quinta-feira, 18 de abril, 2024
27.1 C
Natal
quinta-feira, 18 de abril, 2024

Cianobactérias causa malefícios à população

- Publicidade -

Um estudo realizado pelo governo federal, concluído e divulgado em maio de 2003, relata os malefícios causados ao meio ambiente e à população, pela contaminação em mananciais por cianobactérias. A pesquisa foi realizada pelo Ministério da Saúde, através da Fundação Nacional de Saúde e tem como principal objetivo alertar técnicos da área do abastecimento e autoridades sobre a gravidade do problema, além de propor alternativas de soluções.

No documento “Cianobactérias Tóxicas na Água para Consumo Humano: Impactos na saúde pública e Processos de Remoção em Água para Consumo Humano”, os técnicos do governo dão um panorama detalhado sobre todas as características dos organismos encontrados em excesso nos reservatórios Armando Ribeiro Gonçalves, Gargalheiras, Passagem das Traíras e Pau dos Ferros, durante os trabalhos do projeto CIANOTOX, do Departamento de Parasitologia e Microbiologia da UFRN.

 De acordo com os estudos da Funasa, a eutrofização artificial (poluição pelo excesso de nutrientes na água e que torna o ambiente propício para a proliferação das cianobactérias) “produz mudanças na qualidade da água incluindo a redução de oxigênio dissolvido, da biodiversidade aquática, a perda das qualidades cênicas, a morte extensiva de peixes e o aumento da incidência de florações de microalgas e cianobactérias”.

Algumas cianobactérias produzem as toxinas que fazem mal ao homem, chamadas de cianotoxinas. As substâncias se apresentam em vários tipos e cada um produz sintomas e doenças diferentes. Algumas toxinas agem  rapidamente, provocando a morte de um mamífero por parada respiratória, apenas alguns minutos após o contato. Outras agem menos rapidamente no organismo, tendo os efeitos por contato contínuo e prolongado. As toxinas mais comuns e cujos efeitos são registrados com mais freqüências são as hepatotoxinas, que podem causar problemas no fígado.

O documento do Ministério da Saúde relata ainda casos evidenciados de contaminação por cianobactérias. Uma das ocorrências trata da morte de 88 pessoas na Bahia, entre cerca de 200 infectadas, pelo consumo da água infectada da barragem de Itaparica, entre março e abril de 1988.

Um outro caso citado ganhou bastante repercussão da mídia, há  10 anos, quando 130 pacientes de uma clínica de hemodiálise em Caruaru, Pernambuco, passaram a apresentar  um grave quadro de hepatotoxicose. Após 10 meses apresentando os sintomas, 60 pessoas morreram. Os exames apontaram a presença de cianotoxinas no carvão ativado utilizado para filtrar a água usada na hemodiálise, assim como em amostras de sangue e nos fígados das pessoas mortas. A pesquisa da UFRN que detalhou a presença das cianobactérias no RN foi feita entre os anos de 2003 e 2006. Segundo dados da universidade, a quantidade dos organismos em Gargalheiras e Armando Ribeiro Gonçalves é muitas vezes maior que o permitido por lei. 

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas