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Caxumba: O perigo está no ar

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Isaac Ribeiro
Repórter

Apesar de não termos um inverno rigoroso no Nordeste, as pessoas tendem a ficar mais tempo aglomeradas em espaços públicos, seja para se proteger da chuva ou do frio. E assim, conversam mais proximamente, sob o risco de trocarem pequenas gotas de saliva, facilitando a transmissão de algumas doenças. Entre elas está a caxumba, conhecida popularmente como papeira e cuja maior característica é um inchaço e dores na região do pescoço.
A chegada do tempo frio aumenta o risco de contrair doenças transmitidas pelo ar, como a caxumba
Várias cidades têm registrado aumento nos casos de caxumba; entre elas, Belo Horizonte, Porto Alegre e São Paulo, onde foi notificado um crescimento de 568% neste primeiro semestre de 2016 em relação ao mesmo do ano passado, segundo a Secretaria Municipal de Saúde paulistana.

A situação no Rio Grande do Norte não é muito diferente. De acordo com o infectologista Hênio Lacerda, os casos aqui também estão num crescendo. “Temos, sim, verificado um aumento importante de casos da doença em adultos, semelhante ao que vem sido noticiado em várias partes do país. As doenças com essa forma de transmissão ocorrem mais nos períodos de inverno.

E com o aumento de casos, crescem também as preocupações e curiosidades sobre a doença. Afinal, um inchaço no pescoço pode ser confundido com outras coisas, decorrentes de outros vírus e bactérias.

#SAIBAMAIS#A caxumba é uma doença transmitida por um vírus presente em gotículas de saliva contaminada; espirros ou tosse; que afeta as glândulas parótidas, localizadas próximas às orelhas. É mais comum em crianças, mas pode atingir jovens e adultos — nesses, as complicações podem ser sérias.

Os sintomas começam com febre, dor de cabeça, dores musculares, desânimo, cansaço, náuseas e dores abaixo das orelhas. Geralmente, logo em seguida surge o inchaço no pescoço e mandíbula; inclusive com o aparecimento de gânglios, causando dor ao mastigar e na produção de saliva.

Falta de vacinação
Para se proteger da doença, deve-se tomar a vacina tríplice viral, que protege contra caxumba, sarampo e rubéola, a ser tomada a partir de um ano de idade em duas doses, com intervalo de um mês. A vacina está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para pessoas de até 49 anos de idade.  Para crianças e adolescentes de até 19 anos, as duas doses são disponibilizadas. Já para aqueles na faixa entre 20 e 49 anos, o SUS oferece apenas uma dose.

Segundo com Hênio Lacerda, os casos quem vêm ocorrendo estão relacionados à falta de vacinação nesses pacientes infectados, devido a vacina ter sido introduzida no calendário vacinal apenas em 1996, juntamente com a vacina da rubéola.

“Antes existia apenas a vacina do sarampo. Assim, os pacientes nascidos antes de 1996 e que não foram vacinados posteriormente estão susceptíveis a adquirir, caso entrem em contato com algum portador do vírus. Apenas 1/3 dos pacientes que entram em contato com o vírus se tornarão doentes”, comenta o infectologista, informando ainda que o vírus da caxumba pode acometer outros locais — e não só as parótidas — como as meninges, cérebro, testículos, ovários, audição, coração e pâncreas. “Isso ocorre em até 50% dos casos, dependendo do local.” 

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