando na TV por assinatura. Net também é uma TV por assinatura. Mas nós não somos só isso. Somo uma empresa que oferece TV por assinatura, Internet em banda larga e telefonia IP. Com a Net eu não conseguia que representasse tudo isso. Com Jet eu tenho uma marca que representa tudo isso. É muito mais uma questão de levantar a marca e dar uma vantagem na abordagem no mercado do que qualquer outra coisa. Além disso, tenho a Jet TV, Jet Internet e a Jet de telefone.

Ampliando o segmento de atuação, o seu poder de concorrência se torna maior.
Com certeza. Eu passo a ter minha marca, a marca é nossa, somos donos de todo processo “branding”. Se na outra marca nós tínhamos que pedir licença, nesse momento passo a ter minha marca e defino as estratégias. A segunda coisa é que, muitas vezes, eu não podia usar a marca Net porque em outros mercados a marca Net pertencia a um outro operador, eu já tinha que colocar outra marca no Estado. O que temos é uniformidade e podemos pensar nacionalmente dentro daquilo que seja nosso negócio.

Embora o senhor passe a trabalhar com a marca Jet, a Net continuará no mercado. Isso não seria um fator complicador para o cliente assimilar uma nova marca?
Continuaremos comprando o conteúdo da Net Brasil. A Net tem o melhor conteúdo de TV por assinatura no Brasil.

Não é complicado deixar uma marca já conhecida para lançar uma nova marca em um mercado competitivo e com fortes empresas?
Esse é o grande desafio. É mais apaixonante por isso.

Nesse mercado de TV por assinatura o que define o cliente na escolha da empresa?
Grande pergunta. São múltiplos fatores. A primeira delas é uma abordagem local. É preciso ver se a empresa vem numa postura local ou numa postura de empresa muito grande. Filosoficamente somos uma empresa local. Somos uma empresa aqui no Rio Grande do Norte, do Rio Grande do Norte, feita por gente do Rio Grande do Norte.

E a empresa chega na Paraíba, por exemplo, nesses mesmos moldes de “local”?
Exatamente do mesmo jeito. A minha equipe é local, sempre contratada localmente e sempre carrego o conteúdo local. Isso já me faz diferente da maioria das empresas. Diferente por exemplo da Sky, que tem o mesmo conteúdo que eu tenho, mas não tem o conteúdo local. Eu sou local e eles não. Do concorrente Cabo nesse momento, por exemplo, nós somos uma empresa digital. A Cabo é uma empresa analógica, está um pouco atrasada e em algum momento terá que digitalizar e oferecer com isso  mais qualidade de som e imagem e a interatividade que a digital traz. Temos que agregar mais outros negócios. Hoje é muito comum as residências receberem uma fatura para TV, Internet e telefonia. São itens que fazem parte da bolsa daquela casa. Queremos ser uma empresa que preenche tudo isso. Temos a melhor TV por assinatura do mercado, temos internet que não digo ser a melhor, mas é extremamente competitiva e vamos ser um operador de telefonia IP. Eu sou “triplo play”. É isso que perseguimos. Na Jet queremos ser uma empresa digital, que já somos, um triplo play e somos agora uma outra coisa ser uma empresa “wireless”. Queremos ser completamente sem fio. Acreditamos que o futuro pertence ao sem fio.

Mas falando de preço, outras concorrentes da Jet oferecem mensalidades menores. Entre preço e qualidade o consumidor opta por qual?
Acho que tem bolso para tudo. Tenho que fazer a equação de valor. Tenho que trabalhar valor muito mais do que preço. Qualidade para nós é um item que está sempre em primeiro ponto. Nossa marca Jet quer representar qualidade acima de tudo, velocidade no que fazemos e felicidade. Quando falamos em felicidade é porque queremos entregar os melhores produtos, nos melhores preços. Essa é uma equação que precisa ser feita. Mas é necessário olhar também para o fato de que sou digital, tenho Telecine, Sportv, Multishow, Globonews. Meu concorrente não tem. Então ele vai ter que cobrar menos porque meu conteúdo é muito melhor que o dele.

