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Ceaf defende VAR para as finais do Campeonato Potiguar

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Alvo de algumas reclamações a intervenção eletrônica se faz cada dia mais importante dentro das partidas de futebol, mas o preço da tecnologia vem impedindo a difusão do aparelho dentro da maioria das competições nacionais. No Rio Grande do Norte, que contou com o VAR na grande final, a determinação do presidente da Comissão Estadual de Arbitragem (Ceaf), Ricardo Albuquerque, é trabalhar para voltar a contar com a tecnologia, pelo menos, nos confrontos decisivos.
Em relação ao Estadual a ideia corrente é trabalhar para garantir a presença do VAR nas finais dos turnos e também do Campeonato
Além de buscar trazer a tecnologia para dentro do futebol potiguar com mais constância, a ideia de Ricardo Albuquerque é aproveitar a grande aptidão apresentada por Pablo Ramon para fazer com que os representantes locais dêem passos cada vez mais importantes dentro do cenário nacional.
Ramon acabou de ser indicado para o quadro internacional da Fifa como árbitro assistente de VAR e o presidente da Ceaf acredita que na Copa de 2026, ele possui uma grande chance de ser um dos indicados pelo Brasil para disputar a competição. Vale lembrar que no Catar não existirá a participação de nenhum representante nacional na equipe de verificação eletrônica. Recentemente o árbitro potiguar participou de um evento promovido pela Conmebol.
“ Nós sempre ficamos muito satisfeitos quando um dos nossos representantes começa a despontar na arbitragem. É interessante ver o Pablo Ramon com bom conceito dentro da CBF, onde ele começa a se destacar como melhor assistente de VAR do país. É sempre muito bom ter um árbitro FIFA em nossos quadros. Outro bom destaque é Flávio Barroca que está trabalhando nas rodadas finais do Brasileirão. Todos esses treinamentos que eles estão sendo convocados são muito bons e acredito que na próxima Copa, o Pablo Ramon poderá estar lá nos representando” , disse Ricardo Albuquerque.
O árbitro potiguar foi o único nordestino na lista de 17 árbitros assistentes de vídeo apresentados pela CBF para reforçar o quadro da FIFA, antes dele o único árbitro local que teve a honra de ostentar um escudo da gestora do futebol mundial no uniforme, foi Milton Otaviano, assistente que faleceu em 2018. Por sinal, quando resolveu fazer o curso de arbitragem em 2007, Pablo Ramon foi aluno de Milton.
Como a perfeição não existe dentro da arbitragem, o trabalho das comissões é manter um trabalho contínuo com a finalidade de, ao menos, minimizar os erros nas partidas. Logo a busca pelo aperfeiçoamento dos integrantes do apito é uma constante, não apenas no Brasil, como no RN, onde a CBF vem contribuindo bastante oferecendo vários tipos de cursos.
Coronel Ricardo Albuquerque é a favor do Var para as decisões
“Nós simplesmente não paramos, estamos sempre estudando, participando de eventos, seminários e cursos em busca de um melhor desenvolvimento. Termina uma competição, é iniciada outra e o nosso treinamento não é suspenso. Apenas em cursos promovidos pela CBF, os integrantes dos nossos quadros participaram de quatro deles. Vale lembrar que no início de dezembro já terá outro. A FNF também investe bem nessa área e já estamos nos preparando para realizar uma espécie de pré-temporada, visando o Estadual do próximo ano que começa no dia 4 de janeiro. As regras estão em constante evolução no futebol e temos sempre de estar atentos a isso, mas essa questão acaba interferindo na padronização da arbitragem. As mudanças ocorrem tanto que os próprios atletas e dirigentes possuem dificuldades para entender o que está valendo”, destacou.
O presidente da Ceaf disse que é por isso que de vez em quando algum membro da arbitragem fica conversando com os atletas antes de começar a partida ou então durante a mesma. Muitos deles não entendem quando recebem uma advertência e os membros da arbitragem então procuram explicar, para que o erro não volte a ser cometido.
