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Celebração destaca o jornalismo de Otto de Brito Guerra

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Tádzio França – repórter

Um homem sereno e ponderado, mas de personalidade ativa e empreendedora. O mossoroense Otto de Brito Guerra escreveu, administrou e advogou em favor do progresso potiguar. Em cerimônia nesta sexta-feira, comemorativa ao centenário de seu nascimento, os feitos do professor, advogado, escritor e jornalista serão lembrados com discursos e o lançamento da segunda edição do livro “Memória Viva de Otto Guerra”, organizada por Tarcísio Gurgel. O encontro é às 17h,  no auditório da reitoria da UFRN – instituição que Otto ajudou a fundar.
Centenário do intelectual terá livro Memória Viva de Otto Guerra.
 A nova edição vem mais rica que a anterior lançada no começo dos anos 80. Além da transcrição da entrevista de Otto no programa Memória Viva, de 1982, o livro conta com apresentação da reitora Ângela Paiva Cruz, uma minibiografia, pesquisa sobre a produção jornalística do homenageado (feita por Tereza Aranha), cronologia (por Gildete Moura), iconografia, e testemunho do advogado e professor Marcos Guerra, um dos 13 filhos de Otto. “A primeira edição era um texto em meio a vários outros. Este é focado em Otto”, ressalta Tarcísio.

Há muita história para contar. “Otto foi um homem de personalidade múltipla. Bacharelou-se em direito em Recife, advogou em Natal, mas não abriu mão de fazer jornalismo. Escrevia sobre os problemas da seca e também sobre assuntos da igreja católica. Foi vice-reitor da Universidade do Rio Grande do Norte ao norte de Onofre Lopes, e atuou decisivamente na consolidação da UFRN. Impressionante como ele fez tudo isso e ainda conseguiu criar 13 filhos”, brinca.

Tarcísio ressalta que a postura equilibrada e serena de Otto Guerra foi fundamental para que a consolidação da UFRN fosse conduzida com sucesso. “O Onofre Lopes era conhecido por ser o mais impetuoso. A personalidade ponderada de Otto, que estava sempre na retaguarda, foi essencial na boa formação da nossa universidade federal”, explica.

Enquanto jornalista, Otto Guerra escrevia preferencialmente sobre os problemas do homem sertanejo às voltas com a seca. Seu pai, Felipe Guerra, foi um dos maiores estudiosos do assunto. “Ele via o jornalismo como uma forma de combater essa situação, daí ter tanto carinho com a profissão”, diz. Na política, Tarcísio Gurgel conta que Otto teve um “namorico” com o integralismo – moda entre intelectuais da época, como Cascudo e Walfredo Gurgel. Mais adiante, se candidatou a senador, concorrendo com Dinarte Mariz e Georgino Avelino; foi derrotado, mas teve uma votação expressiva.

Para Marcos Guerra, filho de Otto, o legado de seu pai é amplo. “Costumo perguntar o quanto seriam diferentes algumas instituições nossas sem a participação dele”, afirma. Otto criou as faculdades de serviço social e filosofia – que se desdobrou nas faculdades de letras e jornalismo.

Serviço: Celebração a Otto Guerra. Sexta, às 17h, no auditório da reitoria da UFRN.  

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