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Coisas do Brasil

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DOIS LADOS - Vista de cima, é fácil perceber o contraste do velho e do novo em Ponta Negra

Sob o sol de quase meio-dia, o garoto “tricolor” pára de mesa em mesa, de cadeira em cadeira, oferecendo pulseiras e outros acessórios artesanais; a moça que vende roupa de banho retira do mostruário um biquini e dá a banhista para que ela experimente, na praia mesmo; e tem o homenzinho engraçado que anda com uma ruma de chapéus enfiados na cabeça, todos para vender. São cenas de Ponta Negra, são coisas do Brasil.  

O mar de informalidade na praia mais internacional de Natal é um indicativo de que a economia brasileira não vai bem. E em Ponta Negra há um outro fenômeno que ajuda a empurrar a comunidade para o subemprego. O turismo ali está se desenvolvendo de forma predatória. Ele não gera emprego para os antigos moradores e ainda os achata. A especulação imobiliária criou uma linha demarcatória entre o velho e o novo, o pobre e o rico.

Muitos não dão conta dessa realidade, mas para o fotojornalista carioca Flávio Rodrigues (64), está tudo muito “na cara”. Fotografar Ponta Negra sob esse olhar crítico foi a proposta lançada por Flávio para uma turma de 20 jovens — formada na maioria por estudantes de comunicação de Natal. A conversa se deu na oficina conceitual e prática de fotojornalismo ministrada recentemente pelo experiente fotógrafo — são 30 anos de batente jornalístico, onze deles somente como editor de fotografia do Jornal do Brasil.

De férias em Natal, Flávio Rodrigues aceitou o convite da oficina feito pelo fotógrafo Canindé Soares, idealizador do site O Foco, e passou aos jovens estudantes um pouco de sua experiência em redação de jornal. As pautas “ambulantes” e “a linha demarcatória do velho e do novo em Ponta Negra” foram cumpridas num sábado e domingo.

As fotos publicadas nessa matéria foram escolhidas e editadas por Rodrigues, que avaliou positivamente a experiência. “Escolhi os temas pela contundência sócio-política e também por serem exeqüiveis”, disse. Pesando o fato de que a maioria dos fotógrafos é amadora e não está familiarizada com o que Rodrigues chama de contundência sócio-política, o saldo foi bem positivo.

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