Mas nessa equação feita pela sua empresa, o senhor conseguiria valores competitivos para disputar com os concorrentes? Ou alcançaria um preço melhor agregando a TV, Internet e telefonia?
Sim. Nós temos pacotes que vão de R$ 49, de R$ 79, de R$ 99 e de R$ 129 (com todo conteúdo disponível). Esses preços são competitivos com nossos concorrentes e com a diferença que tenho um conteúdo muito melhor.

Com a chegada da digital o que mudará no mercado da TV por assinatura?
Para quem trabalha com TV por assinatura o que muda é o fato do consumidor se tornar mais exigente e quem já está no mundo digital tem uma vantagem do consumidor migrar logo para ele. A medida que a TV digital vai expandindo o consumidor não vai querer saber de analógica até porque ele (a TV analógica) já é do século passado. Estamos no século XXI e esse século é digital, é o século da banda larga. A banda estreita ficou no século passado. Cada vez se busca mais informação, baixa-se dowload, a população cada vez quer mais informação, velocidade. O que vai mudar é que o consumidor se tornará mais exigente e isso a Jet já oferece. Somos ganhadores.

Na TV por assinatura os preços das mensalidades sofreram uma redução ao longo dos anos. Isso apontaria para uma proliferação maior do produto e uma perspectiva de que o canal aberto pode ficar restrito apenas à população de baixa renda?
Sempre teremos um potencial de cliente a ser atingido. A TV por assinatura é muito simples, quanto mais dinheiro a população tiver, mais acesso e mais desejo pela assinatura ele vai querer. Por que? Qual a diferença da TV aberta e fechada? A Tv aberta tem uma informação que é relevante igual para todos. Todos verão a mesma informação e ela (informação) tem espaço e demanda e sempre terá. Estou falando do Jornal Nacional, das novelas, do futebol e de outros programas de TV aberta. A TV aberta se paga através de anúncio. Enquanto tiver anunciante que queira atender a grande massa teremos TV aberta. O fato dela digitalizar permite modelos de negócios novos que serão explorados. Já a TV fechada é o efeito cauda longa, é nicho. Se na TV aberta você consegue ter lá 8, 10 ou 15 canais, na TV fechada você terá 200 canais. Você terá nicho, terá  programa para qualquer gosto. Alguém quer pagar, paga assinatura para ver matérias relevantes, que são de interesse. Que não são de interesse da massa, mas de interesse da minoria que pode pagar e quer ver aquilo. Sempre terá e cada vez mais a TV por assinatura irá vender.

Mas as pesquisas apontam que os clientes de TV fechada passam mais da metade do tempo de televisão nos canais abertos. Como justificar isso?
Você tem um mix, que já acontece hoje, onde se fala que a maior parte das pessoas que tem TV por assinatura passa 60% na TV aberta. Claro, essas pessoas já passaram 80%. Hoje passam 60% na TV aberta, depois vai passar 40%. Cada vez mais temos mais conteúdo e as pessoas se tornam seletivas, como tem mais oferta, torna-se seletiva e vêem o conteúdo que desejam. Isso ocorre porque as pessoas têm menos tempo, têm mais conteúdo disponível e têm um conteúdo que se encaixa com o seu gosto e seu bolso. Então isso é a parte bonita desse negócio, de ter liberdade de escolha, isso é o que estamos falando.

Seria um momento de transição para uma alavancada maior de clientes para TV fechada?
Estamos em uma época de cada vez mais geração de conteúdo. O país está ficando mais rico e cada vez as pessoas vão comprar mais. Por que se vende hoje mais carro 1.6 e mais carro Sedan? O país está mais rico. As pessoas podem comprar. Daqui a 10 ou 15 anos vamos ver só carrões. As pessoas querem consumir o melhor, a questão é no bolso existir para pagar a conta no final do ano.

Qual a leitura que o senhor faz do mercado do Rio Grande do Norte para TV fechada?
Faço a leitura de um mercado que está crescendo a taxas expressivas e maior que a média brasileira. Aqui no Estado o turismo é algo fantástico, cresce muito, e faz com que o Rio Grande do Norte se posicione como um dos maiores vendedores de turismo do país.

E onde isso agrega nas vendas da TV por assinatura?
Gera emprego, gerando emprego gera receita e com a receita são gerados clientes para nós. E por outro lado com o aumento de clientes criamos mais emprego. Essa é a mola motriz da economia. Não pára.

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