sexta-feira, 29 de março, 2024
26.1 C
Natal
sexta-feira, 29 de março, 2024

CER deixa de atender 3 mil pessoas

- Publicidade -

A greve dos servidores da Saúde estadual, deflagrada em 13 de novembro deixou o Centro Especializado em Reabilitação (CER) – antigo Centro de Reabilitação Infantil (CRI), com diversos atendimentos paralisados. Tanto os médicos como técnicos e profissionais de diversas áreas estão com os serviços paralisados. Em três semanas, cerca de 3 mil pessoas deixaram de ser atendidas. O levantamento foi feito pela direção do Centro, com base nos atendimentos que estão paralisados.

Família que veio da zona rural de São Gonçalo do Amarante não conseguiu atendimento para o aposentado Francisco Cardoso, de 85 anos

Família que veio da zona rural de São Gonçalo do Amarante não
conseguiu atendimento para o aposentado Francisco Cardoso, de 85 anos

A diretora Silvana Ramalho reclamou que, apesar da decisão da justiça de 19 de novembro, que determina que 70% dos servidores da saúde, que estão em greve, retornem a seus postos de trabalho, sob multa diária de R$ 25 mil ao Sindicato dos Servidores da Saúde do RN (SindSaúde), pelo menos  80 profissionais, dos 230 pessoas que trabalham no local, estão parados.

Ela afirma que alguns serviços básicos como administração, recursos humanos e refeitório estão funcionando em capacidade mínima para tentar atender às muitas mães que acabam vindo dos interiores para buscar atendimento e, por não terem conhecimento da greve, se deparam com a impossibilidade de receberem tratamento médico para seus filhos. Estão parados os serviços de ambulatório e reabilitação.

“No início da greve os nossos funcionários passaram uma semana parados totalmente, eles voltaram com os 70% porém, não estão trabalhando. Eles vêm para cá e não trabalham, mesmo contra a nossa orientação. A decisão não está funcionando. Só está funcionando em regime de 70% os ostomizados, farmácia e prescrição de cadeira de roda”, alertou a diretora do Centro.

Mensalmente, o CRI realiza cerca de 6 mil atendimentos, número maior do que o total de pacientes, pois muitas das pessoas atendidas no local são consultadas por diversas especialidades médicas diferentes. “Estamos tentando fazer o máximo possível para que essas pessoas que estão desavisadas possam ter o mínimo de assistência ao chegar aqui. Por isso deixamos o refeitório aberto, e estamos tentando disponibilizar alguns serviços, mas há um limite para o que podemos fazer”, completou a diretora Silvana Ramalho.

Após pegar três transportes públicos e um táxi para sair da zona rural de São Gonçalo do Amarante e chegar ao CER, em Tirol, o aposentado Francisco Cardoso Nascimento, 85 anos, recebeu a notícia de que não poderia receber a vacina contra a pneumonia, o motivo era a falta dos serviços, porque os profissionais estavam em greve. A filha do idoso, Erinalda Cardoso, ficou preocupada com a situação porque o pai tem a saúde frágil e precisa do medicamento. “Tentamos ligar várias vezes para saber se o atendimento estava sendo feito, mas os telefones não atendiam”, reclamou a filha.

O coordenador do Servidores da Saúde do RN (SindSaúde), Manoel Egídio, disse que não foi notificado pela direção do CER sobre o problema relatado, e que não foi dada nenhuma orientação para que os servidores descumprissem o que foi acatado pela justiça. “Não fomos notificados pela direção sobre isso. Os servidores estão comparecendo a unidade. Mas uma decisão que só leva em conta o lado do governo, quando os trabalhadores estão sem salário e sem condição em todas as unidades, não é justa”, alegou Egídio.

Telefones sem uso
A falta de aviso, no entanto, teve um fator determinante: há três meses as linhas telefônicas do CRI foram cortadas por falta de pagamento do Governo do Estado, caso que se repete em outras repartições públicas. Funcionários relataram à equipe de reportagem que tentam ligar de seus telefones pessoais para os pacientes, mas que o número de pessoas atendidas é alto, o que dificulta a situação, principalmente diante da falta de pagamento do Governo.

Mais de 150 cadeiras de roda estão paradas em um galpão do Centro, conforme explicou a diretora, porque os profissionais não conseguem avisar às famílias sobre a disponibilidade do equipamento. A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), por meio da assessoria de imprensa, informou que não há previsão para que os pagamentos aos prestadores do serviço de telefonia sejam feito, para que o serviço seja normalizado.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas