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Cidadãos mostram que pequenas ações também ajudam

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BOA-VONTADE - Larissa Siqueira é um exemplo de jovem com disposição para ajudar o próximo

Existem muitas pessoas interessadas em ajudar os outros e desse tipo de interesse, surgiram vários grupos e organizações não-governamentais (ong) dispostos a desenvolver ações em escolas, creches e comunidades. É o caso do grupo Natal Solidária, coordenado por José Heliomar Rodrigues. Seis pessoas se uniram para tentar resgatar em escolas da rede municipal e estadual, uma função. O grupo desenvolve pequenas ações já estão fazendo a diferença para as 40 escolas.

A última atividade foi a coleta de frascos para o banco de leite da maternidade Januário Cicco. Em 20 dias de campanha na Escola Municipal Dr. Sadi Mendes, o grupo arrecadou 200 frascos. O número não é suficiente para resolver o problema da maternidade – que utilizam em média dois mil frascos por mês – mas a ação ajuda a reforçar a idéia de que vale a pena fazer a diferença, mesmo com pouco.

O grupo também desenvolveu uma horta comunitária, realizou palestras sobre profissionalização e doou livros para bibliotecas – sempre atuando em escolas da rede pública. “As ações sociais em escolas despertam o envolvimento do aluno e seu potencial humano”, comenta José Heliomar Rodrigues.

A idéia de montar um grupo de trabalho voluntário surgiu em 2003. José Heliomar conta que começou a desenvolver projetos a pedido de uma empresa, para qual prestava serviços – ele é consultor de ações sociais. “Comecei levando jogadores de basquete em cadeiras de rodas nas escolas para apresentar aos alunos”. A partir daí, não parou mais de ajudar as pessoas. Hoje, ele conta com a ajuda quatro jovens da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Um engenheiro agrícola também participa das ações, sem contar com os amigos, que não estão inseridos oficialmente no grupo, mas realizam ações isoladas. 

O grupo Natal Solidária procura valorizar os jovens nas escolas para evitar que eles se envolvam com a rivalidade entre colégios e torcidas de time de futebol, comuns em Natal. Para o coordenador do grupo, a energia dos estudantes deve ser canalizada para atitudes positivas, explorando seus talentos. Ele lembra que as pichações nas paredes das escolas, podem ser transformadas em arte – através da grafitagem. “Basta que os jovens sejam incentivados”, comenta José Heliomar.

O vendedor Erinaldo Pedro de Lima é um dos jovens que abraçou as causa do grupo Natal Solidária. Há três meses ele participa das ações de panfletagem e palestras em escolas. Ele conta que entrou no grupo através de um convite feito pelo coordenador. “Ele sabia da minha vontade de ajudar e me convidou”. Convite aceito, Erinaldo Pedro criou um grupo na Igreja que freqüenta. De acordo com ele sobra vontade de ajudar, o problema é a disponibilidade de tempo. “Muitas pessoas não tem tempo durante a semana, mas participam de mutirões sempre que podem”.

A principal ação desenvolvida pelos grupo de jovens da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, foi a panfletagem na Escola Municipal Genésio Cabral. Foram distribuídos panfletos para conscientizar os alunos, pais e professores, da importância do trabalho voluntário. Erinaldo Pedro acredita que todos podem ajudar. “Me sinto satisfeito, gosto de saber que as pessoas melhoraram”, diz.

As próximas atividades desenvolvidas pelo grupo Natal Solidária serão a limpeza do rio Golandim, em São Gonçalo do Amarante e a segunda etapa da arrecadação dos frascos para o banco de leite da maternidade Januário Cicco. 

Eles vestem a camisa e vão à luta

A pequena Larissa Siqueira Sales, 12 anos, é uma dessas pessoas que literalmente, veste a camisa da causa que escolhe. Desde cedo ela é incentivada, pela escola, a realizar trabalhos voluntários. Com a experiência adquirida com o trabalho, ela contagia amigos e familiares. Estudante da Escola Municipal Dr. Sadi Mendes, em Nova Parnamirim, ela tomou a frente da campanha para coletar frascos para o banco de leite da Maternidade Januário Cicco. “Todos os dias eu passava nas casas do meu bairro e pedia os vidros”, conta a garota.

Larissa Siqueira diz que resolveu se empenhar porque acredita que todas as pessoas devem ajudar como podem. “Eu vi que dava certo e me animei”. Para a estudante da quarta série do ensino fundamental, não foi difícil mobilizar a comunidade em que mora. “Eu pedia nas casas e as pessoas deram”. Ela conta que alguns colegas da escola preferiram não “perder tempo” com a atividade, mas vários amigos ajudaram na campanha.

O jovem de 16 anos, Marconi da Silva, também é um exemplo de solidariedade. Ele é ex-aluno da Escola Estadual Acrísio Freire, no bairro de Dix-Sept Rosado, mas continua freqüentando o colégio para dar aulas de axé e de sinuca, além de fiscalizar os banheiros. “Comecei ajudando um amigo, agora ele teve que sair e eu fiquei no lugar dele”. Há um mês Marconi da Silva vai à escola todas as tardes. “Os alunos estão gostando”, comenta.

A desempregada Marizete Araújo costumava ir a Escola Acrísio Freire quase todas as tardes, para se informar sobre o desempenho escolar da filha. Depois de um período indo ao colégio, ela começou a ajudar na cozinha, na limpeza dos banheiros e do pátio. Em pouco tempo, ela passou a encarar as visitas como um trabalho. Há três anos, Dona Marizete vai à escola todas as tardes, ajudar em qualquer tipo de atividade. “”Faço tudo”. Para ela, o trabalho voluntário é algo que deve ser levado muito a sério. “Mesmo que eu consiga um emprego com carteira assinada, vou dar um jeito de continuar vindo”.

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