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Chuvas devem continuar na primeira semana de janeiro, diz Emparn

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As chuvas que têm ocorrido desde a segunda-feira (30) em alguns municípios das regiões Oeste e Seridó do Rio Grande do Norte devem persistir durante a primeira semana de janeiro, segundo o serviço de meteorologia da Emparn. As precipitações ocorrem antes do início do inverno — oficialmente começa apenas em março no semiárido —, e têm influência da atuação do vórtice ciclônico e da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).

Imagem da zona rural de Santana do Matos (RN).

Após meses sem chuva, moradores das áreas rurais do semiárido potiguar se alegram com as chuvas desta semana. Foto: Hudson Helder

#SAIBAMAIS# A atuação conjunta desses dois fenômenos é responsável pelas fortes chuvas em algumas regiões dos estados vizinhos — Ceará, Maranhão, Piauí, oeste de Pernambuco e Paraíba, e boa parte do semiárido do Rio Grande do Norte. As temperaturas acima do normal, no Oceano Atlântico, é outro fator, com liberação de mais umidade para “alimentar” o vórtice ciclônico.

“O normal é que um vórtice ciclônico atue por três ou quatro dias, dependendo das condições atmosféricas e, às vezes nessa época do ano, pode ter interação com a Zona de Convergência, o que está previsto para os próximos dias. Isso é que deve proporcionar a permanência dessas chuvas para o interior do Estado e também no litoral”, afirma o gerente de meteorologia da Emparn, Gilmar Bristot.

A localidade, no Estado, onde essas chuvas devem incidir com maior intensidade e frequência ainda não é possível prever, mas normalmente é onde há uma melhor concentração de umidade como o Vale do Açu e Alto Oeste; ou na Região Seridó, sob influência do Vale (do Açu) há a formação dessas chuvas, explica o especialista.

A atuação do vórtice ciclônico perturba a condição atmosférica na faixa equatorial, como ocorreu em 2004, quando houve a junção de três fatores: frente fria, vórtice ciclônico e zona de convergência. “Isso trouxe muita chuva à época, nos meses de janeiro e fevereiro. Para os próximos dias, a ZCIT entra nessa circulação do vórtice e e deve favorecer a condição de chuva. Não é uma situação permanente porque não é época dela (ZCIT) atuar — normalmente entre fevereiro, abril e maio no NE —, de forma que essa atuação agora é prematura influenciada pelo vórtice ciclônico”, explica Bristot.

Essa junção é interessante, segundo os especialistas, porque permite normalmente um maior volume de chuvas. As precipitações nesta época do ano, quando as reservas hídricas e o pasto estão escassos ou já não existem na maior parte do semiárido, mudam a paisagem do sertão nordestino, quando boa parte da Caatinga começa a ficar novamente verde e proporciona alguma pastagem até a chegada do inverno.

Esta semana, moradores de vários municípios do interior potiguar registraram e publicaram em suas redes sociais vídeos de chuva intensa, nas áreas rural e urbana. É a partir dos dois meses que antecedem a estação chuvosa, no semiárido, que meteorologistas e sertanejos começam a observar com mais atenção os sinais que a ciência e a natureza oferecem e que podem indicar como será o inverno para a região. É a Ciência e a experiência adquirida com a observação e conhecimento dos mais antigos que, juntos, indicam como será o ano para quem vive numa das regiões mais castigadas pela estiagem no país. A quantidade de chuvas, por município, só deve ser divulgada nesta quinta-feira pela Emparn, mas os relatos são de chuvas acima de 100mm nas regiões Seridó e Oeste.

Os meteorologistas de vários institutos do país costumam realizar a primeira reunião para discutir a quadra chuvosa do semiárido do Nordeste em janeiro, mas para este ano a data não foi firmada. É quando começa a intensa análise e cruzamento de dados, além dos encontros mais frequentes com agropecuaristas do semiárido em busca da troca de conhecimentos e aperfeiçoamento da previsão do inverno. Por enquanto, os dados são incipientes, mas indicam um inverno dentro da normalidade no semiárido do Rio Grande do Norte, a exemplo do ano de 2019.

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