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Carlos de Souza lança sua primeira peça teatral

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CARLÃO - “Existe uma produção local muito rica em Natal”

Isaac Ribeiro – Especial para o viver

Houve um tempo, no passado,  em que os teatros de Natal eram construídos em cercados de palha, a maioria na rua Gonçalves Ledo, Cidade Alta. Precários e improvisados, mas nem por isso mágicos e fundamentais, sucumbiram ao fogo e fizeram história. O jornalista e escritor Carlos de Souza se inspirou nessa época para escrever “É Tudo Fogo de Palha”, sua primeira peça teatral, lançada em forma de livro hoje, a partir das 19 h, na livraria Siciliano do Midway Mall.

O autor pinça fatos históricos, como os incêndios criminosos ou não dos teatros, e os converte em ficção para traçar um panorama dos primórdios das artes cênicas locais; utilizando também elementos da cultura popular.

A trama é introduzida pelo personagem Velho Faceta e gira em torno de um grupo de teatro que monta folguedos para divertir a população da pequena e provinciana Natal — na época em que a Ribeira não contava ainda com a imponência do então Teatro Carlos Gomes, o Alberto Maranhão dos nosso dias. “É um enredo ingênuo”, avalia Carlos de Souza.

Como todo autor que escreve para teatro, Carlão — como é conhecido pelos amigos — também gostaria de ver sua criação encenada nos palcos da cidade. De acordo com o texto na “orelha” do livro, a idéia original era fazer com que a peça fosse montada por grupos amadores, estudantes ou por qualquer pessoa que se interessasse pelo teatro popular. “Diante do monumental descaso com relação ao seu texto, ele decidiu publicar a peça e oferecê-la, assim mesmo, ao povo potiguar.”

“O livro não tem pretensão nenhuma, mas gostaria que ele fosse lido pelos jovens. Além disso, não é preciso muita coisa para se montar uma peça. Agora, se o texto for montado por profissionais, algumas qualidades aparecerão.”

Autor percebe escassez de textos potiguares

Carlão percebe que é muito raro um autor local ter alguma obra sua encenada pelos grupos  potiguares e que há poucos textos teatrais lançados em livro por aqui. Mas se depender do autor, não vai faltar material original. Ele já tratou de finalizar mais um volume nessa área. Transpôs para o teatro a novela beatnik “Crônica da Banalidade”, seu primeiro livro, a partir de uma dica do poeta Miguel Cirilo, seu amigo, já falecido.

Autor comenta teatro produzido em Natal

Dos pequenos teatros de palha da Cidade Alta até hoje, muita coisa mudou nas artes cênicas potiguares. Carlos de Souza elogia a resistência e as boas programações apresentadas pela Casa da Ribeira, bem como o talento do grupo Clowns de Shakespeare. Sobre o Teatro Alberto Maranhão, ele acredita que deveria haver uma companhia fixa além de um calendário de pautas voltado para a produção local. “Vejo muitas peças caça-níqueis com atores globais, que montam um besteirol com o custo mínimo e vêm para cá. Isso não dá substância ao nosso teatro”, analisa o escritor. “Existe uma produção local muito rica em Natal; grupos jovens de grande qualidade, que poderiam se profissionalizar se fossem para o Rio de Janeiro.”

Ele destaca também o trabalho do dramaturgo potiguar Sebastião Vicente, reconhecido e premiado em nível nacional. Carlos de Souza nasceu em Areia Branca e já publicou os livros “Crônica da Banalidade” (1988) e “Cachorro Magro” (1999).

Serviço:
Lançamento do livro “É Tudo Fogo de Palha” (Editora Sebo Vermelho), de Carlos de Souza. Hoje, a partir das 19 h, na Livraria Siciliano, Shopping Midway Mall.  Preço: 20 reais. Informações: 3222 4722.

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