“Muitas vezes os árbitros são colocados contra a torcida, por falta de conhecimento das regras. Se é difícil para o pessoal do quadro que vive realizando curso e se preparando, imagina para quem está no campo tomado pela emoção e não se interessa tanto pelo tema. Mas a regra é difícil mesmo, a da mão na bola e bola na mão, é uma que possui várias interpretações dentro da arbitragem. Cada instrutor tem uma visão diferente sobre o tema e dificulta a padronização”, ressaltou o presidente da Ceaf.
A temporada de 2022 não foi considerada boa apenas para os clubes ABC e América, que obtiveram sucesso na busca pelo acesso. Em termos nacionais ela também foi marcante para a arbitragem, uma vez que os representantes locais tiveram espaços para atuar dentro das quatro séries do Brasileirão.
“Eu confio bastante nos integrantes dos nossos quadros, acredito que todos estejam à altura de comandar qualquer partida dentro do nosso campeonato. Vai existir erro aqui ou ali, vai sim, os erros existem porque estamos tratando com seres humanos. Quando você tem de tomar uma decisão em frações de segundos, essa possibilidade aumenta, mas aposto que nenhum profissional vai a campo com intenção de errar, todos vão pensando em realizar uma grande arbitragem e passar despercebido na partida”, disse. Ricardo Albuquerque.
Em relação ao Estadual a ideia corrente é trabalhar para garantir a presença do VAR nas finais dos turnos e também do Campeonato Potiguar. Ricardo Albuquerque salienta que a experiência inédita realizada em 2022 foi boa e que a tendência é buscar manter. “A conta final, convenhamos que é muito cara, mas acredito que o presidente da Federação Norte-rio-grandense de Futebol, José Vanildo, para quem a lisura do resultado de campo é sempre muito importante, irá lutar para presentear o público potiguar com mais esse benefício. Nossa federação já está protocolada como árbitro de vídeo na CBF e temos bons valores que podem trabalhar”, destacou.
O QUE

O sistema eletrônico de apoio à arbitragem conhecido pela sigla em inglês VAR (Video Assistant Referee) tem por objetivo ajudar o árbitro central, no campo de jogo, a tomar decisão em lances considerados duvidosos. O sistema é formado por uma equipe de juízes de futebol. Eles ficam em uma central de vídeo acompanhandos por vários monitores de TV toda partida. 
A equipe conta também com o auxílio de técnicos em vídeos que escolhem os melhores ângulos do lance duvidoso para o replay da jogada. Em uma das margens do gramado, o juiz principal poderá rever o lance em um monitor de TV e tomar a sua decisão.
De acordo com a Fifa, o VAR poderá ser utilizado somente em lances decisivos do jogo que não ficaram claros para o árbitro e seus assistentes às margens do campo. Cabe ao árbitro central solicitar a revisão de um lance. Nesse caso, ele coloca uma das mãos sobre o ouvido para indicar que está consultando o VAR. Se ele entender que precisa revisar a jogada que ocasionou a dúvida, ele faz um gesto com as duas mãos desenhando um retângulo. Ele pode definir o lance apenas com as informações dos auxiliares de vídeo ou consultando o monitor à margem do gramado formar a sua convicção do lance.
Novidade no futebol, o VAR já é utilizado desde a década de 1980 na NFL, a liga de futebol americano dos Estados Unidos. Lá, todas as jogadas de pontuação, duvidosas ou não, são revisadas no vídeo. Além disso, os árbitros podem tirar a dúvida em outros lances, como aqueles em que a posse de bola muda de time ou para saberem se a bola tocou ou não o chão antes que um jogador a agarrasse.
O árbitro de vídeo também é acionado quando um dos técnicos desafia uma marcação de campo. Quando acontece a revisão, o árbitro vai para uma pequena cabine na lateral do campo e assiste a jogada. Nesse momento, nenhum jogador se aproxima dele. A torcida também assiste no telão ao replay da jogada. Não são raras as mudanças na marcação de campo.
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