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Charles elogia iniciativas contra o desmatamento

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Andrei Netto e Giovana Girardi
Agência Estado

Paris – O príncipe Charles, ativista da luta pela proteção de florestas tropicais, rasgou elogios ontem à política do governo brasileiro de combate ao desmatamento da Amazônia. Segundo o herdeiro da coroa do Reino Unido, o Brasil demonstra que “tudo é possível” quando vontade política e liderança se somam à mobilização da iniciativa privada e da sociedade civil.  As declarações foram feitas no segundo dia da 21ª Conferência do Clima (COP-21) das Nações Unidas, em meio a um discurso que Charles realizou em um evento sobre o combate à devastação de florestas tropicais pelo mundo.
Em Paris, príncipe Charles cita iniciativas brasileiras para a preservação da Floresta Amazônica
O príncipe é um militante do assunto e organizou em outubro passado uma conferência em Londres da qual a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Izabela Teixeira, foi uma das palestrantes.

Em seu pronunciamento, de cerca de 10 minutos, Charles lembrou uma das declarações feitas pela ministra brasileira no evento. “É preciso que haja vontade política e liderança no mais alto nível, como a ministra do Meio Ambiente do Brasil, Izabela Teixeira, afirmou em uma reunião sobre desflorestamento que eu promovi em Londres no final de outubro”, disse ele, se dizendo feliz com o fato de que o encontro que promovera “tenha contribuído para o bom momento dessas discussões”.  “Quando a vontade política e liderança chegam à iniciativa privada e à sociedade civil, tudo se torna possível, como o Brasil e outros começam a demonstrar”, destacou o príncipe.

O País já havia causado bom impacto político na COP-21 na segunda-feira, dia da abertura do evento. Entre as reuniões paralelas que foram conduzidas pela presidente Dilma Rousseff no período que ela esteve em Paris, o governo fechou um acordo com a Noruega para o investimento de mais US$ 650 milhões no Fundo Amazônia, voltado para a conservação da floresta, até 2020. Desde 2008 o país já investiu cerca de US$ 1 bilhão para este fim em solo brasileiro. O País também assinou uma declaração conjunta com mais 14 países que têm floresta tropical assumindo o compromisso com o não-desmatamento.

Os elogios à ação brasileira contra a destruição florestal acontecem no momento em que o Ministério do Meio Ambiente diagnosticou um aumento de 16% no desmatamento entre agosto de 2014 e julho de 2015, um período em que 5,8 mil quilômetros quadrados foram devastados – uma área equivalente a cinco vezes a da cidade de São Paulo. O dado revelou uma reversão na tendência de queda diagnosticada entre 2004 e 2012, quando o índice de desmatamento da área da Amazônia em território brasileiro caiu mais de 83%. Um dos principais compromissos assumidos do Brasil  é zerar o desmatamento ilegal da Amazônia até 2030, além de reduzir em 43% as emissões de gases de efeito estufa.

Ministra brasileira destaca nova posição de Obama
Paris (AE) – A ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira, saudou ontem a posição do governo dos Estados Unidos em favor de um acordo que tenha aspectos “legalmente vinculantes” na 21ª Conferência do Clima (COP-21) de Paris. Isso porque o presidente americano, Barack Obama, admitiu pela primeira vez, que alguns pontos do entendimento que vem sendo negociado em Paris possam ter caráter obrigatório, o que até aqui era oficialmente recusado por Washington. Obama afirmou ontem que as metas apresentadas pelos países como contribuição ao acordo de Paris (as chamadas INDCs), apesar de serem voluntárias, estarão envolvidas em algum mecanismo “legalmente vinculantes”, ou seja, tem um caráter obrigatório. É a primeira vez que o líder americano usa essa expressão.

“Países apresentaram metas específicas e, apesar de elas serem espontâneas, há um mecanismo em que os países estão apresentando ao mundo confirmação de que estão trabalhando nessas metas, que estão alcançando esses objetivos”, disse Obama. “Então, há um único mecanismo de transparência ao qual todos os países estão aderindo e isso é legalmente vinculante.”

Para Izabela Teixeira, ministra que chefia a delegação de negociadores brasileiros na COP-21 em Paris, as declarações são um indicativo de que a posição americana facilita o diálogo. “É uma sinalização clara da vontade política do governo Obama de ter um acordo em Paris. Se isso será suficiente ou não só o processo de negociação dirá. Essa é a dinâmica”, afirmou a ministra. “Certamente eles já indicam o caminho de ter um acordo ‘legalmente vinculante’, que é inclusive a posição do Brasil.”

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