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Coisa de mosca

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Me preparei para escrever sobre o CD “Nailor Proveta, Velhos Companheiros de K-Ximbinho” que Dácio Galvão me presentou terça-feira e que já o ouvi umas seis vezes de lá pra cá. Imagine o nosso K-Ximbinho, cara nascido em Taipu, dos grandes clarinetistas e compositores brasileiros, do escrete invicto do chorinho, sendo interpretado por Proveta, também clarinetista, fundador da Banda Mantiqueira, dos nossos maiores grupos instrumentistas, jazz inclusive. É muita coisa boa, gente.  O CD, que reúne 10 composições de K-Ximbinho, tem apresentação de Dácio, e o time de instrumentistas tem a formação clássica de 11 músicos, começando por Proveta, o líder do grupo, com sua clarineta e seu sax alto.

Muita coisa para se deliciar e escrever. Mas aí as manchetes me tiram do sossego musical e adiam as notas que eu pretendia escalar para falar sobre K-Ximbinho. Brasília, gente, anda confundindo todos nós nas últimas semanas. Vou passando as páginas dos jornais, constato que Lula voltou às manchetes num patamar perigoso e que o Senado, quanto batuco estas mal traçadas linhas vota a primeira fase do processo de impeachment da presidente Dilma que deverá acontecer nos meados da semana que vem. Por estas leituras dou uma parada na coluna de Ruy Castro, que sabe das coisas e escreve como gente grande, que é. O mote, como não podia deixar de ser, é o momento dramático da política brasileira. Título da crônica: “A primeira mosca”. Gostei das metáforas.

Brindando os meus queridos e fieis leitores da Reta Tabajara, de Cajazeiras, do Cabaço e das Queimadas, transcrevo na íntegra a crônica de Ruy Castro, nosso maior biógrafo:

“Uma sequência do fotógrafo Bruno Santos na primeira página da Folha de segunda-feira (2) mostra a presidente Dilma Rousseff perturbada por uma mosca em seu rosto durante ato promovido em São Paulo pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), no Dia do Trabalho. Nas primeiras fotos, Dilma parece apenas contrariada pelo inseto impertinente que insiste em passear sem audiência marcada por nariz e boca presidenciais. Na última foto, Dilma aparece com a mão espalmada, pronta a aplicar um safanão na mosca e mandá-la, literalmente, para o espaço.

A mosca não sabia com quem estava se metendo. Foi atanazar a vida de uma mulher que nunca precisou de motivo para desferir safanões verbais em quem estivesse à sua volta e, agora, tem motivos reais para isto. Em poucos dias, descerá do posto a que foi levado por 54 milhões de eleitores – dos quais, a julgar pelas últimas manifestações a seu favor, não lhe restam nem 4 milhões – para submeter-se a 180 dias de férias forçadas, com grandes possibilidades de que estas se prolonguem pelos próximos oitos anos.

Por outro lado, a dita mosca podia apenas fazer parte de uma equipe exploratória – uma batedora avançada do batalhão de moscas que deverá fazer companhia à futura ex-presidente no palácio da Alvorada, onde cumprirá um doce exílio entre seus próprios lenções e fronhas. As perspectivas são as de que não terá muitas visitas enquanto estiver afastada – ninguém de fato a estima, nem entre os seus colaboradores mais íntimos, e os correligionários que ainda a defendem o fazem apenas em nome de uma estratégia política.

Limitada nos próximos tempos a presidir um sofá ou uma cômoda e impossibilitada de continuar quebrando o país, Dilma será grata a qualquer um que se interesse em ir vê-la.

Um bom presente a levar-lhe: um mata-moscas. ”

Da Flipipa

Na conversa de terça-feira com Dácio Galvão ele confirmou que, mesmo com a crise que sacode o pais, haverá, sim, mais uma rodada do Festival Literário da Praia de Pipa (Flipipa). Tudo certo para agosto. O homenageado deste ano é o escritor Helio Galvão, o ano do centenário do seu nascimento. Ele nascido ao redor daquelas praias.  Haverá uma mesa especial sobre a sua vida e a sua obra.

Conversa vai conversa vem, Dácio me adiantou que ainda está fazendo a seleção dos escritores convidados, mas já tem um nome quase certo, o do cearense Lira Neto, Prêmio Jabuti, autor da trilogia sobre Getúlio Vargas e também de o Padre Cícero: poder, fé e guerra no Sertão, entre outros.

Rombo A notícia está em todas as rodas: A União Brasileira de Municípios (Ubam) informa que, nos primeiros quatro meses deste ano trágico de 2016, os municípios brasileiros já perderam 1,4 bilhões de reais em repasses do Fundo de Participação dos Municípios.

É mais um legado do governo do PT.

Fernanda Montenegro 

Deu na coluna de Ancelmo Gois, de O Globo:

– Sempre discreta quando o tema é política, Fernanda Montenegro, 86 anos, confessou para a jornalista Jalusa Barcellos, no livro “Profetas do Passado” (Record), seu desencanto com Lula, de quem se diz eleitora no passado.

– Uma das críticas foi a ida de Lula à casa de Paulo Maluf: “Enquanto Lula pensa que está jantando o Maluf, o Maluf é que está almoçando Lula”.

Chuva

Abril terminou sem chuvas e maio, já no quarto dia seguido, o mesmo cenário. O Seridó é a região mais carente. Doutor Paulo Balá, me liga das Pinturas, sua fazenda do Acari e me pinta o quadro: “Pasto ainda tem, suficiente para ir em frente; água, não”.

O boletim de ontem da Emparn registra apenas neblinas pelo litoral.

De Lampião

O teatrólogo Racine Santos também achou esquisita a nomeação do delegado paraibano Virgulino Ferreira para o cargo de Secretário de Justiça e Cidadania do Rio Grande do Norte:

“Woden, você prestou atenção no nome do sujeito que o governador Robinson quer trazer para dirigir a SEJUC? Pasme: VIRGULINO FERREIRA! Ressuscitaram Lampião!

Pelo amor de Deus, quem vai nos socorrer desta vez? Em Mossoró foi recebido à bala, mas aqui em Natal, quem vai enfrentar o Rei do Cangaço? Os sem-terra armados de foices? Os que fugiram dos presídios?  Nossa briosa Polícia Militar? Se pelo menos Joca do Pará fosse vivo. Que Deus nos acude.

Um abraço de Racine, o temeroso. ”

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