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Cerâmicas terão US$ 300 mil para modernização

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Agência Sebrae RN – Poucos sabem, mas a utilização da mistura de serragem com argila é capaz de proporcionar uma economia de até 20% na indústria ceramista. Já a adaptação de fornos com tetos móveis pode servir para aquecer fornos vizinhos ou para secar telhas, enquanto o uso do ar pressurizado otmiza a combustão da lenha. Essas alternativas são algumas das inovações tecnológicas que poderão ser incorporadas às empresas produtoras de cerâmica na região do Seridó a partir deste ano. Soluções que aumentam a produção de artigos de primeira linha de qualidade e, principalmente, reduzem o consumo de lenha, minimizando possíveis desmatamentos do bioma da caatinga, localizado numa área com grave índice de desertificação.

O projeto prevê a modernização da produção de telhas vermelhas e vai beneficiar a  região SeridóA iniciativa faz uma das ações do programa de Eficiência Energética em Ladrilleras (EELA), que, em português, significa ‘Eficiência Energética em Cerâmicas de Pequeno Porte’. A proposta é alavancar o desenvolvimento das empresas produtoras de cerâmica vermelha e que estão em estágio tecnológico pouco avançado, além de contribuir para a implatação de práticas ambientalmente sustentáveis, visando a redução das emissões de gás carbônico. O programa é todo custeado pelo governo suiço, através da Swiss Foundation for Technical Cooperation (Swiss Contact), e envolve sete países da América Latina (Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, México e Peru).

No caso do Brasil, o programa atenderá 120 micro e pequenas empresas produtoras de telha instaladas na região Seridó, que compreende parte do semiárido dos estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba. A região foi escolhida pela propensão ao desmatamento da caatinga e, sobretudo, a existência de cerâmicas com nível tecnológico atrasado. A idéia é dar um novo patamar tecnológico a essas empresas para melhorar a qualidade dos produtos e, ao mesmo tempo, reduzir o consumo de lenha.

A implantação do EELA no Seridó não é à toa. Grande parte da indústria ceramista dos dois estados ainda mantém fornos caipiras, que são os mais rudimentares, e consomem mais lenha. No entanto, na visão dos ceramistas, compensa mantê-los devidos aos custos. Enquanto a implantação do forno redondo custa cerca de R$ 80 mil, o caipira requer um investimento bem menor: R$ 30 mil. Porém, o preço a pagar pela adoção dessa tecnologia primitiva vai mais além. Apenas 2% das telhas produzidas nesses fornos são de boa qualidade e o percentual de telhas quebradas e com defeitos pode chegar a até 20%. Em fornos de melhor qualidade, os produtos de boa qualidade totalizam um percentual próximo a 15%.

Iniciado no segundo semestre do ano passado, o projeto é executado pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT), e conta com a parceria de instituições, como Centro de Produção Industrial Sustentável (Cepis), Senai, Ministério do Meio Ambiente (através do Serviço Florestal Brasileiro), Sindicato da Indústria Ceramista do Rio Grande do Norte (Sindice-RN). O Sebrae ficará encarregado de diagnosticar as empresas e oferecer capacitação em gestão e consultoria para os processos produtivos.

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