quinta-feira, 25 de abril, 2024
32.1 C
Natal
quinta-feira, 25 de abril, 2024

Caso Andréia: Hamilton reage à publicidade do caso

- Publicidade -

ASSASSINATO - Hamilton Thies (dir.) disse, na semana passada, não saber que a nora estava enterrada no quintal de sua residência

A divulgação do desaparecimento de Andréia Rosângela aborreceu Hamilton Thies, pai do sargento Andrei Thies, companheiro da vítima e acusado no crime. No dia 21 de setembro Hamilton ligou para a redação da TRIBUNA DO NORTE para reclamar da veiculação da matéria “Dona-de-casa está desaparecida há 30 dias”, publicada naquela data. A TN foi o primeiro jornal a dar publicidade ao caso com a intenção de ajudar a família da desaparecida, contactada em Recife, e que estava angustiada com a falta de informações. Mas Hamilton mostrou-se chateado e disse, na época, que a família de Andréia era Andrei e sua filha. Portanto, segundo ele, a TN não deveria ter consultado os familiares dela em outro estado.

Hamilton falou com o chefe de reportagem da TN, Hudson Helder, e depois com o repórter Augusto César Bezerra, para questionar a matéria. Ele disse que o texto trazia informações desencontradas, como o horário do desaparecimento. A TN divulgou que Andréia desapareceu às 10h30 quando saiu para comprar cigarro, mas Hamilton disse que foi antes.

Hamilton disse ainda que a matéria citava que a família de Andréia morava no Rio Grande do Sul – onde residem os pais dela. Mas para Hamilton, a família dela era Andrei e sua filha. Chamou atenção no telefonema de Hamilton o fato de ele insistir em saber quem tinha repassado a foto de Andréia para a TN. Se tinha sido a polícia ou os  parentes de Andréia. Ele perguntou e mostrou-se preocupado em saber o nome da fonte, não revelada pela reportagem. Na época, a TN informou apenas que um parente de Andréia que mora em outro estado havia fornecido a fotografia, sem declinar nomes.  Agora, com a localização do corpo, fica claro que Hamilton ligou para a TN com a finalidade de obter informações sobre o caso. Hamilton confessou que sabia do crime desde o dia 22 de agosto – data do desaparecimento – mas manteve um pacto de silêncio para sustentar a história do desaparecimento.

Sargento Andrei mantinha despesas da família Thies

O delegado Raimundo Rolim confirmou que o sargento Andrei Thies, 34 anos, sustentava toda a família Thies. Com salário médio de R$ 2.500,00 (de 1ª sargento da Aeronáutica), Andrei chegou a pagar dois alugueis de casas no Cidade Verde e as despesas dele, do pai, da mãe, do irmão, da mulher assassinada e das duas filhas pequenas. 

A dependência financeira de Andrei, segundo a polícia, motivou a família dele a não gostar de Andréia. Ela passou a ser vista como um risco, principalmente, porque planejava se separar e isso poderia resultar numa pensão à filha de um ano que comprometeria parte dos vencimentos do militar.

A polícia acredita em crime planejado.  E que além da guarda da filha de um ano, o aspecto financeiro possa ter sido motivador para o crime. É que Andréia, uma dia antes de ser assassinada, descobriu que a casa alugada no Cidade Verde –  a mesmo onde foi morta –  tinha sido alugada em nome dela sem o seu conhecimento.

Sem emprego

Segundo a polícia, Hamilton não tinha um emprego regular. Ele fazia bicos num depósito que comercializada frutas em Neópolis, na Zona Sul de Natal, e o outro filho dele, Rodrigo, também estava desempregado. A família Thies, segundo relato de parentes de Andréia, chegou a ter muitos recursos, principalmente, decorrente de uma herança paga por uma seguradora em virtude da morte de um membro da família em um desastre aéreo na Bahia.

Familiares do militar evitam conversar com a imprensa

O sargento da Aeronáutica Andrei Thies, seu pai Hamilton e seu irmão Rodrigo, deixaram a Delegacia de Homicídios (Dehom), em Candelária, às 9 horas de ontem, sem falar com a imprensa. Eles passaram todo a noite na especializada, enquanto Hamilton era interrogado.

O militar foi escoltado algemado por homens do Pelotão de Operações Especiais da Aeronáutica (POE) direito para a carceragem da Base Aérea de Natal. Já Hamilton e Rodrigo foram levados a carceragem da Subsecretaria de Defesa Social, também em Candelária, escoltados por policiais civis.

A TN tentou contato com Hamilton e Rodrigo na prisão, mas ambos não concederam entrevista. Eles disseram aos agentes que foram orientados pelo advogado Álvaro Figueira e o delegado Raimundo Rolim para só se pronunciarem após as investigações. Andrei, procurado na base, alegou o mesmo.

Além deles, a mãe de Andrei, Mariana Thies, também está detida. Ela, o marido e o filho Rodrigo foram autuados em flagrante delito, na segunda-feira, pela ocultação do cadáver da dona-de-casa Andréia Rosângela em uma cova de no máximo um metro de profundidade.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas