quarta-feira, 17 de abril, 2024
29.1 C
Natal
quarta-feira, 17 de abril, 2024

Clima hostil chega aos palanques

- Publicidade -

São Paulo (AE) – O clima radicalizado que ficou explícito com os xingamentos dirigidos à presidente Dilma Rousseff na abertura da Copa do Mundo, quinta-feira passada, em São Paulo, tomou os palanques eleitorais com o início das convenções partidárias no fim de semana. Os postulantes ao Planalto falam em “volume morto”, “tsunami” e “roubo”. O ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso protagonizam uma discussão sobre corrupção. Petistas e tucanos se acusam de disseminar o ódio.
Lula lembra compra de votos para aprovar reeleição de FHC
A contenda entre os ex-presidentes começou com o discurso de FHC no sábado, durante a convenção que confirmou o nome do senador Aécio Neves como o candidato tucano ao Planalto. “As pessoas se cansaram de empulhação e corrupção, da mentira”, disse. No dia seguinte Lula respondeu, durante o lançamento candidatura de Alexandre Padilha (PT) ao governo paulista: “Ele (FHC) deveria dizer quem é que estabeleceu promiscuidade entre Executivo e Congresso quando começou a comprar voto para ser aprovada a reeleição”. O assunto continuou ontem. “Lamento que o ex-presidente Lula tenha levado a campanha eleitoral para níveis tão baixos. Na convenção do PSDB não acusei ninguém; disse que queria ver os corruptos longe de nós. Não era preciso vestir a carapuça”, afirmou FHC em nota oficial.

#SAIBAMAIS#O pré-candidato do PSB ao Planalto, Eduardo Campos, entrou lateralmente, anteontem (15), no embate sobre corrupção – também com um discurso mais duro do que o habitual – na convenção que escolheu Paulo Câmara como candidato do seu partido em Pernambuco, Estado que governou por oito anos. “O governo federal é comandado por um bocado de raposa que já roubou o que tinha que roubar”, disse Campos, cujo partido integrou a gestão Dilma até setembro do ano passado.

Ódio. O debate sobre o ódio, porém, tem sido o mais explorado neste período que precede o início oficial da campanha, em 5 de julho. Os xingamentos dirigidos a Dilma na Arena Corinthians acabaram por se transformar numa arma para o PT, em razão do alto poder aquisitivo de quem estava no estádio. Logo no dia seguinte, Lula disparou, em evento partidário no Recife: “A elite brasileira está conseguindo fazer o que nunca conseguimos: despertar o ódio de classes”.

Tsunami
As declarações de Aécio em sua convenção segundo as quais “um tsunami vai varrer” o PT do governo também provocaram fortes reações. Para os aliados do tucano e dirigentes do PSDB, a fala representou um marco na estratégia de polarizar a campanha com Dilma. “O discurso de Aécio deixou claro que não há uma terceira via. Foi uma metáfora forte, popular e certeira. Tanto que o PT sentiu o golpe”, diz o deputado Antonio Carlos Mendes Thame, secretário-geral do PSDB.

Pós-‘tsunami’, Lula voltou a citar o ódio dos adversários. “Se em 2002 tivemos que fazer uma campanha para a esperança vencer o medo, agora temos que fazer uma campanha para a esperança vencer o ódio”, disse, em slogan repetido pelo presidente do PT, Rui Falcão, e por outro líderes do partido . “Por que esse ódio contra a Dilma? Por que esse ódio contra o Fernando Haddad (prefeito de São Paulo)? Por que esse ódio contra o PT?”, disse Lula na convenção de Padilha.

Nessa mesma convenção, Dilma apareceu em vídeo – ela não esteve em São Paulo sob alegação de estar gripada – e também partiu para o ataque aos tucanos, dizendo que “São Paulo não pode mais depender do volume morto”, numa referência à crise hídrica vivida no Estado – o governador Geraldo Alckmin (PSDB) teve de apelar para a polêmica captação de água do fundo de reservatórios do Sistema Cantareira a fim de garantir o abastecimento na capital. Ontem, Alckmin não quis comentar a declaração.

- Publicidade -
Últimas Notícias
- Publicidade -
Notícias Relacionadas