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Centrais sindicais consideram movimento exitoso

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São Paulo (Abr e AE) – As duas maiores entidades sindicais do país – Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical – avaliaram como exitosas as manifestações e paralisações de ontem. Em várias cidades do país, trabalhadores pararam atendendo à convocação de greve geral feita pelas centrais.

Elas afirmam que não contabilizaram números de adesões, mas, segundo a Força Sindical, passou de 40 milhões de pessoas. Dados disponíveis pelas entidades indicam que a última grande greve no País, em 1989, contra o Plano Verão, do governo Sarney, teve 35 milhões de adesões.

“Foi a maior greve da história”, diz o presidente da CUT, Vagner Gomes. “Foi uma resposta ao Temer e ao Congresso de que a sociedade não concorda com o fim da CLT, da aposentadoria e com a terceirização.”

Pressões para que as reformas sejam negociadas vão continuar e uma nova greve geral não está descartada. O próximo passo é tentar convencer os senadores a rejeitarem a reforma trabalhista “Vamos ocupar Brasília para que o Senado não vote as reformas”, avisa Gomes.

A ideia, explica o presidente da UGT, Ricardo Patah, é visitar todos os senadores, em seus gabinetes ou residências. Na terça-feira, dirigentes das nove centrais que se uniram na organização da greve têm encontro marcado para traçar as próximas ações conjuntas.

O presidente da Força Sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, afirma que a greve foi um recado para que o governo abra negociações para se fazer uma reforma “civilizada”, sem retirar direitos conquistados.

Para boa parte dos analistas, o impacto na aprovação das reformas em tramitação no Congresso não deve ser muito forte. Para a consultoria Eurasia, que prevê que tanto a reforma trabalhista quanto a previdenciária sejam aprovadas até julho, as manifestações foram menores do que o esperado. A avaliação é que novos protestos poderão ocorrer nas próximas semanas, mas não devem paralisar o Congresso.

No mercado financeiro, as manifestações não provocaram reações negativas. A percepção dos analistas foi de que a greve não foi suficiente para abalar o andamento das reformas. O dólar fechou o dia em queda de 0,1%, cotado a R$ 3,1787, após subir mais de 1% no início do dia. A Bovespa, por sua vez, fechou em alta de 1,12%, aos 65.403 pontos.

O cientista político e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Cláudio Couto, porém, considera que a greve foi bem-sucedida. Para ele, o movimento tem potencial de influenciar a votação das reformas encaminhadas pelo governo ao Congresso, embora seja difícil fazer um prognóstico sobre qual será esse impacto.

“A paralisação foi grande, principalmente no transporte público, que causa um efeito em cadeia, e na área de educação, que tem efeito na percepção das famílias”, avalia.

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