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Cinema de parcerias

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Itaércio Porpino
Repórter

Marcia Lohss prepara o elenco, dirige e também atua. Babi Baracho é diretora, diretora de arte, roteirista e produtora. A assessoria de imprensa é atribuição de Priscilla Vilela, que também cuida da produção e ainda participa como atriz. Para fazer cinema em Natal, não basta trabalhar em equipe. Tem que se desdobrar. Pelo menos, no Coletivo Caboré Audiovisual, formado por Marcia, Babi, Priscilla e outras sete pessoas, a coisa só funciona se for assim.
“Janaína” narra um dia na vida da protagonista, que acorda em um banheiro público sem lembrar quem é
O coletivo começou a se articular no início do ano passado e, com poucos meses de vida, emplacou dois projetos no Cine Natal 2013 – primeiro edital da Prefeitura voltado para o segmento audiovisual. O Caboré foi contemplado com os roteiros dos curtas-metragens de ficção “Janaína Colorida Feito o Céu” e “Três Vezes Maria”.

#SAIBAMAIS#Para fazer os filmes, o coletivo recebeu R$30 mil (R$15 mil pra cada). Os trabalhos ainda não têm data para ser exibidos, o que só deve ocorrer em um evento oficial realizado pela Prefeitura de Natal para promover o Edital e os três filmes vencedores do prêmio (o terceiro selecionado foi “Alecrim Dourado”, de Rodrigo Sena).

Depois disso, o pessoal do Caboré pretende mostrar seus dois primeiros trabalhos ao mundo. “Vamos inscrevê-los em todas as mostras e festivais que for possível”, diz Babi Baracho.

O filme “Janaína Colorida Feito o Céu” foi rodado em vários lugares de Natal, entre eles, Redinha, Ribeira, Praia do Forte e Cidade Alta. O roteiro, escrito a seis mãos, por Babi Baracho, Johann Jean e André Santos, é bem urbano e atual.

“Janaína” narra um dia na vida da protagonista, que acorda em um banheiro público sem lembrar quem é. Apesar de não saber seu nome, ela mantém uma serenidade arrebatadora diante da condição em que se encontra e das situações de risco em que se coloca. O curta-metragem mostra o desafio da protagonista de redescobrir sua interação com o meio em que a cerca – a cidade – dando, ao longo desse processo, novos significados aos lugares e pessoas ao seu redor.

Já “Três Vezes Maria” tem roteiro de André Santos e Hélio Ronyvon. Filmado em Santo Antônio do Salto da Onça, município da região Agreste do RN, o curta acompanha o cotidiano de três prostitutas que se chamam Maria. “Nossa ideia é lançar o filme como um piloto para uma série”, diz Hélio. 

Apesar de ainda muito jovem, o Coletivo Caboré tem se mostrado muito atuante na cena audiovisual potiguar, e não só no que diz respeito à realização. O grupo vem participando ativamente das discussões sobre mercado e profissionalização do setor, ainda muito incipiente.

“Uma das coisas que precisamos buscar é uma tabela para regulamentar o mercado”, diz Diana Coelho, responsável pela produção executiva do filme “Três Vezes Maria”, que, apesar do prêmio da Prefeitura, só foi realizado porque Diana conseguiu 15 apoios por fora e muita gente trabalhou voluntariamente. De toda forma, ela e os outros do coletivo veem o Edital como um incentivo muito importante. “Não tínhamos nada e agora temos alguma coisa”, comenta, acrescentando que o Cine Natal 2014  elevou os recursos de R$15 mil para R$25 mil por filme.

E o Caboré, claro, já está desenvolvendo projetos para concorrer novamente. Paralelamente a isso, atua também na formação audiovisual. Contemplado no Edital do Fundo de Incentivo à Cultura (FIC), o coletivo ofereceu, de 19 de maio a 12 de junho, oficinas a jovens de Mãe Luiza, trabalho que vai resultar em três curtas documentais em torno de temas do cotidiano do bairro.

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