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Casal argentino percorre o mundo em busca de sorrisos

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Arthur Barbalho e Aura Mazda
Repórteres

Dar a volta ao mundo pregando cidadania por meio de brincadeiras. Essa a proposta do argentino Facundo Mattos, de 30 anos. O administrador decidiu abandonar tudo com o objetivo de fazer crianças sorrirem. Assim, surgiu a “Expedición Sonrisa” (Expedição Sorriso). “Queremos transmitir e oferecer às crianças que foram privadas de seus direitos algo diferente. Transmitir valores humanos brincando”, explica ele.
Argentino Facundo Mattos e a namorada percorrem países da América há mais de 11 meses
A ideia do argentino surgiu durante uma viagem em 2005. “Eu fiz uma viagem de bicicleta pela América do Sul, que durou três anos. Nessa viagem eu comecei a visitar escolas e ter contato com as pessoas. O objetivo era ir até o México, mas só fui até o Equador, pois tive que terminar essa viagem por causa de um acidente de parapente que sofri, onde quebrei uma região da coluna. Assim, não pude mais andar de bicicleta. Mas aquelas visitas que fiz em escolas me fez pensar que eu deveria continuar. Como eu não podia mais pedalar, decidi que daria a volta ao mundo de carro e que iria levar alegria para as crianças, daí a ideia do pula-pula”, conta ele.

Com a viagem planejada, ainda faltavam recursos. Formado em administração de empresas, o argentino natural de Buenos Aires começou a trabalhar em uma construtora. “Fiz isso por seis anos. Nesse período, consegui juntar o dinheiro para comprar o carro, a estrutura e o que eu precisaria para gastar durante a expedição”, diz Facundo, que também conta com o dinheiro do apartamento em que vivia na capital argentina. “Tenho o básico. Uma estrutura pequena que permite preparar comida, tomar banho, uma cama desmontável. Minha casa é o carro”, completa ele, que viaja junto com a namorada, Yasmin Scarpa, de 33 anos.

Com o dinheiro para manter a aventura e o carro adaptado, Facundo partiu de Buenos Aires com destino ao sul da Argentina. Passou por Ushuaia (última cidade do continente, no extremo Sul da Patagônia), Antártida, Chile, Bolívia, Paraguai e agora o Brasil. “Minha primeira cidade no Brasil foi Dourados, no Mato Grosso do Sul. Lá foi onde estive na primeira viagem. Desde então, estamos há dois meses no país e já passamos por vários lugares”, diz.

Apesar ter rodado quase toda a América do Sul em 11 meses,a principal recordação da viagem até o momento aconteceu no Rio Grande do Norte. “Foi em Pipa. Estivemos lá essa semana e fomos à Escola Municipal Domitila Castelo da Silva. Haviam 300 crianças e quando montamos o pula-pula apareceu um menino que estava em uma cadeira de rodas, pois não tinha o movimento das pernas. Aquilo me emocionou pois eu estive muito perto de estar naquela situação depois do acidente (na ocasião, Facundo ficou quase um ano sem andar). Então ficamos brincando com ele no pula-pula  e isso foi algo que me emocionou muito”, explica Facundo.

O argentino conta que não há uma programação para a escolha dos locais das intervenções. “Nós chegamos e perguntamos se podemos fazer nosso trabalho ali. Procuramos escolas, orfanatos e comunidades que não tenham recursos. Trazemos o pula-pula e realizamos atividades recreativas com as crianças. O objetivo é trazer alegria para onde as vezes se tem muita dificuldade.”, diz. “Queremos mostrar valores humanos”, complementa.

Espalhando valores, o próximo destino da Expedición Sonrisa é o Ceará. “Vamos para Canoa Quebrada e de lá para Fortaleza. O objetivo é passar o Natal na Venezuela”, afirma ele, que antes deve visitar ainda a Guiana Francesa, o Suriname e Guiana. “Já estou pensando na segunda fase do viagem, quando vamos sair dos Estados Unidos para a Rússia”, lembra. O objetivo da expedição é poder ver sorrisos. “Só por isso já vale o esforço”, finaliza.

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