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Chuva deve se intensificar ao longo do fim de semana em Natal

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Milka Moura
Repórter
Fortes chuvas despertaram os moradores de Natal nessa quinta-feira (13). De Norte a Sul, alguns pontos da cidade ficaram alagados o que deixou o trânsito lento. Em alguns bairros, principalmente os localizados na zona Norte da capital, a água invadiu casas e transformou ruas em lagoas, expondo problemas históricos na área mais populosa da cidade. De acordo com a Unidade Instrumental de Meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn), a previsão é de chuvas mais fortes ao longo desta sexta-feira (14) se estendendo até o domingo (16), da faixa litorânea aos rincões do sertão potiguar.
Na Rua Dr. José Gonçalves, em Lagoa Nova, o histórico alagamento se repetiu nessa quinta-feira
“Possibilidade de ocorrência de chuva mais fortes sobre a faixa leste do Estado entre a quinta dia 13/05 e o domingo dia 16/05. Essas chuvas serão ocasionadas pela presença da Zona de Convergência Intertropical e Sistema Frontal e Instabilidades de Origem Oceânicas”, explicou o meteorologista da Emparn, Gilmar Bristot. As temperaturas esperadas variam na capital potiguar entre 24ºC e 30ºC, nas madrugadas e durante o dia, respectivamente. Na região do Seridó e interior do Estado, as mínimas deverão variar entre 20ºC e 34ºC. Já para as regiões serranas, a previsão é de temperatura entre os 20ºC e 31°C.
A Defesa Civil de Natal está realizando o monitoramento de locais com risco de desabamento de terra, que são: Mãe Luiza, Comunidade do Jacó e Paço da Pátria. Nessa quinta-feira, a Defesa Civil de Natal atendeu 26 chamadas de ocorrências relacionadas ao temporal.  
A Diretora de Ações Preventiva da Defesa Civil de Natal, Luciana Medeiros, informou que aliado à vistoria periódica do órgão nesses pontos, a população deve informar sobre qualquer anomalia e acionar a Defesa Civil. 
Transtornos
No trânsito, a água acumulada em diversos pontos da cidade deixou a locomoção de motoristas e pedestres ainda mais lenta no início da manhã dessa quinta-feira. Dezenas de semáforos apresentaram problemas e agentes da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) foram acionados para controlar o tráfego. Na Av. Ayrton Senna, um trecho alagado nas proximidades do Supermercado Favorito chegou a impedir o fluxo de veículos. O mesmo ocorreu por algumas horas na Av. da Integração, no ponto próximo à BR-101, onde a lagoa de captação transbordou e a água invadiu a pista cobrindo o canteiro central. 
Mas para além dos problemas de locomoção, a chuva em Natal escancarou outro contratempo: as adversidades vividas pelos moradores que moram próximo a locais com histórico de alagamentos. A água subiu em bairros das zonas Norte e Oeste. No bairro Potengi, a Lagoa de Captação do Conjunto Santarém transbordou. A água que escorreu da lagoa estava misturada de vegetação e lixo. Na Rua Tarauca, que fica por trás da estrutura, a água estava impedindo que alguns moradores saíssem de casa. 
A cena ainda causa revolta, mesmo sendo uma constante em períodos chuvoso desde 1998. Raimunda Francisca de Souza, de 45 anos, vive há 16 anos no local. Na manhã dessa quinta-feira, a mulher que trabalha como doméstica não conseguiu ir trabalhar. Ela ficou com medo de deixar a casa sozinha e a água invadir o que custou-lhe anos de trabalho para erguir. O sentimento de Raimunda se divide entre os vizinhos, que relatavam a insatisfação de não poder ter ‘nada’ em casa.
“Lá em casa, eu coloco geladeira, fogão em cima de alguma coisa, para não danificar. Outras coisas que não dá para subir, a gente perde. Toda vez que chove é sufoco”, relatou a moradora. Raimunda contou que as reclamações feitas na Prefeitura do Natal não surtiram efeito algum. Na quarta-feira (12), os moradores notaram que uma bomba de drenagem foi instalada na Lagoa de Captação, mas foi suficiente para impedir o transbordamento. 
A chuva dessa quinta-feira amenizou antes que pudesse invadir a casa de Raimunda. A água ficou na altura do portão. Mesmo assim, o sentimento de descontentamento é intenso. Ela contou que um dos vizinhos  precisou subir as três crianças em cima da mesa, e esperar a água diminuir.  Quem tem dificuldade de locomoção, como idosos, pessoas com deficiência e crianças, não enxergam outra solução a não ser esperar a água baixar. 
“A gente mora aqui não é porque gosta. É porque não tem condições de comprar uma casa em outro lugar. Não tem para onde ir. Se abandonar nossas casas, vamos para onde? Estamos abandonados dentro do lixo e dentro da água”, desabafou.
Bombas 
A Secretaria Municipal de Obras Públicas e Infraestrutura (Semov), responsável pela operacionalização das bombas nas lagoas de captação, declarou que o uso dos equipamentos em determinados locais não garante totalmente que as lagoas não transbordem. “Elas (as bombas) evitam até determinado ponto, mas podem ocorrer mesmo com os aparelhos, em caso de forte chuva”, disse a Semov em nota.
A pasta municipal também informou que realiza semanalmente a manutenção das bombas, mas que há problemas de furtos de cabos que afetam a manutenção. O órgão também disse que a limpeza dos espaços é feita semanalmente em parceria com a Urbana. “Infelizmente, mesmo com todo esse serviço, ainda encontramos restos de construções e lixo doméstico dentro da área das lagoas. Bem como, ligações clandestinas de esgoto de casas para dentro das lagoas de captação”, ressaltou a Semov. 

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