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Carnaval sem rua Vip

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Ramon Ribeiro
Repórter

Festa democrática, o carnaval é o momento de convívio livre e alegre entre as pessoas, em que um de suas maiores marcas é a apropriação do espaço urbano pelos cidadãos. A festa acontece na rua. E a rua deve estar livre para o povo. Na retomada do carnaval de Natal, apesar de um ou outro incidente, tudo tem andado dentro dos conformes nos vários pólos carnavalescos.
Com a quantidade de blocos nas ruas, prefeitura emite nota onde alerta para a proibição de cercamento de áreas públicas
Nos seis pólos organizados pela Prefeitura de Natal, a programação é de livre acesso a população. Além disso, os editais para blocos são restritos às agremiações abertas, sem corda nem camisas de participação.

Com o crescimento do carnaval da cidade, foi ligado o alerta com relação a apropriação privada de espaços públicos. Nesta semana o executivo divulgou uma nota reforçando que festas e blocos realizados em áreas públicas devem ter livre acesso. Segundo a nota, “a Licença de Uso do Espaço Público (LUEP) expedida pela Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) para realização de eventos em áreas públicas, não concede aos promotores da festa o direito de cercar e obstruir o acesso de pessoas ao espaço público”. O descumprimento ao comunicado poderá levar a invalidação da festa e a penalidades previstas em lei, como o final do evento.

Projeto que promove a saída de 10 blocos (dentre novos e antigos) pelas ruas de Petrópolis na sexta e domingo de carnaval, o Grandes Carnavais prevê a chegada dos foliões no palco montado na Praça Cívica. No local, haverá uma área lateral cercada para quem comprou as camisas dos blocos onde o folião poderá assistir aos shows – cerca de duas mil pessoas.

“Essa área não será na frente do palco. Os shows são abertos a população, toda a rua em frente o palco, a Trairí, estará aberta. Está tudo nos conformes”, explica Sérgio Fernandes, um dos idealizadores do Grandes Carnavais.

Segundo Sérgio, o alerta da prefeitura não tem a ver com o seu projeto. “Houve uma confusão com um bloco que fechou o Largo do Atheneu no último sábado (11), dificultando as pessoas que não compraram a camisa de acesso a circular pela área”, diz, se referindo ao bloco “Segura Que Deu Onda”. “O Grandes Carnavais está todo acertado para sair. Já tivemos conversas com a STTU e SEMURB”.

Pequenos espaços para parcerias
Para Sérgio Fernandes, um dos organizadores do projeto Grandes Carnavais, o alerta é importante, mas a prefeitura poderia ser um pouco mais aberta para negociar estrategicamente alguns pequenos espaços. “Em Pernambuco, um dos maiores carnavais do Brasil, durante o Galo da Madrugada o Centro Histórico fica fechado por camarotes”, diz, acrescentando que em alguns estados há uma taxa que os realizadores pagam pela ocupação do solo. “Para a viabilização de alguns projetos é preciso recorrer a venda de camisas e para isso a gente precisa oferecer algum tipo de atrativo, como lugar próximo ao palco depois da passagem do bloco, senão não faz sentido”.

Viabilizado por renúncia fiscal através da Lei Djalma Maranhão e pela venda de camisas dos blocos, Sérgio conta que, com exceção do Monobloco, em que a prefeitura bancou metade do cachê, todos as demais atrações do palco da Praça Cívica na sexta e no domingo estão sendo pagas pelo Grandes Carnavais, via lei. Dentre os artistas estão as banda Detroit, Bangalafumenga, Sueldo Soares, Pedrinhos Mendes e outros.

“O palco é da prefeitura, os shows são abertos, até mesmo os da concentração (Largo do Atheneu), e os blocos também saem sem corda, apenas com camisa, mas qualquer pessoa na rua pode acompanhar. Arcar com tudo isso tem um alto custo. São vários artistas envolvidos que precisam ser pagos”, diz. “Para viabilizar toda a estrutura e pagar todos os artistas a gente precisa vender as camisas. Essa venda banca 20% dos custos. E para isso, negociamos com a prefeitura uma área lateral para assistir aos shows no palco da Praça Cívica. Poxa, estamos trazendo as atrações. A área do show comporta um montante de 15 mil pessoas. Em nenhum momentos vamos impedir o ir e vir das pessoas”.

Revitalização
Sérgio lembra que Petrópolis vinha há alguns anos atrás sem carnaval. O tempo áureo foi na década de 70. Mas com o enfraquecimento do carnaval, os moradores estavam indo para outros lugares. Hoje, com a retomada e o crescimento do carnaval da cidade, o bairro tem buscado criar meios de entrar na folia também.

“O Grandes Carnavais, assim como os outros blocos da região, tem ajudado a revitalizar o carnaval em Petrópolis. Antes tinha só a abertura na quinta-feira. Ano passado teve uma segunda data, na sexta. Em 2017 já são três dias, quinta, sexta e domingo”, comenta. “Do mesmo modo que Ponta Negra se desenvolveu a partir dos blocos de rua, esperamos que o carnaval de Petrópolis seja um dos  principais pólos de Natal em poucos anos, gerando emprego e renda. O Grandes Carnavais está envolvido com esse processo. Nossa ideia é somar”.

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