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Ceasa tem risco de ficar sem hortifruti

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A Central de Abastecimento do Rio Grande do Norte (Ceasa) corre o risco de ficar totalmente sem hortifruti a partir desta quarta-feira (30), se a paralisação dos caminhoneiros continuar ao longo do dia. De acordo com o diretor da Associação dos Supermercados do Rio Grande do Norte (Assurn), Geraldo Paiva, os supermercados do Estado que dependem da Ceasa vão perder R$ 4 milhões, por dia, em vendas sem esses alimentos. A situação já é considerada grave nas redes que recebem hortifruti de outros estados, como o Extra e Carrefour.

Comerciantes de hortifruti da Ceasa fecharam seus boxes por falta de produtos. Ontem, não havia previsão para chegada de cargas

Comerciantes de hortifruti da Ceasa fecharam seus boxes por falta de
produtos. Ontem, não havia previsão para chegada de cargas

#SAIBAMAIS#Nos supermercados ligados a essas duas redes, o impacto atual é sentido com a ausência de alguns produtos. Segundo Geraldo Paiva, as perdas giram em torno de R$ 2 milhões e dobram se a situação for estendida para outros locais. “Se não entrar nada até esta quarta, vai haver o desabastecimento nos locais que dependem da Ceasa”, declarou o diretor nesta terça-feira (29). “Já estamos quase zerados de hortifruti, que duram no máximo dois dias. As carnes e laticínios também não estão chegando nos supermercados, mas tem o estoque que segura um pouco mais.”, concluiu.

Em outros setores da economia do estado, o impacto financeiro já é sentido no dia a dia das indústrias. Algumas chegaram a paralisar a produção por falta de escoamento dos produtos e estoque lotado ou por falta de matéria-prima. É o caso da fábrica do Café 3 Corações, localizada na BR-101 Norte, região Metropolitana de Natal. A direção da empresa parou a produção nos três turnos porque os estoques estão lotados de produtos.

O gerente da unidade industrial, Jorge Cyneiros, afirmou que desde o início da greve, há uma semana, a fábrica não consegue exportar os produtos para outros estados. A unidade de Natal é responsável pela produção de achocolatados e café solúvel para todo Brasil, e do café moído para a região Nordeste. No período, ele estima que a unidade perdeu aproximadamente 40% do faturamento. O levantamento em reais ainda não foi realizado.

“Estamos no período que tem o pico de vendas, que é a penúltima e a última semana de todo mês. Mas não conseguimos transportar a produção e nem produzir mais porque os estoques encheram. Temos insumo, mas não temos espaço”, declarou o gerente. “Não estou totalmente paralisado porque aproveitamos o período para realizar manutenção nas máquinas e outros serviços mais gerais, para ver se diminuímos o impacto”, concluiu.

Algumas fábricas do setor têxtil também paralisaram as atividades esta semana, por falta de matérias-prima, como algodão e fibras, e produtos químicos. Segundo o presidente do Sindicato da Indústria Têxtil, João Lima, os diretores estão dando férias coletivas aos trabalhadores ou adiantando folgas de feriados para diminuir o impacto. Ele optou por não nomear as empresas e não soube mensurar quantas estão prejudicadas a esse ponto.

O setor não está sendo abastecido com materiais necessários para a produção têxtil desde o início da greve, no último dia 21. No entanto, João Lima fez a ressalva que o impacto não é sentido com tanta força por todas as fábricas porque algumas dispõem de estoque de materiais suficientes para produzir de 15 a 20 dias.

Comércio
Os centros comerciais do estado registraram somente 60% da estimativa de clientes aguardados para o período do fim de maio, de acordo com a Fecomércio. A informação foi dada pelo presidente Denerval Sá, que acredita que o fluxo está menor em relação ao ano passado porque as pessoas estão com receio de circular diante da possibilidade de desabastecimento de combustível.

Ainda segundo Denerval, as lojas ainda não sofreram impacto porque contam com estoques grandes, mas a falta de produtos pode acontecer se a paralisação continuar nos próximos três dias. “Mas por enquanto o maior impacto é o fluxo de pessoas menor do que esperávamos”, ressaltou.

A Fecomércio ainda não realizou levantamento em reais do impacto da paralisação dos caminhoneiros. O plano é que seja realizado após a normalização dos serviços, para ter números mais consolidados.

Protestos
Transporte escolar

Os pais de estudantes que utilizam os transportes escolares em Natal poderão ficar obrigados a buscar formas alternativas para levar os filhos à escola nesta quarta-feira (30). A Cooperativa dos Proprietários de Transportes Escolares de Natal (Coopten) informou que os profissionais ligados à entidade farão uma paralisação. Não há a confirmação, no entanto, sobre a adesão ao movimento. Em comunicado encaminhado aos cooperados, a Coopten disse que vai aderir à paralisação nacional contra a política nos preços dos combustíveis no país. Os profissionais foram orientados a informarem os pais dos estudantes sobre a paralisação para que os estudantes não fiquem prejudicados.

Motociclistas
A Ponte de Igapó, na zona Norte de Natal, registrou manifestações dos motoristas e motoboys pelo segundo dia consecutivo. O protesto desta terça-feira (29) começou por volta das 17h e terminou mais de duas horas depois, às 19h30. O trânsito ficou interrompido no sendido centro-zona Norte. Em sua maioria, o protesto era conduzido por motoboys em apoio a greve geral dos caminhoneiros, iniciada há nove dias. Segundo a Secretaria de Mobilidade Urbana (STTU) o trânsito ficou lento, com velocidade média de 7 km/h e um tempo médio de travessia de 55 minutos. Na segunda-feira (28), motoristas de aplicativos de carona compartilhada e motoboys já tinham fechado as pontes de Igapó e a Newton Navarro durante o horário de pico, por quase duas horas.

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