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Centrais protestam contra ajuste

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São Paulo (AE) – A Central Única dos Trabalhadores (CUT) promoveu ontem o Dia Nacional da Paralisação contra a projeto de lei da terceirização, as Medidas Provisórias 664 e 665, e o ajuste fiscal promovido pelo governo federal. As manifestações atingiram todos os Estados do País, segundo a central sindical, e antecedem uma possível greve geral caso não consigam reverter as mudanças trabalhistas e previdenciárias em discussão.

Os Estados mais envolvidos foram São Paulo, Porto Alegre, Ceará, Bahia e Pernambuco. Na capital paulista, ruas e avenidas foram interditadas em várias regiões como Avenida Paulista, Sé, Ponte das Bandeiras, Santo Amaro e Largo do Socorro. Ainda na capital paulista, funcionários e estudantes da Universidade de São Paulo (USP) reivindicaram melhorias salariais em ato do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp).
No ABC Paulista, onde o desemprego cresce, 55 mil pessoas participaram do dia de mobilização contra as medidas do ajuste fiscal
Manifestantes que estavam em frente ao portão principal da universidade tentaram bloquear a Rodovia Raposo Tavares e foram reprimidos pela Polícia Militar, que atirou bombas de efeito moral e balas de borracha. Durante o confronto, um policial militar usou spray de pimenta e deu um soco no rosto de uma estudante de Letras da universidade. Cinco pessoas ficaram feridas e um aluno de Ciências Sociais foi detido.

No ABC, 55 mil pessoas participaram das manifestações. Deste número, 20 mil metalúrgicos e funcionários das indústrias locais De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, 14 mil trabalhadores participaram de protestos pela manhã. A assessoria do sindicato informou que houve paralisação de 24 horas na General Motors, Avibras, TI Automotive, MWL e Blue Tech. Além disso, houve atraso de três horas na entrada do primeiro turno da Embraer.

Em Recife (PE), 11 dirigentes sindicais foram detidos em manifestação no Porto de Suape, na região metropolitana da cidade. Além do complexo portuário, as paralisações atingiram os ônibus e metrôs da capital pernambucana. Entre os detidos estão José Cavalcante, diretor da CUT e secretário de Finanças do Sindicato dos Metalúrgicos de Recife. A central sindical divulgou nota contra a ação policial considerada violenta. “Essa prática nefasta aconteceu durante a ditadura militar, onde trabalhadores e estudantes eram espancados covardemente em manifestações. Aqui em Pernambuco está se tornando uma rotina”, disse o presidente da CUT-PE, Carlos Veras.

Em Salvador (BA), uma passeata de integrantes de sindicatos e trabalhadores de diversas áreas reuniu cerca de 2 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, na tarde passada. A manifestação, que cumpriu o trajeto entre a Avenida Antônio Carlos Magalhães e a sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), passando pela Avenida Tancredo Neves, no centro financeiro de Salvador, foi acompanhada à distância por equipes da PM. A passeata, iniciada por volta das 15 horas, foi concluída às 16h30, sem registros de vandalismo ou de confrontos Apesar da movimentação, o trânsito de veículos não chegou a ser interrompido na região.

Segundo a direção da CUT-BA, participaram da mobilização representantes de professores, bancários, trabalhadores da indústria petroquímica, da construção civil e dos Correios. Eles protestam contra as medidas de austeridade fiscal propostas pelo governo e contra o projeto de lei que prevê a terceirização de mão-de-obra para as atividades-fim das empresas, que tramita no Senado. “Este é apenas o primeiro movimento, que pode evoluir para uma greve geral”, diz o presidente da central sindical baiana, Cedro Silva. “Vamos continuar as mobilizações enquanto eles insistirem na aprovação desses projetos.” Houve ainda paralisações no transporte público em diversas capitais, como Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG) e Porto Alegre (RS).

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