O pleito dos clubes integrantes da Futebol Brasil Associados (FBA), entidade que administra a série B do Campeonato Brasileiro, foi acolhido pela CBF que na reunião do conselho técnico com os integrantes do Clube dos Treze (C-13), anunciou que a partir de 2006 entre as séries A e B cairão e subirão quatro clubes. Encarregado de bater o martelo, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira ignorou a proposta apresentada pelos clubes de elite, que queriam a diminuição no número de descensos e pleiteavam juntamente com o representante da Rede Globo, o aumento no número de participantes na primeira divisão para 22 equipes.
A contraproposta do C-13 para demover a CBF da intenção em continuar rebaixando um número grande de clubes, era composta da seguinte forma: em 2006 cairiam dois e subiriam dois, em 2007 cairiam dois e subiriam quatro clubes da série B para A, deixando a divisão de elite com um total de 22 clubes para temporada de 2008. Deste ano em diante passariam a ocorrer três decessos e três acessos nas duas principais divisões do futebol brasileiro.
A guerra travada entre as entidades que administram as séries A e B, pode ser pelo comando dentro do cenário nacional. Fica evidente que a discussão sobre o acesso e o decesso das equipes tornou-se uma briga política. Apesar de contar com 20 integrantes, por ironia, a entidade que administra os direitos da série A conta apenas com treze integrantes disputando a divisão de elite. A continuar assim, o temor é que nos próximos anos eles continuem perdendo espaço para agremiações integrantes da FBA, que por ser uma entidade mais aberta ficaria com maioria na disputa da “primeirona” e poderia exigir os direitos de, também, administrar a competição.
O Conselho Técnico da Série B, a pedido da FBA, foi transferido para o próximo dia 6 (segunda-feira), a convocação oficial já foi distribuída entre os clubes participantes e a decisão mais importante será sobre a alteração na forma de disputa da competição, que passaria a ser por pontos corridos e contaria com turno e returno.
O presidente da FBA, José Neves, está convicto de que convencerá Ricardo Teixeira a mudar a fórmula da competição. O dinheiro necessário para bancar as despesas com transporte e hospedagem dos clubes já foi levantado com a renegociação do contrato com a Rede Globo, fechado em R$ 26 milhões. Além da bancar a alteração, Neves promete verba de R$ 350 mil para os clubes da série B, dinheiro que seria repassado em sete cotas de R$ 50 mil e que permitiria aos clubes realizar alguns investimentos na melhoria dos elencos.
Eurico Miranda faz acusações a RicardoTeixeira
Rio (AE) – A CBF ignorou o apelo dos clubes e impôs ontem a realização do Campeonato Brasileiro de 2006 com o rebaixamento de quatro equipes para a Série B. Por causa do apoio de alguns clubes à CBF, a reunião começou tensa. Com dez minutos de encontro, o presidente da entidade discursou, manteve a determinação de não mexer na competição e saiu sob a desculpa de que precisava viajar. Um minuto depois foi a vez do presidente do Vasco, Eurico Miranda.
“Conselho Técnico é onde se discute o Campeonato Brasileiro, mas este aqui se tornou homologatório. Os clubes não podem decidir nada”, reclamou o dirigente vascaíno.
“Não é possível ter uma disputa onde 20% das equipes serão rebaixadas! Isso foi feito para satisfazer alguma declaração dada por ele de que seria assim. Não importa o prejuízo dos clubes”, acusou Eurico Miranda. Ele ainda disse que o presidente da CBF teria coagido os clubes que “pularam” para o lado da entidade.
Eurico contou que Ricardo Teixeira usou de todos os meios para pressionar os dirigentes dos clubes: citou ameaças de não concessão de empréstimos e até boicote dentro da entidade à agremiação que não aceitasse as normas. Flamengo, Santos, Fluminense, São Paulo, mudaram de lado.