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Carlos Saldanha fala de ‘A Era do Gelo 4’, que estreia hoje

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Luiz Carlos Merten

Numa conversa por telefone, do escritório de sua empresa Blue Sky em Nova York, Carlos Saldanha explica por que não dirigiu o quarto filme da franquia “A Era do Gelo”, que estreia nesta sexta no País (em 1.100 salas!). Nos EUA, será somente dia 13. “Já havia dirigido os três primeiros e começava a me repetir. A série precisava de sangue novo.” Foi assim que surgiu “A Era do Gelo 4”, assinado por Steve Martino e Mike Thurmeler. Saldanha revela que ficou como estepe, um supervisor artístico para aconselhar os realizadores em casos de dúvidas ou dificuldades, mas admite que trabalhou bem menos do que os seguidores das aventuras de Manny, Sid e Diogo poderiam pensar. Martino e Thurmeler deram conta do recado. Ele adorou o resultado como espectador, e não apenas como produtor/supervisor “É o filme que queria ver.”
A Era do Gelo 4 estreia em 1.100 salas no Brasil duas semanas antes que nos Estados UnidosSua felicidade se estende ao sucesso da Blue Sky. A empresa, especializada em tecnologia de CGI (imagens geradas por computador), ingressou num esquema industrial e está conseguindo lançar um filme por ano, sem prejuízo da qualidade nem da criatividade. Cresceu tanto nos últimos anos – “A Era do Gelo”, o primeiro, estreou em 2002 – que hoje tem cerca de 500 funcionários, entre criação e marketing – um número considerável, mas que não impede que as pessoas ainda se conheçam. O estúdio, propriamente dito, fica em Nova York, ou melhor, em Connecticut, na Grande NY. A parte executiva fica em Los Angeles, abrigada no prédio da divisão de animação da Fox. Saldanha tem vivido na ponte aérea NY/LA. Não tem vindo ao Brasil tanto quanto gostaria. A última vez foi no fim do ano, para o Natal em família. Espera voltar em julho.

O que uma franquia como “A Era do Gelo” ainda pode oferecer de novo? Há o filme, claro, mas há outro elemento que Saldanha não podia prever, na hora da entrevista. Como ele disse, a busca da emoção é essencial na série toda e este filme é centrado na relação de Manny com a filha, de quem é separado, logo no começo E tudo ocorre por culpa de Scrat, que, de cara, está correndo atrás de sua avelã. Desde o primeiro filme, ele virou, por assim dizer, o fósforo que deflagra a chama de “A Era do Gelo”, mesmo que a ação, depois, seja levada pelo trio Manny/Sid/Diogo. Scrat provoca a divisão dos continentes?

É hilário, e mais importante – quando aquela brecha no gelo separa pai e filha, a mãe conhece suficientemente o marido para saber que Manny é um mamute cabeça-dura, que não sossegará enquanto não reunir a família. É o mais americano dos temas – aqui incrementado pela incorporação dos piratas. “É um tema muito forte na cultura norte-americana, que o sucesso da franquia Piratas do Caribe renovou”, avalia Saldanha. Emoção, portanto. E ação, e humor, e até uma pitada de sentimentalismo.

Entrevista

Teremos “Rio 2”?

Infelizmente não posso antecipar nada, porque o anúncio tem de ser feito pelo estúdio. Mas é claro que estamos trabalhando nisso. O sucesso do 1 foi muito grande para que a Fox e a Blue Sky não se interessassem em dar continuidade à história.

Além de “A Era do Gelo 4”, o que vem por aí, da Blue Sky?

Entramos nesse processo de lançar um filme por ano e já temos, para 2013, Épico, dirigido pelo Chris Wedge, de A Era do Gelo e Robôs. É sobre adolescente transportada para uma floresta encantada, onde ocorre uma batalha entre as forças do bem e do mal. O trailer já está na internet e você pode confirmar que o visual e a trilha (a canção The Lightning Strike, da banda Snow Patrol) fazem jus ao título. É mesmo um épico.

Nada de Brasil nos seus projetos de animação?

Tem o Rio 2, mas sobre isso não posso falar. E entre meus vários projetos tem um de que gosto muito, sobre o jumento Dagoberto, mas aí a inspiração é espanhola.

“A Era do Gelo 4” é o segundo da série em 3D. É uma tendência irreversível? Tem gente que diz que o 3D é a morte do cinema…

Não creio nisso e cada vez mais grandes diretores pensam em fazer até filmes intimistas em 3D. Na Blue Sky trabalhamos com CGI. Nossas imagens são produzidas por computador, então já trabalhamos, naturalmente, em terceira dimensão. Se os filmes nascem assim, é natural que sejam projetados em 3D. Todo o cinema está mudando, da captação das imagens à exibição. Em pleno processo, acho muito arriscado dizer o que vale ou não. Havia gente que resistia ao som, no final dos anos 1920, mas ele prevaleceu, mudando a sintaxe do cinema mudo. Estamos nos adaptando a essas novas mudanças.

Qual foi o último filme que você viu nos cinemas?

Fui ver Valente, a nova animação da Pixar, nossa concorrente. É muito bonitinha, e tem uma heroína fora do padrão. Acho que vai agradar.

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