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Chuvas abaixo do esperado

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As previsões se confirmaram e a quadra chuvosa apresentada no primeiro semestre (janeiro a julho) de 2014 apresentou um desvio negativo em média de 23,5% para o Rio Grande do Norte, índice abaixo do esperado. O balanço é do meteorologista-chefe da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte, Gilmar Bistrot. “O esperado para o primeiro semestre do ano era de 650 mm de chuva para todo o Estado, porém choveu apenas 497,2 mm, um déficit de 152,8 mm”, explica Bistrot.

Gilmar Bistrot afirma que o déficit é uma das causas para o nível crítico em reservatórios de água do RN. “Esse é um dos fatores que resultam em níveis baixos nos reservatórios, juntamente ao histórico de pouca chuva nos dois anos anteriores”, recorda.

De acordo com medições elaboradas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), o açude Marechal Dutra (Gargalheiras) – localizado em Acari e que abastece também o município de Currais Novos – está com apenas 8,07% da sua capacidade e deve ter sobrevida, pelo menos, por mais cinco meses – os dois municípios estão em racionamento.

O chefe de meteorologia afirma que o litoral potiguar tem apresentado temperaturas mais baixas que o esperado durante a noite. “Esperávamos temperaturas entre durante a noite de 23º a 24º, mas estamos observando uma temperatura mais amena, entre 20º e 22º à noite. Isso se deve primeiro ao período do ano, que é de inverno no hemisfério Sul e segundo a aos ventos alísios oriundos do Sudeste do país causando rajadas de 10 a 15 km por hora, o terceiro fator é uma maior formação de nuvens durante o dia, o que ocasiona numa menor incidência de raios solares na capital”, afirma.

Bistrot explica que no final de abril e início de maio houve uma pequena variação de temperatura dos oceanos Atlântico Norte – que esfriou – e Atlântico Sul, que esquentou. “Essa pequena variação de 1,8 ºC dá a ideia de um inverno dentro da normalidade. Quanto mais aquecido o Atlântico Norte, menor a possibilidade de chuva para o Nordeste”, comentou. Isso porque o esfriamento possibilita a manutenção da Zona de Convergência Intertropical,  principal sistema meteorológico que resulta em precipitações na região.

Nos últimos dois anos, o Estado conviveu com a estiagem, sendo que 2013 foi considerado como o pior ano de seca dos últimos 50 anos. A perspectiva era que após o período de chuva, que acontece no interior do Estado de fevereiro a meados de maio/junho, os reservatórios de água, principal fonte para abastecimento humano, tivessem recuperação, mas isso não ocorreu.

Para 2015, as previsões ainda não estão definidas. O chefe de meteorologia aponta a formação do fenômeno El Niño, mas afirma que ainda não há previsões específicas acerca da intensidade do fenômeno no litoral potiguar. “Os cenários já apontam que o fenômeno se estabelece. A grande dúvida é sobre sua intensidade e como ele vai impactar na geração de escoamento superficial, no aporte dos reservatórios e na agricultura”, detalhou Bistrot.

Gilmar acrescentou que o monitoramento do Oceano Pacífico não é apenas da temperatura da superfície, mas também das profundidades da bacia. “Os oceanógrafos estão avaliando se a condição que se apresenta é de intensificação de aquecimento. Quanto mais esquenta, mais prejuízo para o Nordeste”, afirma. O fenômeno El Niño, que se repete a cada três anos é provocado pelo aumento atípico da temperatura superficial das águas do Oceano Pacífico e causa distorções climáticas no mundo todo.

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