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Chuva causa estragos na Zona Norte

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ESCOLAS - Infiltrações e rachaduras são alguns dos problemas enfrentados

Ruas transformadas em rios, carros quebrados, casas prestes ao alagamento e moradores ilhados. Este é o cenário dos últimos dias em Natal, depois da chuva que vem caindo desde o final de semana. Como geralmente acontece, o estrago maior foi na Zona Norte da cidade, principalmente no bairro de Nossa Senhora da Apresentação.

Na avenida Maranguape com a rua 24 de Março, os moradores tiveram que improvisar barreiras nas portas. O desempregado Severino da Silva precisou juntar areia e paralelepípedos para que a água não tomasse sua casa. “A gente sabe que estão fazendo obras, mas está horrível aqui. Tive que colocar pedras para não entrar água em casa”.

A situação da dona-de-casa, Eliene Aquino, que também precisou organizar barreiras contra a chuva, é bem complicada. “Está insuportável. Não consigo nem guardar meus carros na garagem. Só consegui colocar um carro depois de construir uma rampa de madeira”, desabafou a moradora.

O marceneiro Aldir Nicolau está preocupado porque os clientes estão desaparecendo nos dias de chuva. “O cliente não vem mais porque fica difícil chegar aqui. Além disso, já perdi dois móveis e meu carro está na oficina porque caiu num buraco causado pela chuva”, contou.

Nesse cenário nublado, a lagoa de captação do bairro de Nossa Senhora da Apresentação está prestes a encher. Mas o secretário municipal de Obras e Viação (SEMOV), Damião Pita, afirmou que as lagoas não estão sendo problemáticas durante o período das chuvas. “Não tivemos problemas com as lagoas de captação. O problema que aconteceu foi na rua Norton Chaves em Nova Descoberta, que fica próxima à lagoa. No mais, elas estão todas bem, sem perigo”, afirmou.

Na Zona Sul da Cidade, os problemas se repetem a cada nova chuva. Em  Capim Macio, onde o IPTU é um dos mais caros, diversas ruas foram tomadas pela água e ficaram praticamente intransitáveis. No bairro do Bom Pastor, cruzamentos das avenidas Amintas Barros com Bom Pastor um buraco foi aberto no asfalto.

“Desde a semana passada esse buraco está assim, já caiu um carro aí dentro. Se não vier alguém para fechá-lo com certeza vai tomar toda a rua porque a tendência é continuar a chover. E para piorar, não tem sinalização, nós mesmos improvisamos uns galhos para alertar quem passa por aqui”, disse o empresário Edmilson Marinho.  

De acordo com o boletim de chuvas divulgado Emparn, a chuva que caiu em Natal das 7h da segunda-feira até ontem pela manhã acumulou 25mm. Se somarmos com as chuvas do final de semana vai dar um acumulado de 163,2 mm.

Setor de habilitação do Detran está interditado

A chuva também provocou estragos no Departamento de Trânsito (Detran-RN), onde, desde segunda-feira, o setor de habilitação está interditado, porque a água invadiu as salas do prédio e danificou a rede elétrica, deixando o local sem energia.

 Segundo Flávio Milfonte, chefe de gabinete do Detran, houve um problema de vazamento e infiltração, no prédio do setor de habilitação, o que provocou falta de energia. “O disjuntor queimou quando a  água atingiu a fiação, mas não houve nada mais sério ”, contou.

Diante desse problema, as provas de volante, bem como o expediente dos funcionários estão suspensos desde a segunda. O que causou transtornos para quem procurou o Detran para renovar ou dar entrada na habilitação.

Sebastião Pereira sentiu na pele o problema provocado pelas chuvas. “Vim renovar minha habilitação e vou sair daqui sem conseguir nada. Espero que os serviços se normalizem o mais breve”, contou.

De acordo com o chefe de gabinete do Detran, tudo está sendo feito para que os serviços sejam normalizados hoje.

Chuvas prejudicam  estrutura física das escolas estaduais

Apesar de fracas, as primeiras chuvas que estão caindo em Natal, já afetam a estrutura física de escolas estaduais. Goteiras nas salas de aula, infiltrações e rachaduras são alguns dos problemas com os quais os alunos e professores convivem diariamente.

Na Escola Estadual Rêgulo Tinoco, em Lagoa Nova, duas salas e a biblioteca estão com infiltrações no teto e na parede. “Na semana passada, tive que levar os meu alunos para o auditório da escola porque esta sala estava cheia de goteiras. Por enquanto ainda conseguimos dar aula aqui, mas se a chuva apertar mesmo, vamos ter que encontrar outra sala”, disse a professora de matemática, Verusca Lima.

