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Cientistas fazem ato em Natal

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Edmo Nathan
Repórter

Cientistas e pesquisadores realizaram, ontem (2), no cruzamento das avenidas Bernardo Vieira e Salgado Filho, no Tirol, zona Leste de Natal, um protesto contra a fusão das pastas de Comunicações e de Ciência e Tecnologia, mudança realizada na reforma ministerial promovida pelo presidente interino Michel Temer, dando origem ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC). A manifestação reuniu cerca de 200 pessoas e não chegou a atrapalhar o trânsito de veículos no local.

A volta do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com recomposição integral de seu orçamento, é a principal das pautas em reivindicação. O grupo que promoveu o ato também deseja que a pasta seja dirigida por um (ou uma) cientista. Atualmente, o engenheiro civil, economista e presidente nacional Partido Social Democrático (PSD), Gilberto Kassab, está à frente do MCTIC.
Manifestação reuniu cerca de 200 pessoas no cruzamento da Salgado Filho com a Bernardo Veira
Professor titular de neurociências e diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), o pesquisador Sidarta Ribeiro, que participou do movimento, considera a fusão ministerial um retrocesso. “Estamos regredindo e não aceitaremos isso. Não podemos deixar que a ciência seja tratada como algo acessório. Isso ameaça diretamente a nação. A economia que o corte representa, em relação ao PIB [Produto Interno Bruto], é irrisória, mas estrategicamente falando é algo gravíssimo. Um país que não investe em ciência e tecnologia está fadado a ser subserviente”, declarou.

Ainda de acordo com Sidarta Ribeiro, outras manifestações serão realizadas em defesa da pauta em questão. “Assim como o presidente interino voltou atrás em relação ao Ministério da Cultura, ele tem que recriar o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação também, e entregá-lo a um ministro que seja do ramo e entenda do assunto. Nós vamos organizar protestos até que isso aconteça”, ressaltou. Segundo o cientista, na próxima quinta-feira (9), será feita uma caminhada pela avenida Salgado Filho (tendo início no shopping Midway Mall e sendo encerrada na chamada Praça da Árvore, em Mirassol), no entanto, a mobilização terá um contexto mais amplo de reivindicação. Na semana seguinte é que o grupo de cientistas voltará a realizar manifestações com foco específico no MCTI.

Criado em 15 de março de 1985, o MCTI tinha como competências, estabelecidas em decreto, os seguintes assuntos: política nacional de pesquisa científica, tecnológica e inovação; planejamento, coordenação, supervisão e controle das atividades da ciência e tecnologia; política de desenvolvimento de informática e automação; política nacional de biossegurança; política espacial; política nuclear e controle da exportação de bens e serviços sensíveis.

Para o cientista Eduardo Sequerra, também do Instituto do Cérebro, a mudança ministerial “dificultará nosso trabalho, pois haverá menos dinheiro para pesquisa e vivemos um momento de crise sanitária, com surto de chikungunya e bebês nascendo com microcefalia. E nós precisamos dar uma resposta para a sociedade a respeito dessa situação”.

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