Apesar das previsões pouco animadoras dos meteorologistas, as chuvas que caíram neste final de semana no Oeste, Agreste, Seridó e região Central, animaram os agricultores do sertão norte-rio-grandense que aguardam a melhoria das condições de umidade do solo para iniciar o plantio.
De acordo com o boletim da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn) foram registradas chuvas em 78 das 181 localidades onde foram instalados pluviômetros. No acumulado do ano, o município onde mais choveu desde o dia 1º de janeiro foi Venha-Ver, no Alto Oeste, a 463 quilômetros de Natal, na divisa com a Paraíba e o Ceará. Foram 151,5 milímetros, metade dos quais neste final de semana.
As chuvas serviram para amenizar o problema das comunidades rurais do Cabo e de Brejinho, cujo abastecimento vinha sendo financiado pela prefeitura desde que o convênio com os carros-pipa gerenciados pelo Exército foi suspenso em 31 de dezembro e ainda não renovados pelo Ministério da Integração Nacional.
Em Patu, o segundo da lista, a chuva de quinta para sexta-feira veio acompanhada de raios e trovões. A queda de tensão na rede elétrica, provocada provavelmente por um raio, queimou o autoclave, condicionadores de ar e a geladeira do hospital e equipamentos eletrônicos de residências.
“Estive conversando com pessoas mais idosas e eles me disseram que nunca tinham visto uma chuva como aquela”, disse ontem o prefeito Possidônio Queiroga da Silva Neto, o “Popó”. Segundo o prefeito, as chuvas atenuaram a situação das comunidades rurais. Pelo menos por uma semana não será necessário o transporte de água por carro-pipa. “Nosso problema todo está localizado nas comunidades rurais. A sede do município é abastecido pela adutora deputado Arnóbio Abreu” (adutora médio oeste, como é mais conhecida), disse o prefeito.
Este ano, as chuvas estão mais bem distribuídas. Há registros de boas chuvas no final de semana no Alto Oeste, Médio Oeste, região Central e Seridó. Em Lajes, onde a temporada chuvosa chega mais tarde há registro de 75 milímetros.
A previsão dos meteorologistas é de um ano de chuvas irregulares, com a ocorrência de veranicos, o que põe em risco a agricultura de sequeiro. Os dados climáticos mostram que apesar de o oceano Pacífico estar favorável à ocorrência de boas chuvas no sertão nordestino, o mesmo não acontece com o Atlântico, onde a temperatura da superfície do mar ainda não contribui para criar as condições necessárias à formação de nuvens de chuvas.