A Prefeitura de Natal iniciou, nesta terça-feira, 7, os atendimentos no Centro de de Atendimento para Enfrentamento da Covid-19, instalado no Ginásio Nélio Dias, na zona Norte da capital. De acordo com o Poder Executivo municipal, o Centro terá capacidade de atender entre 500 e 1 mil pessoas por dia, e conta com cerca de 50 profissionais atuando na linha de frente.
A ideia, de acordo com o secretário George Antunes, titular da Secretaria Municipal de Saúde de Natal (SMS Natal), é que o Centro seja capaz de oferecer orientações e tratamento precoce para pessoas que apresentem sintomas característicos da fase inicial da doença na zona Norte, que hoje concentra 36,22% de todos os óbitos provocados pelo novo coronavírus em Natal.
Serão atendidos moradores de Natal, de segunda a quinta-feira, das 8h às 16h, e na sexta-feira, das 8h ao meio-dia. Para ser atendido, o indivíduo deve se dirigir ao local com seu cartão do Sistema Único de Saúde (SUS), CPF e um comprovante de residência.
Desde antes do horário estipulado para o início do primeiro dia de atendimento, ao menos 10 pessoas já aguardavam a abertura dos portões na área externa do Ginásio Nélio Dias. A estrutura do local foi montada com divisórias e distanciamento entre as cadeiras de espera, de forma a impedir o contato direto entre os pacientes que aguardam atendimento.
O protocolo do Centro de Atendimento para Enfrentamento da Covid-19 prevê que o paciente passe inicialmente por uma triagem, que vai classificá-lo a partir de seus sintomas e designá-lo ao atendimento médico apropriado, no próprio ginásio. “É uma estrutura simples, e o núcleo de profissionais também é nosso, então o custo não foi elevado. Nós só tivemos que investir mais em medicamentos”, disse o secretário de saúde de Natal, George Antunes.
De acordo com ele, o município já adquiriu R$ 500 mil em Ivermectina, e o valor gasto nos medicamentos pode chegar a R$ 1 milhão. “Estamos comprando mais corticóides e devemos chegar ao investimento de R$ 1 milhão. Não é um investimento alto, mas tem um alcance importante”, declarou Antunes. O valor gasto corresponde à capacidade de oferecer cerca de 20 mil tratamentos com as medicações.
Após o atendimento médico, o indivíduo vai receber um conjunto de medicamentos previstos no protocolo municipal, que incluem a Ivermectina, Azitromicina, Cloroquina e corticoides. Em seguida, ele vai receber orientações farmacêuticas sobre dosagens, efeitos dos medicamentos e necessidade do isolamento durante o tratamento.
“Queremos que ele saia daqui já com seu atendimento e seu medicamento. O tratamento precoce vai evitar que ele chegue num quadro muito grave nas UPAs e, consequentemente, precise de uma Unidade de Terapia Intensiva”, afirmou George Antunes.
De acordo com ele, desafogar as UPAs da zona Norte, a mais populosa zona de Natal, é um dos dois principais objetivos do Centro de Enfrentamento. O segundo, conforme detalhou, é ampliar o debate sobre a covid-19 na região, e explicar os riscos da doença e a importância da prevenção. “Precisávamos passar à população da zona Norte a mensagem de que a doença existe e que as pessoas precisam se preocupar com ela. Há muitas pessoas da zona Norte adoecendo e chegando às unidades em estado grave”, frisou Antunes.
De acordo com o portal do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN), os bairros da zona Norte concentram a maior parte dos óbitos registrados na capital potiguar. São 36,22% do total óbitos, a maior parte deles nos bairros de Potengi, Nossa Senhora da Apresentação e Lagoa Azul.
