Não se trata de um bloco carnavalesco que desfila nas passarelas da Serra Gaúcha, tampouco de algo semelhante em Bento Gonçalves, Monte Belo do Sul ou Garibaldi, as três cidades que integram a Denominação Vale dos Vinhedos. É, para mim, certamente, algo mais interessante. Apesar de não ser avesso ao carnaval, também não sou um folião confesso. Por isso ao invés de correr atrás dos blocos, das troças e dos trios que invadem as cidades de Natal, Recife e Salvador no carnaval, preferi me embrenhar pelos vinhedos e vinícolas do Vale dos Vinhedos, gastando prazerosamente a minha energia de copo em punho, e sentidos alertas, degustando na passarela de rótulos a farta oferta de vinhos que me foram gentilmente apresentados pelos produtores, perfazendo um total de 71 vinhos provados entre os dias 2 e 6 últimos. Dentre as 8 vinícolas visitadas, em perfeito acolhimento por parte de enólogos, diretores e produtores, e dos vinhos provados das barricas e das garrafas, o ganho em litragem e a experiência, foram verdadeiramente enriquecedoras.
Senhor Edgar, Lucas e o colunista Gilvan Passos
E o melhor é que quase tudo fora registrado em vídeo, para publicação pós edição nos canais de mídias sociais. Dentre as jóias provadas, constaram vinhos caros, raros, das safras mais recentes e velhos, estes apanhados diretamente das caves, com 2 e 3 décadas de vida, e ainda impressionantemente inteiros nessa longa jornada. Impressionou-me a longevidade do bom vinho brasileiro, cabendo considerar aqui a forma como foram guardados e como foram produzidos a mais de 2 décadas atrás. Quero registrar nessa matéria a atenção, a consideração e o pronto atendimento dos enólogos, diretores e produtores das vinícolas: “Valmarino” (Guilherme-diretor comercial e Marcos Salton-enólogo e diretor técinico), “Almaúnica” (Marcio Brandelli – diretor técnico), “Don Laurindo” (Ademir e Moisés Brandelli proprietários), “Vinícola Miolo” (Leandro Sulzbach gerente de Marketing), “Lídio Carraro” (Juliano Carraro – diretor comercial), “Marco Luigi” (Leonardo Luigi – enólogo e diretor técnico), “Casa Valduga” (Maicon Zanotto – gerente comercial e Lucas Simões – enólogo), e “Vinícola Dal Pizzol” (do caríssimo amigo e diretor Antônio Dal Pizzol). A análise que faço de como me senti na quarta-feira de cinzas, quando tudo terminou é que, tudo representa um ganho para mim. Ganho de experiência, ganho de litragem, ganho em relacionamento, ganho em descobertas, ganho em aprendizado, enfim, ganho geral. Daí a importância da reflexão sobre tudo que fazemos na vida. E o seu carnaval, como foi?
Locanda di Lucca, uma Experiência Enogastronômica prá lá de aqui Se você é um apreciador da boa mesa e for a Bento Gonçalves de passagem pela rota do “Caminhos de Pedra”, não deixe de visitar a Locanda di Lucca, o restaurante da mais fina gastronomia local. Lá saboreia-se pratos de apurado requinte artesanal, com ingredientes frescos sazonais (da estação), produzidos de forma sustentável por colonos, e uma família de talentosos imigrantes italianos, capitaneada pelo jovem Lucas (Lucca), pelo seu pai, Edgar Luis Giordani e sua mãe Marilei. A chegada, somos recebidos com a tradicional música italiana, o acolhimento é impecável, a espera (tomando um espumante) é uma verdadeira preparação confortável para o delicioso menu saboreado no alpendre, em 5 etapas, onde pedi da carta com farta oferta de vinhos orgânicos e biodinâmicos, os vinhos: Talise Sauvignon Blanc 2017, da Vinícola Vallontano, e onde provei o Isabel 2018 Vinun Terra, um vinho biológico produzido pelo Sr. Edgar Luis Giordani, pai do Lucca. A Locanda di Lucca está abrigada numa bela casa de pedra centenária, no meio da mata nativa, com jardim na área externa onde o contato com a natureza nos propicia um perfeito diálogo com natureza, da paisagem ao cardápio. É um local imperdível para visitar o Caminhos de Pedra. Mas é preciso fazer reserva antecipada pelo site: locandadilucca.com ou pelo fone: (54) 9.9711-0424.
