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Chuvas matam 29 pessoas e deixam 12 mil desabrigados

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ENCHENTES - Em Campos, o rio Paraíba do Sul transbordou deixando várias pessoas desabrigadas

São Paulo – Os temporais que atingem todo o Sudeste desde o começo desta semana deixaram mais de 12 mil pessoas desabrigadas ou desalojadas apenas no Rio de Janeiro, segundo o Corpo de Bombeiros. O Estado foi o que registrou o maior número de mortes, no mesmo período: 25. Nos quatro Estados, 29 pessoas morreram nos últimos cinco dias.

Ontem, o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), autorizou o vice-governador e secretário estadual de Obras, Luiz Fernando Pezão, a decretar situação de emergência em algumas cidades da região serrana do Estado, por conta dos estragos.

Somente na madrugada de ontem, um desabamento matou cinco pessoas, em Sumidouro. No final da manhã, o Corpo de Bombeiros chegou a informar que outros dois corpos – um total de sete – haviam sido localizados, mas depois recuou. Os trabalhos de busca entre os escombros continuavam, no final da tarde, porque havia a suspeita de que outras duas pessoas tivessem sido soterradas. Não há confirmação sobre as circunstâncias do acidente. Na mesma cidade, na quinta feira, uma barreira caiu em uma rodovia e atingiu um carro onde estavam pai e filho. Os dois morreram.

Também ontem, em Campos, um homem de 44 anos e uma criança de 12 foram arrastados pela enxurrada e mortos em Lagoa de Furnas e Nova Canaã, respectivamente. Nos últimos cinco dias, dez morreram em Nova Friburgo. O caso mais grave foi de uma encosta que deslizou e atingiu uma casa, matando três crianças —com 9 a 11 anos. Em Petrópolis, um deslizamento matou dois irmãos de 6 e 7 anos, e um soterramento matou um. Em Teresópolis, o teto de um bar desabou e matou um casal. Em Queimados, uma pessoa morreu.

Minas tem  61 municípios em emergência

Os temporais que vêm atingindo Minas Gerais desde  o final do ano passado continuam sem dar trégua há pelo menos 11 dias, causando  mais transtornos nas regiões da Zona da Mata, Triângulo Mineiro e sul do Estado.

 De acordo com informações da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, desde  o dia 1º. de outubro do ano passado, 61 municípios já decretaram situação de  emergência. A Defesa Civil já contabiliza 11,2 mil pessoas desalojadas e 4,2  mil desabrigados.  Ontem, o Corpo de Bombeiros encontrou o corpo de um homem que havia desaparecido  depois de uma enchente no município de Matias Barbosa, na Zona da Mata. Segundo  a Polícia Civil, Gilliard Caetano Matias, de 24 anos, havia mergulhado ontem  no rio Paraibuna, que transbordou depois de um temporal. A Defesa Civil, porém,  não considera que o jovem tenha sido vítima das chuvas. Até o momento, oficialmente  a Cedec contabiliza 17 mortes em decorrência das  chuvas em Minas, desde 1º  de outubro. 

 A situação também é difícil nas rodovias que cortam o Estado. Ontem  à noite, uma barreira caiu na BR-354, em Itamonte, na região sul. Segundo informações  da Polícia Rodoviária Federal, o trânsito flui em apenas meia pista. Na mesma  rodovia, há possibilidade de nova interdição na altura do município de Capivari.  Pela manhã, um barranco desmoronou sobre a BR-381 na altura da cidade de  São Gonçalo do Rio Abaixo, impedindo o tráfego no sentido Belo Horizonte-Vitória.  No sul do Estado, alguns municípios estão em situação mais crítica. Os rios  que cortam os municípios de Cordislândia e Pouso Alegre transbordaram e provocaram  o alagamento de diversos bairros.

Inpe prevê mais chuvas no final de semana

São Paulo – As chuvas caídas na região Sudeste devem continuar neste fim de semana e durante boa parte do mês de janeiro, segundo o meteorologista Marcos Barbosa Sanches, do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTec) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).  “Vamos ter mais chuvas em janeiro, com certeza. Não conseguimos prever quando ocorrerão, mas no curto prazo, o que temos para esse final de semana é mais uma frente fria chegando na região”, disse. Segundo ele, o volume será expressivo e poderá trazer “outros transtornos para a sociedade”.

As chuvas mais críticas hoje e domingo, segundo Sanches, vão ocorrer em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. “Já no início da próxima semana, devem se movimentar mais para a região do Espírito Santo e norte de Minas Gerais”. O meteorologista explica que as intensas chuvas têm origem na região amazônica. “Essas áreas de instabilidade têm sido alimentadas por muita umidade vinda da Amazônia, que acaba formando nuvens densas”.

Sanches faz a ressalva de que é normal chover muito em janeiro, mas lembra que o índice pluviométrico está concentrado nos dias iniciais do mês. “Temos aí alguns volumes próximos da média histórica em apenas cinco dias de chuva”.

Em São Paulo duas  mortes desde dezembro

Duas pessoas morreram no estado desde o mês de dezembro, em conseqüência das chuvas intensas que atingem toda a região Sudeste. Segundo o tenente Rodrigo Quintino, diretor de comunicação social da Coordenadoria Estadual de Defesa Civil, a primeira morreu em Guarulhos, em dezembro, e a outra – uma criança de seis anos, devido a um deslizamento de terra -, em Jundiaí, anteoontem. 

 Em todo o estado,  63 desabrigados (perderam a casa) e 1.021 pessoas desalojadas (tiveram de deixar a casa temporariamente), informou o tenente Quintino. Ele acrescentou que devido a uma frente fria, há previsão de mais chuva nos próximos dias no estado.

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