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Chuvas ficam abaixo da expectativa

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Yuno Silva
Repórter

O período de chuvas no Rio Grande do Norte chegou ao fim, e o volume acumulado entre janeiro e julho indica que 2018 quebrou um ciclo de estiagem e seca que se estende há mais de seis anos no Estado. Porém, apesar das precipitações terem sido consideradas dentro da normalidade pela Emparn (Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN), a crise hídrica permanece e o quadro ainda requer cautela no uso e consumo de água. De acordo com relatório divulgado ontem pelo órgão, as chuvas ficaram um pouco abaixo das expectativas e a gerência de meteorologia da Emparn avalia 2018 como um “ano mais hídrico que agrícola”.

De acordo com o meteorologista Gilmar Bristot, 2018 foi ano “mais hídrico que agrícola”. Reservatórios conseguem recuperação

De acordo com o meteorologista Gilmar Bristot, 2018 foi ano “mais
hídrico que agrícola”. Reservatórios conseguem recuperação

Agricultores e pecuaristas do Alto Oeste e Oeste potiguar, e das regiões do Vale do Açu, Mato Grande e Vale do Ceará Mirim, conforme análise da Secretaria Estadual da Agricultura, da Pecuária e da Pesca (SAPE), tiveram um resultado mais favorável que a lavoura e os criadores do Seridó e do Trairi. As chuvas só não atingiram o patamar esperado devido o esfriamento acima do normal da porção norte do oceano Atlântico, que impediu que os ventos trouxessem umidade e instabilidade para o continente.

“Tivemos um ano mais hídrico que agrícola, tudo por que no mês de março não choveu como gostaríamos. Houve recuperação do volume de reservatórios e mananciais, que estavam muito baixos. Agora é monitorar o comportamento atmosférico para saber como a previsão para 2019 pode se comportar”, adiantou Gilmar Bristot, gerente de meteorologia da Emparn.

Ele explicou que com a diferença de até 10% (para mais ou menos) no volume das chuvas previstas para o período justifica o quadro de normalidade: a média de chuvas nos sete primeiros meses deste ano registrou 734,6 milímetros no RN, 2,2% abaixo da média histórica de 758,3 mm para o mesmo período calculada com base em dados coletados entre 1963 e 2006.

Quando comparado apenas aos anos de seca, o acumulado de 2018 apresenta uma média bem superior: em 2012, as chuvas no RN entre os meses de janeiro e julho atingiram a média de 378,6 mm, ou -53,4% com relação à média histórica; já em 2016 o acumulado no período não passou de 449,9 mm (40,1% a menos que a média histórica) – 2012 e 2016 foram tidos pela Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN como os anos de seca mais severa da última década.

“As chuvas foram bem melhores que nos últimos, consideradas normais, mas em algumas regiões (Seridó e Trairi) a chuva ficou abaixo do esperado. De qualquer maneira, tivemos uma quadra chuvosa favorável à produção agropecuária – sobretudo para a produção de forragem (alimento para animais)”, destacou Guilherme Moraes Saldanha, secretário Estadual de Agricultura, Pecuária e Pesca. O titular da SAPE informou que em 2019 o programa de distribuição de sementes ainda será adotado.

Saldanha reforçou que a recarga dos reservatórios e mananciais não se deu “na quantidade desejada e é preciso atenção quanto as reservas para abastecimento humano”.

Faltou chuva no Seridó
Em uma análise mais geral sobre a distribuição das chuvas no Rio Grande do Norte, Gilmar Bristot, gerente de meteorologia da Emparn, informou que “em algumas áreas choveu pouco ou não choveu, como parte do Seridó, da Borborema Potiguar e do Agreste. As reservas de água refletem isso”, assegurou. Os açudes em Cruzeta, Campo Redondo, Currais Novos e Acari, na região do Seridó, praticamente não ‘beberam’ água.

Ele explicou ainda que os meses de fevereiro e abril foram os mais chuvosos do período, e que a média não foi mais alta por causa das poucas precipitações registradas em março. As chuvas também ficaram abaixo do previsto nos meses de maio, junho e julho.

Bristot destacou a escassez de chuvas no extremo Oeste do Estado, na região da Serra de São Miguel, que engloba municípios como Coronel João Pessoa, Doutor Severiano, Luís Gomes, Major Sales, São Miguel e Venha-Ver.

“O Agreste teve um bom volume de chuvas, mas não apresentou uma recuperação hídrica tão boa. A Lagoa do Bonfim, por exemplo, que fornece água para muitos municípios da região, só começa a receber água do final de abril para início de maio, e depois de julho o volume começa a declinar. Por isso a necessidade de atenção na distribuição e no consumo de água”, observou o gerente de meteorologia da Emparn.

Média de chuvas no RN
758,3 mm Média histórica para o período entre os meses de janeiro e julho, calculada com os dados coletados de 1963 a 2006.

Comparação com a média história:

Ano:

2018: 734,6 mm / -2,2%

2017 : 573,1 mm / -26%

2016: 449,9 mm / – 40,1%

2015: 508, 2 mm/ -35%

2014: 569,35 mm / 25,8%

2013: 518 mm/ -34,8%

2012: 378,6 mm/ -53,4 %

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