Lauro Jardim com Guilherme Amado e Mariana Alvim
Quando ainda era secretário de Segurança de São Paulo, o ministro Alexandre de Moraes foi consultado pela embaixada dos EUA sobre a possibilidade de Barack Obama hospedar-se na capital paulista durante a Olimpíada. Por esse script, Obama passaria o dia no Rio de Janeiro e dormiria em São Paulo. O Rio, de acordo com essa sondagem, estava vetado por motivos de segurança. Mas isso é passado. Obama não virá.
Odebrecht lá fora 1
A Odebrecht se comprometeu na negociação de sua delação a entregar as oportunidades em que pagou propina para conquistar obras no exterior. Vai, inclusive, dar o nome aos bois, ou seja, quem foram os políticos estrangeiros que receberam por fora. Um integrante da família do presidente do Peru, Ollanta Humala, por exemplo, é citado em uma situação de pagamento de suborno. A Odebrecht construiu um punhado de hidrelétricas no país, além da Rodovia Interoceânica Sul, que liga o Peru ao Brasil, e o Gasoduto do Sul. Também será detalhada na próxima fase da delação, de depoimentos, uma situação em que a propina foi negociada diretamente com Ricardo Martinelli, ex-presidente do Panamá, país onde a Odebrecht tocou, entre outras obras, o metrô da capital e uma hidrelétrica.
Odebrecht lá fora 2
Os anexos internacionais da delação da Odebrecht valem ouro para os investigadores da Lava-Jato. Primeiro, porque interessa a eles ter informações para compartilhar com os países que vêm colaborando com o Brasil na operação. E, assim, o Brasil escapa do mico que seria topar uma colaboração premiada fechando os olhos para os crimes cometidos lá fora.
Para corroborar
A delação da Odebrecht será feita por cerca de 50 executivos. Mas vários funcionários do grupo já foram avisados internamente que poderão ter que corroborar os testemunhos – esses, ressalte-se, não meteram a mão no esgoto.
Ainda na pior
O ambiente de melhora na economia (ou ao menos de expectativa de alívio) ainda não chegou ao varejo, sobretudo nos shopping centers.
Grandes números
O plano de negócios da Petrobras, que fica pronto em setembro, está mobilizando 400 pessoas na estatal.
A crise é boa
Pedro Parente costuma dizer que, em décadas trabalhando no governo, aprendeu que não se deve desperdiçar uma crise para fazer o que tem que ser feito. Em resumo, é isso o que Parente pretende fazer na Petrobras.
Bom de bola
Romário cortou pela esquerda, driblou pela direita e conseguiu o que queria: nomeou na semana passada o novo diretor de administração de Furnas.
E ainda tem o Cade
As empreiteiras têm feito acordos com o MPF e a Justiça, mas por enquanto ainda não conversaram com um órgão fundamental , o Cade. A Andrade Gutierrez, por exemplo, estima que o seu acordo com o Cade ficará entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões.
Bye, bye, Brasil
Joesley Batista tem dito aos mais próximos que quer trocar São Paulo por Nova York.
Além da Lava-Jato
Agora que resolveu o pepino da dívida de R$ 11 bilhões da Odebrecht Agro, cujo acordo de reestruturação acaba de ser assinado, o grupo quer tentar resolver outro problema: a dívida de R$ 17 bilhões da Odebrecht Óleo e Gás. Não é um quadro tranquilo, mas já foi muito pior.
Máquina de dívidas
A Máquina de Vendas (dona da Ricardo Eletro) fechou um acordo com os bancos credores para alongar por dois anos sua dívida, que chega a R$ 4 bilhões.
Correndo por fora
A Saraiva vive uma briga societária explícita, mas, na surdina, um fundo de investimento foi formado para comprar pelo menos 20% da empresa. O fundo hoje já detém 7% do capital da Saraiva.
Salve-se quem…
Há um movimento na Odebrecht para tentar preservar a Odebrecht Transport na delação. A ideia é resguardar a empresa para, passado o furacão da Lava-Jato, vendê-la.
Nuvens no ar
A PGR abriu um novo inquérito a partir da delação de Benedito de Oliveira, o Bené. Os procuradores agora investigam quem na Secretaria de Aviação Civil ajudou Fernando Pimentel a atender um pleito do grupo JHSF delatado por Bené: a autorização para construir um aeroporto em São Roque (SP).