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Ciro aponta ‘erro tático’ do PSB

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Brasília (AE) – Agora é oficial. O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) está fora da corrida presidencial deste ano. Coube ao presidente do PSB, governador Eduardo Campos (PE), anunciar a decisão. “A comissão Executiva Nacional do Partido Socialista Brasileiro reuniu-se nesta data em sua sede em Brasília para avaliar o quadro político-eleitoral do País e deliberar, depois de ouvidos os diretórios estaduais, sobre o papel a ser desempenhado pelo PSB na sucessão presidencial. Decidiu, por maioria de voto, não apresentar candidatura própria à presidência da República”, disse o presidente do partido, ao ler nota oficial elaborada pela Executiva.

Eduardo Campos apresenta a resolução do Partido Socialista Brasileiro que tirou Ciro da disputaPara embasar a decisão partidária, a Executiva Nacional do PSB já havia consultado os 27 diretórios regionais, dos quais 20 foram contra a candidatura própria e sete endossaram o nome de Ciro Gomes para disputar a sucessão de Lula. Ontem, na reunião da Executiva Nacional, 21 membros foram contra a candidatura própria e apenas dois favoráveis.

Eduardo Campos informou que, antes de dar a notícia à imprensa, telefonou para Ciro Gomes para anunciar a decisão da Executiva do partido. Segundo o governador, Ciro Gomes recebeu o comunicado como muita calma e contou que está elaborando, neste momento, uma nota sobre o assunto para ser distribuída à imprensa. Campos fez questão de ressaltar que os esforços de Ciro Gomes ao se lançar pré-candidato à presidência “não foram em vão”. “Administrador vitorioso em diversos níveis de governo, homem de ideias e de atos em favor do país, Ciro Gomes engrandeceu o debate republicano”.

Eduardo Campos embarcou em Recife ainda de madrugada e chegou em Brasília bem cedo. No hotel onde está hospedado, recebeu, ainda pela manhã, lideranças do partido para uma pré-reunião. À tarde, já na sede do partido, o governador voltou a se reunir com o mesmo grupo antes da reunião oficial da Executiva, que começou com cerca de uma hora de atraso. Ciro Gomes, como esperado, não apareceu na reunião.

O clima no PSB é de irritação com Ciro Gomes que, nas últimas semanas, divulgou textos atacando o partido e elogiando José Serra, pré-candidato do PSDB à presidência. Eduardo Campos disse, há pouco, que na próxima terça-feira se reunirá com o presidente nacional do PT e, no dia 17 de maio, o PSB anunciará o apoio formal a Dilma Rousseff, pré-candidata petista.

Após ter sido afastado oficialmente da disputa ao Palácio do Planalto, o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) publicou em seu blog (www.cirogomes.com) nota em que avalia como um “erro tático” a decisão do PSB de não lançar candidatura própria à Presidência da República. Em texto intitulado “Ao Rei Tudo, Menos a Honra”, o parlamentar considera uma “deserção” aos deveres do País a posição tomada pelos pessebistas, mas ponderou: “É preciso respeitar e submeter-se à decisão. É assim que se deve proceder mesmo que os processos sejam meio tortuosos.”

Ainda na nota, o parlamentar se negou a entrar em confronto com o partido. Ciro afirmou que não é mais hora “de repetir os argumentos já tão repetidos”, mas atacou mais uma vez o atual cenário político brasileiro. “Falta projeto estratégico de futuro, com a deterioração ética generalizada de nossa prática política, com a potencial e precoce esclerose de nossa democracia”, salientou.

Dilma rejeita proposta de Serra

Brasília (AE) – A pré-candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, disse ontem, depois de participar do Congresso Nacional dos Sindicatos dos Transportadores Autônomos de Carga, no Senado, que não vê necessidade de criação de um ministério específico para cuidar da área de segurança pública, proposta apresentada ontem pelo pré-candidato do PSDB, José Serra. “Concordo que é importante o foco na segurança pública. Mas o ministério da Justiça tem desempenhado a função com muito empenho. Então, eu não vejo a necessidade de criar mais um ministério”, disse Dilma.

Dilma listou uma série de medidas adotadas pelo governo Lula, na área de segurança pública, que ela considera importante “A segurança pública é uma das questões mais importantes do governo. Criamos a Força Nacional e demos destaque que a segurança pública nunca teve, com o reaparelhamento da Polícia Federal, investimentos na área de inteligência. Fizemos uma série de investimentos para combater a corrupção e o crime organizado”, disse.

PSB

Dilma demonstrou ainda estar empenhada em evitar atritos com o PSB do deputado Ciro Gomes (CE), que oficializou a sua retirada da corrida presidencial. Dilma preferiu os elogios à ofensiva. “Ciro é um ser humano com qualidades e, para mim, sempre foi um parceiro”, afirmou a pré-candidata do PT. Dilma foi além e disse que Ciro esteve sempre ao lado do governo. “Espero que volte a estar de forma mais próxima agora”,

Tucano visita reduto aliado na Bahia

Salvador (AE) – Em sua segunda incursão em duas semanas pela Bahia, procurando fortalecer sua campanha no Nordeste – região onde a aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva beira a unanimidade – o pré-candidato do PSDB à presidência, José Serra, voltou a defender a criação do Ministério da Segurança Pública, mas negou que essa atitude cause inchaço na máquina pública.

“O governo federal precisa mergulhar no tema da segurança, porque a situação é muito séria”, alegou. “Em nenhum Estado as secretarias da Justiça e da Segurança são a mesma coisa”, disse, rebatendo as críticas da pré-candidata do PT, Dilma Rousseff. Mais cedo, a petista havia afirmado que a criação do Ministério da Segurança não era necessária.

Sobre o suposto inchaço da máquina governamental, uma das principais críticas da oposição ao atual governo, Serra negou que isso vá ocorrer com a criação de mais ministérios – ele já havia sugerido a criação de um para tratar de temas sobre os deficientes físicos. “A máquina pública tem que ser fortalecida nas questões principais do país”, afirmou. O ex-governador paulista visitou duas cidades “amigas” de sua candidatura. No início da tarde, foi a Alagoinhas, 120 quilômetros ao norte de Salvador, maior cidade administrada pelo PSDB na Bahia. Acompanhado por lideranças de seu partido e do DEM no Estado, percorreu as ruas do Centro, entrou em seis lojas, bebeu café e  beijou crianças.

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