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Casos de dengue dobram no RN

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Aura Mazda
Repórter

A incidência de Dengue mais que dobrou no Rio Grande do Norte nos três primeiros meses deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. Dados do último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesap), mostram que a cada 100 mil habitantes do RN, 1.098 notificaram suspeita de Dengue em 2016. O índice é 130% maior do que o registrado no ano passado, quando a incidência foi de 477,49 . O Ministério da Saúde coloca o RN como o segundo no ranking de casos prováveis de dengue no Brasil.

O problema atinge cidades de todos os portes. O RN tem três municípios com menos de 100 mil habitantes entre as cinco do País com maior incidência da doença: Guamaré, Cruzeta Parelhas. Na capital, o quadro se repete. Natal é a segunda cidade do País com população entre 500 mil e 999 mil habitantes com maior registro do vírus.
Em 1994, o Estado registrou os primeiros casos de dengue, transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti
#SAIBAMAIS#Os dados podem ser mais alarmantes, segundo o infectologista Luiz Alberto Marinho. O médico atua na área da saúde há 33 anos, e desde o surgimento da doença no RN, em 1994, Luiz Alberto acompanha a evolução da Dengue. De acordo com o médico, mais da metade da população teve a arbovirose nas duas últimas décadas. “Quem vive na Região Metropolitana de Natal, possivelmente  já foi infectado pelo menos uma vez. A doença pode não ter se manifestado, mas a pessoa teve contato com o vírus”, analisou o médico.

O médico destacou o clima tropical e a falta de políticas públicas continuadas são o ambiente perfeito para a proliferação do Aedes aegypti.   Luiz Alberto reclama da programas de programas permanentes e delegado ao poder público como principal responsável  pela proliferação do mosquito em nível nacional e local.  “O Brasil é um país paroxístico, pois só reage em momento de crise. Essa história de fazer campanha não serve para momento que estamos. Pois campanha tem começo, meio e fim, no segundo caso você faz controle permanente. ”, disse Luiz.

“O maior parcela de responsabilidade no combate ao Aedes é do poder público. A população deve fazer a sua parte, mas isso só aconteceria se ela fosse educada, mas não é.  A responsabilidade de educar é dos gestores”, externou o infectologista.

Desde 2014, novas arboviroses transmitidas pelo Aedes preocupam a população do Brasil e do RN: Zica e Chikungunya. Segundo boletim da Sesap,  4.352 casos de “Chiku”, como a doença é conhecida, foram notificados em 2015.   A quantidade de pacientes   notificados com Zika de janeiro a abril deste ano, é 366% maior do que o mesmo período do ano passado. Em 2015, a Sesap registrou 329 casos suspeitos, este ano foram 1.534. Destes, 79 foram confirmados.

O médico Luiz Alberto afirma que a tendência, é de que nos próximos anos, os números continuem alarmantes, “até que no Brasil, saúde seja tratada como uma prioridade”. O infectologista alegou que há três décadas atua na área, e nunca viu o tema ser tratado com rigor. “Somente em uma ocasião eu vejo isso acontecer, que é nos palanques eleitorais em época de eleição. A nossa saúde pública está entregue e falida, só falta reconhecer”, disse Luiz Alberto.

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