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Coisas de um bom tempo

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Alex Medeiros 

Lá pelo começo dos anos 1980, num papo movido à cerveja e bolinhos de charque, numa tarde morna de um boteco de Olinda, eu levava um papo sobre poesia e prosa com uma amiga querida e desejada, quando se estabeleceu uma conferência a dois sobre “O Pequeno Príncipe”, de Saint-Exupery.
A conversa era mais sobre o autor do que sobre a obra literária que virou febre mundial a partir dos anos 1940 e que contamina gerações até hoje.
Falávamos sobre romances de ficção científica, tipo viagens no tempo, teletransporte de matéria e outras coisas como paradoxo do avô e fluxos temporais.
Foi aí que a efervescência de mentes juvenis movidas à levedura e salmonela inventou de inventar uma ideia inicial de texto, um pré-texto literário para uma aventura de ficção com o escritor e aviador francês em terras e águas do RN e da Sardenha do passado. Uma busca pelo seu avião perdido em 1944.
O eixo do argumento e da trama era uma equipe de aventureiros, na verdade uma dupla de jovens – eu e ela – que se transportava no tempo e apareceria em plena conjuntura da Segunda Guerra, em 31 de julho de 1944, poucas horas após o voo de Saint-Exupery com seu avião P.38 F-5B da série J.
Num ambiente para lá de Casablanca, se mostraria Natal recebendo o resgatado escritor, os intelectuais de antanho no cais da Ribeira, militares americanos e putas em inquieta curiosidade com a chegada do jovem casal trazendo um piloto francês desacordado e com seus pertences encharcados.
A viagem na maionese em Olinda me voltou há alguns anos quando li a notícia de que um famoso desenho do livro “O Pequeno Príncipe” foi encontrado no Japão e tudo levava a crer tratar-se de um original pintado por Exupery, segundo uma agência de notícia chamada Kyodo.
Uma aquarela sobre papel para cartas, representando a visita do princepezinho a um planeta habitado por um empresário (o homem de negócio que contava as estrelas no famoso romance e depois na Banda do Chico Buarque). 
Foi o sobrinho do próprio Antoine de Saint-Exupery, o quase centenário François d’Agay, quem compreendeu a importância histórica do pedaço de papel, que na verdade foi encontrado em 1994 numa feira de sebos de Tóquio.
O papo lúdico de Olinda veio à tona de novo no ano passado quando li sobre uma exposição sobre Exupery em Lyon. E outra vez pensei na aventura possível de uma viajada pelo tempo em busca de figuras e coisas perdidas.
Também quando assisti três vezes o documentário Get Back, de Peter Jackson, desejei mergulhar no passado para resgatar tesouros em aviões caídos, como inéditas canções de Glen Miller, dos Mamonas, de Patsy Cline, um poema de Leila Diniz e até um recado de Ulysses Guimarães para as vestais que cagam para a Constituição Cidadã que ele nos deu.
Piada pronta
Pronto. O América de Natal soltou um banner desses graciosos que abundam nas redes sociais, informando que as crianças poderiam assistir ao duelo com o Santa Cruz, desde que vacinadas. Ora, nem adulto vacinado o time atrai.
Infectados 
Quem diria que o UOL fosse publicar um dado que se revelou no Rio de Janeiro? A notícia afirma que 90% dos infectados com Covid-19 já tomaram a segunda dose das vacinas? Só aumentam os casos de vacinados infectados.
Passaporte 
Você percebe o aperreio da velha mídia do Brasil em querer restringir pessoas quando a cidade de Quebec é manchete por exigir vacinação e um país com a Alemanha é ignorado quando seu Parlamento desiste do tal passe sanitário.
Thaisa Galvão 
“Num estado/país onde já se registra mais de 80% da população vacinada, e que a maioria dos infectados por coronavírus é de vacinados, tanto faz pegar covid na rua como dentro de um ambiente com a carteira de vacina na mão”.
Ciência
Está fazendo exatos cem anos neste janeiro que um adolescente canadense chamado Leonard Thompson se tornou o primeiro ser humano com sintomas graves de diabetes a receber uma injeção de insulina, desenvolvida em 1921. 
Perseguição 
Até o site “dirceuzista” Metrópoles divulgou que alguns ministros do STF já sabem que os EUA não irão extraditar Allan dos Santos. Opinião não é crime nem lá nem aqui, apesar da própria imprensa de Pindorama defender a prisão.
Liberdade 
Vivemos tempos mais que sugestivos para sempre lembrar do escritor George Orwell: “Liberdade de intelecto significa a liberdade de relatar o que se viu, ouviu e sentiu, e não ser obrigado a fabricar fatos e sentimentos imaginários”.
Incomoda 
O pecado do jornalista Allan dos Santos foi se colocar em oposição à velha mídia, em combater a esquerda e a histeria da militância elegebesteira. E abriu um site que chegou a ter muito mais leitores do que estruturas como a Folha.
Hus manos 
Quase 2 anos sem aulas no antro do parasitismo nacional; no templo da perdição; no playground de bolsistas ávidos pela vida lá fora. E não há ninguém que consiga cortar os dutos e sangradouros do dinheiro da viúva.
Quinta gorda 
Dia propício para ficar na TV: Liverpool x Arsenal, Atlético Madrid x Athletic Bilbao, Napoli x Fiorentina, Milan x Genova, e na Copa SP: Vasco x Joinville, Flamengo x Náutico, Palmeiras x Mauá, São Paulo x S. Bernardo, ABC x Retrô.  
Os artigos publicados com assinatura não traduzem, necessariamente, a opinião da TRIBUNA DO NORTE, sendo de responsabilidade total do autor.
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