Véspera do dia dedicado aos “baixinhos”, como gosta de dizer uma famosa apresentadora de programa infantil televisivo, o clima na “Cidade da Criança” era sombrio e de tristeza. Ontem à tarde, apenas um vigilante de uma construtora e um jardineiro, que “engorda” o baixo salário com uma banca de lanches e confeitos no portão de entrada eram os únicos que davam sinais de vida da antiga “Lagoa de Manoel Felipe”, a qual vai entrar para os três anos fechada para a visitação pública.
A criança que quiser comemorar o seu dia, hoje, tem de ir a um shopping de Natal ou se contentar com uma volta ou um banho nas praias urbanas da cidade porque a reinauguração da chamada “Cidade da Criança” deve ficar mesmo para o próximo ano.
“O que eu ouvi dizer é que está todo mundo de aviso prévio, em dezembro não tem mais ninguém aqui”, chegou a comentar o jardineiro Mariano Viana da Silva, que há 16 anos trabalha na Fundação José Augusto (FJA), o órgão responsável pela administração da Cidade da Criança.
Valdelúcia Silva passeava com o marido e o filho no calçadão da Praia do Meio, ontem à tarde, e lembrava que há dois anos tinha visitado a Cidade da Criança, com um grupo de “coleguinhas” da escolha do filho. “A gente foi lá duas vezes, mas já tinham poucas coisas”.
Ângelo Antônio Soares da Silva, 9 anos, lembrava que “tinha um parque” na “Cidade da Criança”, mas ontem, depois do banho de mar, disse que queria ganhar de presente um skate. “Aprendi a andar na casa da minha tia”.
O pai funcionário do Detran, Genival Soares da Silva, disse que aproveitou o feriado do Funcionalismo público “para tirar um dia de lazer” com a família, enquanto hoje vai “aproveitar para descansar em casa” e voltar ao trabalho amanhã.
O vigilante da obras de restauração e ampliação da infraestrutura da “Cidade da Criança”, que não quis se identificar, disse que ninguém podia entrar sem ter autorização da construtura M&K. “Só depois de amanhã (4ª feira), quando o encarregado da obra estiver aqui”.
No fim de dezembro, o governo já havia informado que dos R$ 8,5 milhões previstos para a conclusão das obras, que ainda estão inacabadas, R$ 5 milhões eram para a M&K Comércio e Construções Ldta, com quem a TRIBUNA DO NORTE tentou entrar em contado, para saber se a obra vai ser, efetivamente paralisada, com a dispensa dos empregados que lá trabalham, já em dezembro.