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Cinquenta anos de versatilidade

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Yuno Silva – Repórter

Moacyr Franco é artista da velha guarda, e a melhor maneira de perceber isso nesses tempos de superespecialização – como bem criticou o pensador francês Edgar Morin – é através de sua versatilidade. Aos 76 anos, ele canta, dança e conta piada; é ator, compositor, produtor, diretor, apresentador de TV e também se arriscou na carreira política nas eleições deste ano como candidato a vereador. Outro detalhe importante sobre sua personalidade: se a primeira impressão é a que fica, o Franco não faz parte apenas do nome, ele também é aberto, sincero, e diz sem cerimônias que não traz qualquer novidade para o show deste sábado em Natal.
Aos 76 anos, Moacyr Franco canta, faz cinema, é compositor, produtor, diretor, apresentador de TV. Com show marcado para hoje,  no Teatro Riachuelo, ele fala sobre a velha paixão pelo palco,  o humor e a aproximação com o cinema com o palhaço’
“Meu público detesta novidades”, dispara com ar espirituoso, “tenho é que cantar alguns dos sucessos que me renderam 42 discos de ouro”, disse Moacyr Franco por telefone à reportagem do VIVER, pouco após desembarcar na capital potiguar. Artista de múltiplos talentos, Franco se apresenta hoje, logo mais às 21h30, no Teatro Riachuelo. “Convida sua vó, sua mãe e sua tia, elas vão se amarrar”, garante.

Com 50 anos de carreira, o artista já passeou pela música sertaneja, carnavalesca, infantil, é autor do rock “Tudo Vira Bosta” gravado por Rita Lee em 2004 para a a novela “Senhora do Destino” (TV Globo), mas é no estilo romântico que sente-se mais à vontade. Ele adiantou que o show, claro, será predominantemente musical, mas “pontuado por humor e interação com a platéia. Vou cantar, abraçar as pessoas, tirar fotos e falar sobre o fim do mundo”, diverte-se.

Na telinha integra o elenco do humorístico “A Praça é Nossa” (SBT) desde 1987, onde atualmente encarna o personagem Jeca Gay; no mesmo programa já apareceu como Mendigo e PP, o Padre Pastor. Como ator de comédia, também se destacou na televisão como o patrão Stive Formoso no seriado “Ó Coitado”; e dividiu com Ronald Golias o programa “Meu Cunhado”. “Esse personagem que eu faço na A Praça é Nossa, o Jeca Gay, tem uma linguagem muito própria, é um humor mais reflexivo, o tom da voz é mais baixo.

Comédia
O Delegado Justo em O Palhaço, papel com o qual ganhou o Troféu Menina de Ouro de melhor ator coadjuvante no Festival de Cinema de Paulinia. O filme, aliás, foi anunciado ontem fora do páreo do Oscar de Filme Estrangeiro. Abaixo, no papel cômico Jecagay, em A Praça é Nossa
Sobre a fase stand up que o humor brasileiro atravessa, Moacyr Franco avalia ser “muito boa”. “Está surgindo muita gente interessante, tô gostando disso. Mas de um modo geral temos pouco humor no Brasil. Nos EUA estão lançando 1,2 seriados e programas para a temporada 2013, aqui dá para se contar nos dedos. A gente sabe fazer e poderiam aproveitar melhor isso”, acredita. “O pessoal do Pânico na TV e do CQC abriram um caminho bom”.

Na manga, Moacyr Franco tem dois novos projetos para programas de televisão.

Cinema

Apesar de ser veterano em frente às câmeras, foi nas telonas que chamou atenção da nova geração ao interpretar um delegado corrupto fissurado em queijos e bichanos no longa-metragem “O Palhaço”, de Selton Melo, papel que lhe rendeu o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante no Festival de Cinema de Paulínia (SP) em 2011. 

“Antes de ganhar o prêmio eu já achava que era ator”, brinca. Moacyr Franco lembrou que Selton Melo estava nos Estados Unidos promovendo “O Palhaço” para o Oscar 2013 na categoria de Melhor Filme Estrangeiro – a lista final que descartou a produção brasileira foi divulgada pela Academia hollywoodiana durante seu voo para Natal, na tarde de ontem.

Sua fase como ator anda de vento em popa: Franco acabou de gravar sua participação no telefilme “Vitrola”, do diretor Charly Braun (“Além da Estrada”), na semana passada. “Faço um apresentador de televisão bem cretino, que trabalha nesses programas de perguntas e respostas, que quer derrubar o concorrente de qualquer maneira para dar lugar a uma mulher gostosa. Foi o Selton que sugeriu que aceitasse esse papel”, revela. A estreia de  “Vitrola” está prevista para 2013 na TV Cultura.

O próximo projeto em que está envolvido já está em curso, e irá explorar seu lado mais dramático. Será um seriado da FOX, ambientado pela atmosfera fantasmagórica do escritor norte-americano Edgar Allan Poe, produzido pela O2 Filmes do cineasta Fernando Meirelles (“Cidade de Deus”, “O Jardineiro Fiel” e “Ensaio sobre a Cegueira”).

Antes de finalizar o papo fez questão de elogiar a cidade e fazer uma observação sobre um problema que os natalenses conhecem bem: “Gosto demais daqui, das pessoas, do vento, do mar, mas estranhei o trânsito que se formou de uns tempos pra cá. Não era assim não”.

Serviço

Show de Moacyr Franco e Banda – “50 Anos de Carreira”. Hoje, às 21h30, no Teatro Riachuelo. Ingressos de R$ 100 a R$ 120 (valor sem desconto). Informações 4003-2330.

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