Na biblioteca, reformada recentemente, a infiltração tomou conta da parede. “Fizeram uma reforma, colocaram uma calha nova, mas acredito que ficou pequena para o volume de água, por isso está causando essa infiltração. Mas a nossa escola é uma das mais bem conservadas”, disse a vice-diretora da Escola Rêgulo Tinoco, Socorro Trindade.

Na Escola Belém Câmara, localizada na Cidade da Esperança, a situação é um pouco mais complicada porque são poucos os espaços que possuem cobertura, o pátio da escola, por exemplo, é todo aberto. “Recentemente a quadra de esporte da escola passou por uma reforma que custou cerca de R$15 mil. E a única coisa que fizeram foi colocar uma cobertura de alumínio. Pedi para que fosse colocada também no nosso pátio para que pudesse ser feito um refeitório, mas não colocaram”, disse a diretora Fátima Bezerra.

A biblioteca também está deixando a desejar, apesar de ter passado três meses em reforma, as paredes estão cheias de infiltrações e um ventilador. “Estamos com receio de colocar os livros nas prateleiras porque a umidade das paredes pode acabar estragando os livros”, reclamou a diretora. 

As salas de aula estão com goteiras e o teto de PVC está quebrado. “Foi um trabalho mal feito que não vai durar muito tempo. Se chover mais forte o estrago vai ser maior”, disse Fátima Bezerra. Uma outra reclamação dos professores e alunos da Belém Câmara, é que os dez computadores que a escola recebeu não estão sendo utilizados porque não existe uma sala apropriada. “Já fui várias vezes à Secretaria de Educação, mas não obtive sucesso. A verba que recebemos é R$1.500,00, do Programa de Auto Gerenciamento da Unidade Executora (PAG) quatro vezes ao ano e, infelizmente, não dá para fazer o laboratório”.

A Escola estadual Walter Duarte Pereira, no Conjunto Santa Catarina, também sofre com as chuvas. O teto da biblioteca passou mais de duas semanas quebrado e mesmo depois de consertado continua com vazamento. “Eles só reutilizaram o PVC que estava quebrado, não foi feito o conserto do telhado e como voltou a chover está outra vez com infiltração”, disse a vice, Selma Paiva.

De acordo com o subcoordenador de manutenção e construção de escolas da Secretaria Estadual de Educação, Mário Sobral, serão feitas ações emergenciais em todas as escolas que precisem de reforma. “Já estamos com o nome de algumas escolas e vamos abrir uma licitação rápida com três empresas e a que oferecer o menor preço vai fazer as reformas. Tudo isso no menor prazo possível”.

Vinte e cinco reservatórios estão cheios

Já são 25 o número de reservatórios que chegaram à capacidade máxima no Rio Grande do Norte. Os últimos três açudes que sangraram foram o 25 de março, na bacia Apodi-Mossoró, localizado no município de Pau dos Ferros; Mendubim, em Assu e Zangarelhas, em Jardim do Seridó, integrantes da bacia Piranhas-Açu.

Desses reservatórios, Mendubim, é o maior, com 76.349.500 metros cúbicos outra importante fonte de abastecimento é o Zangarelhas, com mais de sete milhões de metros cúbicos de capacidade. A Semarh está monitorando os 46 açudes do Estado com capacidade acima de cinco milhões de metros cúbicos.

Os reservatórios que já atingiram a capacidade máxima foram: Encanto, em Encanto; Santana, em Rafael Fernandes; Marcelino Vieira, em Marcelino Vieira; Passagem, em Rodolfo Fernandes; Riacho da Cruz II, em Riacho da Cruz; Rodeador, em Umarizal; Beldroega, Paraú; Pataxó, em Ipanguaçu; Novo Angicos, em Angicos; Sabugi, em São João do Sabugi; Dourado, em Currais Novos; Carnaúba, em São João do Sabugi; Esguicho, em Ouro Branco; Campo Grande, em São Paulo do Potengi; Marechal Dutra, em Acari; Rio das Pedras e Alecrim, em Santana do Matos; Pau dos Ferros e 25 de março, em Pau dos Ferros; Santa Cruz do Trairi; Trairi, em Tangará, Armando Ribeiro Gonçalves, em Assu, Japi II, no município de São José do Campestre, Mendubim, em Assu e Zangarelhas, em Jardim do Seridó.

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