A quantidade de ligações com comunicações de falsas ocorrências à Polícia Militar é um dos problemas que atrapalha o trabalho da segurança. A média de trotes chega a 8 mil por dia e o Ministério Público do Rio Grande do Norte cobra que os números utilizados para passar ‘trotes’ sejam bloqueados.
De acordo com levantamento realizado pela TRIBUNA DO NORTE no ano passado, somente em um mês, quase 8 mil trotes foram feitos ao Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp), sendo 7.702 realizados pelos mesmos números. Em alguns casos, houve números telefônicos que chegaram a ligar mais de mil vezes por mês para os policiais. Por isso, o MPRN quer uma providência por parte da Polícia.
Entendendo que a falsa comunicação de ocorrências configuram crimes de atentado contra a segurança, a 70ª Promotoria de Justiça entende que o Estado tem o dever de prevenir e reprimir esses atos com vistas à preservação da ordem pública. Considerando a necessidade de adotar soluções tecnológicas para a diminuição dos prejuízos causados pelos trotes ao serviço do Disque 190, o MPRN recomendou que o Ciosp tome as providências para reduzir o problema.
Na recomendação, destinada à direção do Ciosp, a promotoria sugere que sejam tomadas “providências para a prevenção de trotes ao Disque 190, devendo regulamentar, através de Carta de Serviços ao Usuário, os requisitos necessários para acessar o serviço, com a possibilidade de bloqueio de ligações oriundas de números envolvidos com reiterados trotes”.
O prazo dado foi de 60 dias para que o Ciosp se manifeste sobre a recomendação.
Além de prejudicar a operacionalização dos serviços policiais, os trotes aumentam o tempo de espera para aqueles que ligam e querem utilizar o serviço. O número de atendentes do Ciosp é de, em média, oito policiais. Muitas vezes, ao ligar para o sistema, as pessoas se deparam com todas as linhas ocupadas, e têm que aguardar o atendimento.
