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Clube se especializa em contratar jovens brasileiros

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São Paulo (AE) – Nos últimos anos, o Real Madrid não pode ver um garoto talentoso despontando no futebol brasileiro que já trata rapidamente de levá-lo ao Santiago Bernabéu. Essa obsessão por jovens tem um marco bem definido: a contratação de Neymar pelo Barcelona. Depois de perder a queda-de-braço com o rival catalão, os merengues passaram a procurar com uma lupa as estrelas brasileiras em ascensão. E, como comprovam os casos de Vinicius Junior, Rodrygo e Reinier, a diretoria nem espera que as joias completem a maioridade. As contratações também outro traço da forma de gestão do clube. Dificilmente, o clube forma seus jogadores. O Real prefere investir e apostar em jovens promessas.

O atacante Rodrygo, ex-Santos já vestiu por várias vezes a camisa de titular do Real Madrid


O atacante Rodrygo, ex-Santos já vestiu por várias vezes a camisa de titular do Real Madrid

Para o ex-atacante Sávio, que jogou por cinco temporadas no Real Madrid, o time merengue sempre adotou um olhar diferenciado para os jogadores brasileiros, especialmente os atacantes. “O Real sempre aposta em grandes promessas e enxerga o talento natural dos jogadores brasileiros”, diz o ex-atacante. “Eles estão sempre investindo e aposta em jovens promessas”, afirmou o ex-jogador que estava presente no time vencedor da Liga dos Campeões na temporada 1997/1998, quando o clube quebrou um longo jejum sem conquistas na competição.

Vinicius Junior, joia da base do Flamengo, passou a ser do clube espanhol em julho de 2018, quando completou 18 anos. O negócio foi fechado quase um ano antes por 45 milhões de euros (R$ 145 milhões, na cotação da época). O mesmo aconteceu com Rodrygo. Grande revelação do Santos, o só se apresentou ao novo clube em julho de 2019, seis meses depois de completar a maioridade. O Real também pagou 45 milhões de euros (R$ 193 milhões).

O clube está repetindo a história pela terceira vez, agora com o Reinier, do Flamengo. A venda pode ser sacramentada na Colômbia. O jovem completará 18 anos no domingo, exatamente a data de estreia do Brasil no Pré-Olímpico. O adversário será o Peru. Como o acordo entre os clubes está praticamente selado, falta apenas confirmar a transferência assim que ele completar a maioridade. A venda renderá ao Flamengo 30 milhões de euros – R$ 136 milhões – por 80% dos direitos do jogador.

Para Evaristo de Macedo, que levantou dois troféus do Campeonato Espanhol pelo time merengue, os casos de sucesso do passado motivam o clube a continuar investindo nos brasileiros. “O Real Madrid tem uma tradição de grandes atletas brasileiros. Essa história é valorizada pelos dirigentes”, explica o ex-atleta, um dos pioneiros nessa história.

Sávio faz uma alerta: o risco de contratar jovens que dão um salto da categoria sub-17 para o profissional. “Na minha época era muito difícil queimar etapas. Nem sempre dá certo. A pressão no Real é muito grande”, opina.

Não é a primeira vez que os brasileiros “dominam” o time merengue. A partir da metade dos anos 1990, o Real Madrid se tornaria uma verdadeira legião brasileira. O maior expoente foi o lateral-esquerdo Roberto Carlos, que jogou 527 partidas com 68 gols marcados. Outros cinco brasileiros foram contratados entre 1996 e 2000: o zagueiro Júlio César, o volante Flávio Conceição, os meias Zé Roberto e o Rodrigo Fabri e o atacante Sávio.

Os brasileiros também tiveram destaque na primeira era dos galácticos, a partir dos anos 2000. Após contratar Figo e Zidane, o Real Madrid se reforçou com Ronaldo, que marcou 104 gols em 177 jogos entre 2002 e 2007.

Em 2005, o clube foi comandado por Vanderlei Luxemburgo. Os pilares do grupo eram o próprio Ronaldo e Roberto Carlos. O treinador ainda indicou Robinho e Julio Baptista, e o clube também contrataria o lateral-direito Cicinho, que chegaria depois

A segunda “era galáctica” se iniciou com um outro brasileiro como expoente: Kaká. Melhor do mundo vestindo a camisa do Milan o meia chegou ao Real junto com Cristiano Ronaldo. O desempenho do apoiador, porém, foi abaixo do esperado.

Após a contratação de Kaká, em 2009, o Real Madrid voltaria a se reforçar com brasileiros apenas em 2013. De uma só vez, a equipe contratou Fabinho, hoje no Liverpool, o ex-são-paulino Casemiro e o centroavante Willian José. Só o volante, porém, se firmou no clube. Dois anos depois, em 2015, mais duas apostas tiveram passagens discretas: o meia Lucas Silva, ex-Cruzeiro, e o lateral Danilo, hoje no Manchester City, da Inglaterra.

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